terça-feira, 28 de julho de 2020

A MISÉRIA AUMENTANDO O LUCRO DOS BILIONÁRIOS


* A MISÉRIA AUMENTANDO O LUCRO DOS BILIONÁRIOS 

* CULTURA IMPORTADA E DOMINAÇÃO COLONIAL

* A ILHA DA FANTASIA; UM HABITAT IMAGINÁRIO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Por Wladmir Coelho

1 – O sonho de parcela considerável da pequena burguesia brasileira é acumular a maior quantidade possível de dinheiro e comprar uma daquelas mansões de gesso e papelão em Orlando sempre em nome da “qualidade de vida” decorrente, segundo a crença predominante entre os novos ricos, da condição de superioridade cultural dos moradores daquela cidade e por extensão do país.

2 – Enquanto a pequena burguesia brasileira sonha os poucos membros da burguesia propriamente dita, faz muito tempo, transferiram  suas residências e contas bancárias para diferentes paraísos – notadamente os fiscais – incluindo os pontos mais elegantes de Nova Iorque, Paris, Londres e outros centros econômicos naturalmente ocupando residências mais sólidas nas quais trocar uma lâmpada ou ligar a tomada do ar condicionado não implique em risco de morrer, aliás, estes sequer sabem onde fica a tomada do mencionado aparelho – neste caso um sistema de refrigeração e aquecimento operado por computador -  existindo para o atendimento imediato, deste e outros  terríveis problemas domésticos, um exército de empregados todos com salários associados aos gastos da empresa sediada no Brasil implicando esta singela manobra fiscal em espécie de tributo a ser pago por todos os trabalhadores do auriverde torrão.

3 – Apenas para ilustrar; o jornal Valor Econômico apresentou a lista dos 10 homens mais ricos do Brasil e aqui aponto os 4 primeiros; Jorge Paulo Lemann, Joseph Safra, Marcel Herrmann Telles, Eduardo Saverin. Destes o primeiro e o quarto vivem no exterior, o segundo apresenta formação inglesa – inclusive colegial – enquanto o terceiro é subordinado ao mais rico de todos. As maiores fortunas encontram-se, conforme é possível observar, associadas umas com as outras através do controle e participação em fundos de investimentos possibilitando a presença do bilionário X na corporação de seu homologo Y possuindo, deste modo, interesses comuns aqui e no exterior.

4 – Veja bem; a burguesia de um país com mais de 8 milhões de quilômetros quadrados considera normal viver em outro continente educando os seus filhos em escolas e universidades destinadas aos muito ricos assimilando estes a forma de pensar e agir imperial entendendo como natural a base colonial da economia nacional. Esta mesma burguesia, cujo contato com o Brasil efetiva-se nos períodos de férias, controla bancos, o que sobrou da indústria, mineradoras, comunicação organizando, conforme os seus interesses, a economia incluindo os salários, direitos trabalhistas, o tamanho e alcance das políticas educacionais, de saúde e segurança.

5 – O rompimento com este modelo de organização encontra-se associado de forma evidente a superação da cultura de colonização cujo resultado é a naturalização do atraso nacional associado, em função da cultura de colonização, ora a questões raciais, ao clima, a corrupção, ao comunismo sempre ocultando o fator exploração em decorrência da submissão e integração ao imperialismo.

6 – A legitimação da cultura de colonização ocorre de forma sutil através dos meios de comunicação, da escola, da atuação dos governos, da forma de organização do trabalho constituindo o seu rompimento uma atividade complexa existindo, neste sentido, em nossa história, exemplos de pequenos avanços e grandes retrocessos.

7 – Em termos gerais o grande senhor de terras escravista, o minerador proprietário de escravos e mesmo a classe igualmente parasitária de exportadores de produtos primários sobrevivem em nossos dias graças a preservação das relações de base colonial tenham origem em Lisboa, Londres ou Nova Iorque representando estas cidades os distintos modelos de administração e organização política do Brasil.

