sábado, 21 de março de 2020

ZEMA TRANSFORMA ESCOLA EM PADARIA E QUER ALUNOS E PROFESSORES FORA DA QUARENTENA






* ZEMA TRANSFORMA ESCOLA EM PADARIA E QUER ALUNOS E PROFESSORES FORA DA QUARENTENA

* O OVO DO NOVO É O OVO DA SERPENTE

Por Wladmir Coelho

1 – O sr. Romeo Zema, contrariando todas as regras internacionais para o isolamento em função da pandemia do COVID-19, surge nas redes sociais anunciando o funcionamento das escolas estaduais de Minas Gerais de “forma remota” para cumprir o calendário.

2 – O que seria isso? segundo o genial autor da proposta os estudantes do sistema estadual de ensino de Minas Gerais – crianças, jovens e adultos – matriculados na educação básica incluindo esta os anos iniciais e finais do ensino fundamental, o ensino médio, Educação de Jovens e Adultos, educação especial, ensino técnico apresentando número superior a um milhão de alunos distribuídos em 4 mil escolas (urbanas e rurais) como pelo menos 200 mil funcionários devem comparecer às unidades de ensino, localizadas em mais de 800 municípios, para receber e devolver para correção e avaliação as atividades didáticas e assim cumprir o calendário escolar.

3 – Segundo o sr. Zema a movimentação deste volume gigantesco de pessoas é muito simples e seu impacto é o mesmo de “ir à padaria”.

4 – Desconhecimento ou incapacidade? a primeira hipótese é grave a segunda é mais grave ainda nos dois casos temos a revelação do descaso e irresponsabilidade diante da ameaça de contágio de milhões de pessoas em nome de uma prática demagógica, eleitoreira e mentirosa de cumprimento do calendário escolar. Diga-se de passagem, o sr. Romeo Zema não explicou o embasamento legal destas ditas aulas remotas existindo o risco – além daquele relativo ao contágio e transmissão - de duplo cumprimento da jornada para alunos e professores no momento de uma eventual reposição.

5 – Neste ponto precisamos entender o seguinte: a legislação educacional brasileira em seus aspectos relativos, inclusive, a carga horária é de competência da União possuindo os entes federados autonomia para a sua organização naturalmente respeitando as determinações presentes na legislação mencionada.

6 – O sr. Zema, deste modo, não possui autoridade para introduzir modelos e tempos de ensino a distância ou “remoto” – além daqueles previstos na legislação – como forma de compensar tempo presencial e muito menos diminuir o quantitativo de dias letivos ficando esta questão a ser resolvida a partir de iniciativa federal existindo, segundo os jornais, estudos neste sentido no Ministério da Educação tudo correndo, ao que parece, a revelia do desprestigiado herdeiro de uma rede de lojas.

7 – Voltando à padaria: ignora o sr. Zema a necessidade, na maioria dos municípios mineiros, do transporte escolar público – efetivado através das prefeituras -  colocando no mesmo ônibus 30, 40 estudantes de bairros e povoados somados estes aos motoristas todos em risco de contágio e devemos acrescentar ao fato a existência nas escolas centrais, localizadas nas cidades maiores, de muitos alunos transportados através do serviço privado de vans estas com itinerários percorrendo diferentes bairros.

8 – Ao ensino “remoto” do sr. Zema, caso efetivado, devemos ainda acrescentar o seguinte: possuem neste momento as escolas estaduais de Minas Gerais os recursos financeiros necessários para garantir a impressão do material a ser entregue aos estudantes? uma escola com 300 estudantes – existem outras tantas com mil ou mais – possui as condições humanas e materiais necessárias para entrar em contato com todos eles informando horários diferenciados para atendimento? A resposta, como sabemos todos, é não!

9 – O OVO DO ZEMA: A prática dos grandes comerciantes com liquidações fajutas, venda de produtos que não possuem entregando aqueles de mostruário com defeitos sem falar na exploração máxima dos trabalhadores foi transformada, em Minas Gerais, em política de educação, ou seja, muito anúncio barulhento com promessas confusas e ilusórias.    

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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