segunda-feira, 2 de março de 2020


* FIEMG QUER BARRAR AUMENTO DA POLICIA

* ESTADO MÍNIMO E MISÉRIA MÁXIMA

* INDUSTRIAIS DO EXTRATIVISMO E A BOMBA DE SUCÇÃO DO CAPITAL INTERNACIONAL

Por Wladmir Coelho 

1 - A Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) manifestou sua posição contrária ao aumento de 41,7% oferecido aos policiais e demais setores incluídos através de emenda ao projeto de lei 1451/20 de autoria do executivo mineiro.

2 – Neste ponto devemos observar alguns detalhes e fico a imaginar o conflito nas cabeças e corações de muitos coronéis e delegados frequentadores assíduos dos salões de festas da FIEMG em noites de coquetéis, entrega de placas, diplomas e palestras de louvores ao neoliberalismo, Estado mínimo, defesa intransigente da propriedade privada ignorando a função social conforme determinado na Constituição de 1988.

3 – A posição dos industriais de Minas revela a posição da casa grande contra todos aqueles seus empregados ou alguém duvida da postura arrogante destes neosinhozinhos em considerar o Estado como sua propriedade derivando desta prática a visão de simples servos de todo e qualquer funcionário – civil ou militar - independentemente de sua função?

4 – Até outra noite alguns coronéis e delegados sorriam ao lado do CEO desta ou daquela grande empresa recebendo afagos e elogios diante da postura de apoio a desocupação de áreas ambicionadas pelos grandes grupos mineradores esquecendo, inclusive, daquelas vítimas na própria corporação quando rompem as barragens contendo a lama resultante do enriquecimento dos acionistas financiadores – aqui e em Nova Iorque -  dos coquetéis, medalhas, diplomas e placas.

5 – Hoje verificam estes mesmos chefes a sua condição subalterna de não pertencimento ao grupo economicamente dominante e entendem na prática o alcance da proibição de ir à Disneylândia ficando o pior ainda por vir.

6 – Afinal o que representa a FIEMG? a resposta merece atenção considerando a condição de Federação das Indústrias em um Estado caracterizado pelo processo de crescimento negativo – ao estilo rabo de cavalo -  da produção industrial, ou seja, o que é chamado de indústria em Minas Gerais corresponde, na realidade, ao setor extrativista exportador totalmente dependente do capital externo incluindo a maior empresa do setor a Vale controlada diretamente de Nova Iorque.

7 – Extrativismo mineral; foi exatamente esta a praga combatida pelo patrono da Polícia Militar um senhor chamado Joaquim José da Silva Xavier este, lá no finalzinho do século 18, não pestanejou em aderir a revolução contra o modelo econômico colonial hoje exaltado nos salões da FIEMG.

8 – Aqui devemos observar um pequeno detalhe: o alferes Joaquim José da Silva Xavier também enfrentava sérios problemas relativos a questão salarial considerando a sua condição de brasileiro aspecto que impedia o seu acesso ao oficialato superior  e sabem o motivo? respondo; os exportadores de ouro – depois procurem saber quem explora outro atualmente no Brasil -  precisavam manter o controle com a turma do andar de cima era uma questão de classe não havia ainda Disneylândia, mas o senso de sobrevivência empurrava aqueles dominantes para a defesa de seus interesses e pouco importavam com as consequências ainda hoje presentes, vivas. 

9 – A posição da FIEMG revela o interesse dos ditos industriais em manter o modelo econômico de base colonial e neste momento internacional de queda nos lucros e redução do valor das commodities precisam os vampiros do minério garantir o controle de  todo o recurso possível inclusive aquele destinado ao pagamento da dívida pública cujo destino final encontra-se nos cofres dos conglomerados financeiros vitais a manutenção da especulação nas bolsas de valores e como sabemos este modelo, da economia de papel, vai vazando água por todos os lados aumentando a ferocidade dos detentores do capital.

10 – A venda da CEMIG, COPASA, CODEMIG tem o mesmo objetivo, ou seja, irrigar as vias que carregam para o estrangeiro os recursos que deveriam manter os serviços públicos, os direitos sociais representados na educação, saúde, segurança, assistência social, emprego.
11 – A defesa do Estado mínimo é simplesmente a capa ideológica de um projeto de destruição da soberania do Brasil e consequente desmantelamento de toda a estrutura de garantias constitucionais e vai nessa onda o funcionalismo submetido ao arrocho salarial.

12 – Voltando ao Joaquim José da Silva Xavier devemos recordar a insatisfação deste antigo alferes com a derrama, ou seja, o direcionamento do resultado do trabalho da colônia à metrópole. Você percebe alguma semelhança com o quadro atual?  

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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