8 – A educação escolar brasileira, notadamente o ensino da história, pouco ou nada preocupou-se em entender a relação entre o atraso nacional e preservação do modelo econômico de base colonial preferindo identificar, datar os períodos criando uma colcha de retalhos com fotografias, textos incompletos e questionamentos superficiais agora no período pandêmico este quadro aprofunda-se através do retorno ao modelo tecnicista com perguntas e respostas a partir de textos limitados uma atividade entediante para alunos e professores.

9 – Os meios de comunicação, controlados pelos descendentes diretos ou adotivos daqueles antigos senhores de terras, em nome do lucro fácil, pagam royalties à indústria cultural dos Estados Unidos a ponto de gerações inteiras de brasileiros conhecerem e acreditarem na história mítica daquele país com seus heróis moralistas e sua defesa de uma tal liberdade sempre associada a determinação de um povo escolhido de Deus, mas pronto para impor o seu poder de forma nada sobrenatural utilizando, para este fim, os elementos profanos conhecidos por dinheiro e canhão.

10 – Esta assimilação cultural chegou e foi instalada de forma quase imperceptível graças a  condição de subordinação de nossa burguesia interessada em mostrar-se superior aos trabalhadores apresentando, esta dita elite, a negação ou entendimento de nossa formação como inferior entendendo como parâmetro o estágio final dos países centrais desconsiderando o processo histórico incluindo a subordinação nacional como forma de contribuição colonial ao crescimento e desenvolvimento daqueles países cultuados como superiores.

11 –  Em termos práticos podemos observar de forma nítida  a submissão da burguesia brasileira, através de seus representantes políticos, participando, na  embaixada dos Estados Unidos, das comemorações oficiais do dia da independência daquele país, mas condenando histericamente qualquer menção aos movimentos revolucionários da América Latina, da África ou da Ásia afinal estes representam o rompimento com o modelo imperialista daquele e por isso recebem a condenação e o rótulo de movimentos não democráticos. Democracia, neste caso, entendida em sua concepção mística e mítica na qual prevalece a vontade do imperialismo.

12 – Os representantes políticos da burguesia auriverde conseguem inverter até o conceito de patriotismo neste caso associado a defesa dos interesses estrangeiros representados na destruição dos instrumentos construídos, naqueles momentos de pequenos avanços, para a modernização da economia brasileira em benefício, vejam só, da burguesia. Preferem, os nossos ricos e seus representantes, uma subordinação ou integração plena ao imperialismo estes representantes políticos retomaram, com ferocidade superior aos anos 1990, a entrega da Petrobras, Banco do Brasil, Eletrobras, privatização da educação, limitação da pesquisa aos interesses do capital externo dificultando qualquer atitude de intervenção do Estado no sentido de superar o modelo econômico de base colonial mesmo que esta venha a partir dos interesses da burguesia como registrado em outros momentos históricos.

13 – Uma economia subordinada ao imperialismo implica em transformar um país soberano em tributário ao império e neste momento de crise profunda, acelerada a partir da pandemia da COVID-19, os ricos da matriz exigem fundos para a cobertura de suas dividas instituindo uma neoderrama exigindo de suas filiais aumento nos lucros as custas da redução dos salários e empregos somado ao acesso à mercados antes limitados como o caso da educação básica alvo, inclusive, daquele mais rico da lista do jornal Valor Econômico. O desemprego, os salários baixos, os atrasos nos pagamentos dos servidores públicos acabam por garantir o aumento das fortunas – os jornais mostram que aqueles senhores da lista citada neste artigo lucraram US$ 34 bi, assim mesmo com B de BILHÃO, enquanto os trabalhadores imploram pela manutenção de R$ 600,00.

14 – Enquanto os bilionários aumentam suas remessas ao exterior o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela a existência, até a primeira quinzena de junho, de 1,3 milhão de falências predominando, neste contexto, aquelas empresas de pequeno porte com até 49 funcionários, ou seja, a pequena burguesia brasileira segue ladeira abaixo e mesmo assim, mergulhada na cultura colonialista, prefere apoiar as medidas de manutenção do modelo decadente.

15 -  O sonho da pequena burguesia de morar em Orlando vai ficando mais e mais distante, as prestações atrasadas do apartamento com varanda gourmet, da pick-up, do colégio acumulam-se dia após dia e seguem os iludidos acreditando na salvação a partir da destruição dos direitos sociais e privatização de tudo, em resumo, não entendem a necessidade de rompimento com o imperialismo preferindo embarcar no discurso cínico e falimentar de seus representantes atacando os servidores públicos acusados de privilegiados e viverem na “Ilha da Fantasia”.

16 – Neste ponto, o habitat imaginário dos funcionários públicos, precisamos de alguns esclarecimentos; “A Ilha da Fantasia” foi o título de um seriado estadunidense, do final dos anos 1970, apresentado inicialmente na Rede Globo. Os episódios desenvolviam-se em uma ilha particular no Oceano Pacífico – o proprietário chamava-se sr. Huck que insinuava possuir muita influência política e econômica - na qual pessoas muito ricas pagavam para viver um sonho impossível e sempre terminavam este passeio sem concluir o desejo, mas partiam satisfeitos com as lições de moral recebidas. A transformação deste espaço fictício em local de moradia dos funcionários público representa o sucesso do processo de aculturamento efetivado a partir da indústria cultural estadunidense.

17 – Vejamos os motivos deste sucesso; a cultura colonialista apresenta como verdade a lenda de um país mítico da América do Norte no qual existem oportunidades iguais para todos bastando para acessar a fortuna o esforço individual também conhecido por meritocracia. Neste reino encantado o Estado não intervém na economia, tudo é privado revelando este último ponto a vitória da mão invisível do mercado.

18 – Aculturadas a grande e pequena burguesia do Brasil acreditam na lenda, ajoelham-se diante do altar do destino manifesto divulgando, sem pestanejar, os textos sagrados do Estado não intervencionistas, da meritocracia. Assumem os bilionários um discurso de ordem religiosa amparado na ordem divina do “com o suor do teu rosto comerás o teu pão” naturalmente excluindo, das determinações divinas, a sua classe visto a condição de ócio total decorrendo desta a ausência de suor na hora de fartarem-se de pão, caviar, ostras sempre acompanhadas de vinhos e champanhes com valores de até R$ 4 mil.  

19 – A crença, o aculturamento dos bilionários possui grande apelo em função do controle exercido por uma classe dos meios de comunicação, das editoras – inclusive de livros didáticos - dos financiamentos das campanhas eleitorais e deste a elaboração das leis incluindo aquelas da educação formal em seus diferentes níveis. O representante político da burguesia – neste caso um herdeiro de Minas Gerais que nunca comeu o pão com suor do próprio rosto – ao citar uma ilha imaginária de uma antiga série de televisão apenas reforça a lenda utilizada, culturalmente, como base para submissão do Brasil aos interesses do império.

20- A lenda da não intervenção do Estado na economia estadunidense é, como toda crendice, facilmente contestada quando verifica-se a organização econômica daquele país dependente, em grande escala, das encomendas oficiais notadamente no setor armamentista representando o Departamento de Defesa o maior empregador individual do mundo com pelo menos 3,2 milhões de funcionários públicos. Este mesmo setor estatal é responsável pelo maior consumo interno de energia – petróleo e eletricidade – garantindo, inclusive nestes tempos de crise, a sobrevivência de outros tantos empregos no setor petrolífero nacional.

21 – As grandes empresas de tecnologia estadunidenses movimentam recursos financeiros gigantescos incluindo a pesquisa e inovação sempre financiadas com recursos públicos notadamente aqueles destinados à guerra assumindo o Estado, inclusive, a condição de autorizar e selecionar quais países e empresas podem comprar estas mesmas tecnologias.

22 – Ao propor o afastamento do Estado, condenar o planejamento econômico, assumir a política de privatização a burguesia brasileira, através de seus representantes políticos, simplesmente impede a criação de qualquer política de desenvolvimento nacional criando neste ponto os impedimentos ao acesso à educação, saúde, assistência social, emprego, segurança garantidos na ainda vigente Constituição de 1988.

23 – A superação da cultura colonialista constitui o primeiro passo no sentido de superar o atraso nacional, a pobreza, o desemprego necessitando para a sua efetivação uma critica profunda a forma de representação política, do acesso a informação da organização das representações sindicais e entendimento do conceito de educação ainda hoje, em função da submissão ao imperialismo, resumido a sua forma restrita de escolarização em tempos e espaços reduzidos.


terça-feira, 14 de julho de 2020

CORTAR DIREITOS DO POVO PARA AUMENTAR OS LUCROS DOS RICOS




* OS RICOS TAMBÉM CHORAM

* CORTAR DIREITOS DO POVO PARA AUMENTAR OS LUCROS DOS RICOS

* SEGURANÇA PÚBLICA NO ALVO DOS CAPITALISTAS

Por Wladmir Coelho

1 – A Rothschild Capital Partners que administra os investimentos de David D. Rothschild, movimentando em 2019 US$ 330 milhões, recorreu ao programa oficial de apoio as pequenas empresas dos EUA ficando habilitada para o recebimento de até US$ 350 mil como forma de garantir o emprego de seus 8 funcionários.

2 – Os Rothschild não foram os únicos beneficiados existindo, segundo a agência Reuters, outros 2 mil administradores de fortunas na lista de beneficiados com recursos públicos apresentando um grande apetite financeiro sempre alegando salvar empregos normalmente na casa de uma dezena.

3 -  Outro setor da iniciativa privada – as chamadas escolas charter – financiadas a partir de recursos públicos em nome do velho e carcomido discurso da concorrência como forma de melhoria dos serviços sem a intervenção do Estado, ao que parece, conseguiram acesso a pelo menos US$ 1 bilhão, veja bem, neste caso temos somente as chamadas charter algo semelhante ao projeto de vouchers proposto aqui e ali no Brasil e muito caro ao sr. Paulo Guedes.

4 – As escolas religiosas, privadas – as charter apresentam-se como instituições sem fins lucrativos – incluindo aquelas dos muito ricos pegaram outros tantos bilhões enquanto nas escolas públicas na principal economia do mundo ocorrem cortes orçamentários e demissões em nome, inclusive, da implantação do chamado modelo híbrido incluindo na carga horária aulas remotas.

5 – Por falar em modelo híbrido; Bill Gates controla hoje uma fortuna de US$ 114 bilhões, os Walton´s – não aqueles da antiga série de TV, mas os controladores do Wall Mart – guardam um tesouro de US$ 150 bilhões e não param de acumular. Bom Wladmir qual a relação destes homens muito ricos com a educação? Respondo; Gates, sabemos todos, tem interesses no fornecimento de equipamentos para o ensino à distância enquanto a família Walton financia institutos pelo mundo afora defendendo a privatização da educação devidamente acompanhada de escolas presentes em seus fundos de investimentos.

6 – O mundo mais de 1 bilhão de estudantes nos diferentes níveis um mercado fantástico ainda pouco explorado possuindo este uma característica prá lá de atrativa; os governos, inclusive do Brasil, financiam o processo educacional gerando o famoso “capitalismo sem risco” para os investidores.

7 – Aqui no Brasil os bancos, a fundação bafo de onça escrevem os textos das reformas previdenciárias, administrativas com o único objetivo de limpar as folhas de pagamento, fechar unidades escolares sempre acompanhado do que sabem fazer melhor; o desemprego como forma de continuidade do saque aos cofres públicos.

8 – Estes grupos aproveitaram a pandemia do COVID-19 para acelerar o processo de privatização sempre em nome da “eficiência” do setor privado um eufemismo para retirada de direitos dos trabalhadores.

9 – Em Minas Gerais o processo superou o setor da educação e atingiu a Polícia até pouco tempo considerada intocável acreditando, muitos de seus membros, pertencerem ao quadro de uma instituição inatingível pela mão invisível; ledo engano. A polícia também é alvo dos interesses econômicos encontrando-se na lista dos setores colocados em oferta no mercado.

10 – Os defensores do capitalismo sem risco propagam o discurso da austeridade fiscal e apresentam-se, através de suas empresas, com soluções mágicas ao estilo daquela adotada em Sacramento – Califórnia - que terceirizou o setor de trânsito, contravenções ficando aqueles policiais não demitidos com a função de investigar assassinatos e crimes “graves”. Temos ainda os famosos Business Improvement Districts (BIDs) quando determinada área de uma cidade considera insuficiente o serviço público oferecido – segurança por exemplo – e através de um “acréscimo” nos impostos permite ao Estado a contratação de serviços terceirizados. Nova York possui BIDs no setor de segurança possibilitando este modelo a redução nos quadros de sua famosa polícia na qual trabalhou, inclusive, o Kojak.

11- Em tempos de privatização total sequer os exércitos ficam de fora existindo inúmeras empresas internacionais especializadas em guerra – a Venezuela foi recentemente atacada por um exército de mercenários – disputando estas contratos no Iraque, Síria ... com homens recrutados em diferentes pontos do planeta geralmente formados a partir de aulas oferecidas por instrutores contratados pelo Exército dos EUA.

12 – O modelo de privatização no Brasil torna-se mais agressivo diante da crise não poupando esta a sede do capitalismo mundial, os EUA, gerando o choro dos ricos acompanhado este da elevação dos tributos dos países periféricos, colonizados sempre em nome da dita austeridade e competência do setor privado.   


domingo, 12 de julho de 2020

12 CONTOS, EIS O PREÇO PARA SER COLONIZADO


* 12 CONTOS, EIS O PREÇO PARA SER COLONIZADO

* O MUNDO ENCANTADO DE DISNEY VAI DESABANDO

Por Wladmir Coelho

1 - Ao ler a reportagem vou verificando o seguinte; a classe média baixa aqui do meu bairro adora propagandear a respeito dos valores pagos nas escolas privadas acreditando que seus filhos recebem uma educação superior pelo fato estudar em escola particular um caminho aberto, segundo a crendice da pequena burguesia, aos empregos e cargos mais elevados.

2 - Bom, agora vejamos esta escola de São Paulo com mensalidades de 12 contos. Um pai – que prefere não identificar-se - afirma realizar um investimento entendendo a escola como meio de estabelecer contatos, negócios (um casamento também não vai mal). Depois tem o seguinte; parte dos alunos é constituída por filhos de dirigentes de empresas multinacionais trabalhando no Brasil, ou seja, os seus herdeiros preparam-se para a sucessão. Meritocracia de sangue, genética.

3 – E quanto aos herdeiros aqui do meu bairro? ora, estes seguem com a tradição de ocupar o nível gerenciamento acreditando, iludidos com o uso de gravata ou sapatênis como prova de pertencimento ao andar de cima. Ledo engano.

4 – Outro fato a destacar na reportagem: os pais brasileiros estão retirando os filhos da escola de 12 contos com a conversa mole da inexistência de aulas remotas; há, há, há! a crise está batendo firme na conta bancária da classe dita alta e ainda tem gente acreditando em mundo colorido depois da pandemia.

5 – De resto fica a arrogância da escola estadunidense de 12 contos; segundo depoimentos o ensino não segue a BNCC – uai a tal de Base Comum não foi aplicada seguindo o sucesso dos EUA? a Reforma do Ensino Médio buscou inspiração em qual país mesmo? – e não dá bola para as reclamações dos riquinhos da colônia e pouco se importa em perder alunos. Sorry, periferia.

6 – O riquinho daqui vai descobrindo o que é ser colonizado.  

terça-feira, 7 de julho de 2020

O CORSÁRIO AINDA VIVE; INGLATERRA TOMA 31 TONELADAS DE OURO DA VENEZUELA





* O CORSÁRIO AINDA VIVE; INGLATERRA TOMA 31 TONELADAS DE OURO DA VENEZUELA

* UM IMPÉRIO DECADENTE SUSTENTANDO OUTRO

* FLORIANO, DUTRA E VARGAS; OS INTERESSES DOS INGLESES NO BRASIL

Por Wladmir Coelho

1 - O Banco da Inglaterra decidiu proibir Banco Central da Venezuela de resgatar o equivalente a UM BILHÃO DE DÓLARES em barras de ouro, propriedade do povo venezuelano, depositados nos cofres da sólida e honesta instituição inglesa.

2 - Este procedimento não é novidade e seria justificado, por exemplo, em caso de conflito entre os dois países, mas até o presente momento a Venezuela não afundou navios do antigo império, sequestrou bens dos súditos de sua majestade ou expropriou empresas ligadas ao decadente imperialismo britânico. Fica aqui outra questão: retirada esta quantidade de ouro dos cofres de sua majestade o impacto na economia, notadamente nestes dias de crise, não seria desprezível. Eis o mistério da interferência externa.

3 – Os governantes ingleses sempre foram arrogantes e abusados na defesa dos interesses de seus capitalistas notadamente no momento de cobrar a fatura dos empréstimos, sempre apoiados por seus navios de guerra ameaçando, invadindo países da América do Sul apossando-se das alfândegas, retirando da população as somas decorrentes dos juros impagáveis instituídos a partir de contratos assinados por corruptos dos dois lados.

4 – Em nosso solo pátrio o império deitou e rolou; primeiro recebendo o ouro de Minas graças ao Tratado de Methuen financiando este a Revolução Industrial. Depois de 1822 inundou com empréstimos, via família Rothschild, os cofres dos nobres e oligarcas do Brasil, Portugal e Londres – naturalmente sobravam algumas libras para o nosso torrão amado – sempre renovados com cláusulas absurdas desrespeitando em tudo a soberania nacional. Segundo a lenda o Marechal nacionalista, Floriado Peixoto, foi dos poucos a enfrentar o império de sua majestade ameaçando receber à bala os navios de guerra do rei supostamente enviados para “proteger” os súditos durante a Revolta da Armada.

5 - Para compensar o Marechal Floriano temos outro Marechal; Eurico Dutra. Este bondoso homem resolveu ajudar o governo inglês, combalido em função da guerra, estatizando uma antiga ferrovia com maquinário ultrapassado pagando, obviamente, uma fortuna em ouro. Vejam neste caso a validade, a legitimidade da intervenção do Estado na economia, obviamente em benefício do capital internacional.

6 – Os capitalistas ingleses, mesmo em decadência, jamais deixaram de colaborar com o atraso no Brasil; diante da política de desenvolvimento e aproveitamento dos minerais atômicos desenvolvida a partir dos anos 50, durante do Governo de Getúlio Vargas, os navios ingleses sequestraram o equipamento necessário a construção da usina de tratamento químico de minerais atômicos adquiridos da Alemanha graças ao empenho do Almirante Álvaro Alberto contrário a simples exportação destes minerais. Neste caso o governo inglês atuou na condição de corsário do império estadunidense terminando o Almirante Álvaro Alberto demitido, no governo Café Filho, pelo general entreguista Juarez Távora da presidência do CNPQ enterrando assim o projeto de inclusão do Brasil no clube dos países em condições de desenvolver a energia nuclear.

7 – VOLTANDO AO OURO: Mantendo a secular tradição de desrespeito à livre determinação dos povos e sua condição de corsário dos Estados Unidos os governantes ingleses simplesmente entregam ao sr. Juan Guaidó a administração de 31 TONELADAS DE OURO, pertencentes ao povo venezuelano, alegando possuir o referido senhor a condição de presidente da república, defensor da democracia, lutador contra a corrupção e combatente do tráfico de drogas. Naturalmente os defensores da democracia instalados em Washington precisam receber a sua parte do ouro através do pagamento da estrutura militar de combate ao tráfico de drogas encontrando-se o submisso titular do dinheiro pronto para ajudar.

8 – Os jornais hegemônicos andam gastando analistas dizendo que a sentença inglesa não deixou claro a autoridade do sr. Guaidó para movimentar a conta com o ouro sequestrado. Nenhum destes especialistas esclarece o óbvio: o povo venezuelano precisa destes recursos que atualmente servindo para positivar os balanços.  

9 – Ao sr. Guaidó o governo estadunidense já havia autorizado meter a mão nos recursos da CITGO, uma subsidiária da estatal petrolífera venezuelana PDVSA, agora o presidente autoproclamado tem a sua disposição o ouro tudo isso sem Tribunal de Contas, orçamento votado e aprovado na Assembleia, prestação de contas, manutenção de escolas e hospitais. O preferido dos EUA utiliza os recursos do povo venezuelano para contratar empresas estadunidenses como aquela de mercenários da recente e fracassada tentativa de invasão do país somado o fato ao suborno de políticos, militares, empresários para a formação de grupos paramilitares responsáveis por atos terroristas.

10 – A crise detonada a partir da pandemia do COVID-19 resultou em políticas de salvação dos grandes bancos, indústria automobilística, fábrica de aviões, gigantes do petróleo sempre com dinheiro público e redução dos direitos dos trabalhadores incluindo os salários. A prática de confiscar riquezas dos pobres para manter os ricos, como sabemos, não constitui novidade e revela-se presente em nossos dias. 



domingo, 5 de julho de 2020

5 DE JULHO DE 1962; A GREVE GERAL QUE CONQUISTOU O 13º SALÁRIO






* 5 DE JULHO DE 1962; A GREVE GERAL QUE CONQUISTOU O 13º SALÁRIO

* MOURÃO; HERDEIRO DOS CORONÉIS REACIONÁRIOS DE 1954

* O CAPITÃO BOLSONARO TEM UM ENCOSTO; O MARECHAL DUTRA

Por Wladmir Coelho

1 - O sr. Bolsonaro e seu vice, um general carreirista, não esconderam durante a campanha eleitoral o seu desprezo pelos trabalhadores anunciando, sem o menor pudor, o objetivo de concluir o processo de eliminação dos direitos trabalhistas e previdenciários representados hoje na caricatura denominada CARTEIRA VERDE E AMARELA.

2 – Ao longo da campanha eleitoral o general entreguista e candidato a vice deitou falatório em auditórios repletos de empresários “nacionais” atacando, preferencialmente, o 13º salário um privilégio, segundo o militar antinacionalista, recebendo este aplausos e vivas dos ricos e apoio frenético da classe média acreditando seus membros na conversa fiada dos investimentos internacionais que inundariam o Brasil sobrando assim alguma coisinha para o dono da padaria, das butiques, franquias de chocolate e outros segmentos ávidos pela antiga e colonizada pretensão de morar numa mansão de papelão e gesso em Miami, passear na Disney ou simplesmente colocar em dia a prestação do carrão de cabine dupla.

3 – A promessa de investimento externo não foi cumprida, mas o trabalhador perdeu os seus direitos, os salários encontram-se reduzidos, o desemprego alcança mais da metade da população em idade produtiva, os serviços públicos seguem em acelerado desmonte para entrega ao setor privado e sabemos, no caso da água, até a empresa estadunidense escolhida como principal beneficiada.

4 – Voltemos ao general antinacional e sua implicância com o 13º salário justificada esta em sua condição de conservador e entender o que afinal esta gente quer conservar. Primeiro a data: a aprovação da lei do 13º salário e sua posterior assinatura pelo presidente João Goulart decorre de uma greve geral iniciada no dia 5 de julho de 1962. Os trabalhadores também exigiam neste movimento a aprovação de um gabinete nacionalista. Como sabemos os reacionários impediam, graças ao sistema parlamentarista em vigor, a aprovação das políticas econômicas necessárias à superação do modelo de base colonial.

5 – Estes mesmos reacionários, inclusive sua parcela militar, jamais concordaram com as conquistas dos trabalhadores reivindicando, os generais antinacionais, a sua condição de tutores do povo brasileiro entendida esta tutela como forma de garantir o predomínio dos interesses do imperialismo estadunidense, a saber, salário baixo para no máximo garantir mão de obra barata voltada ao trabalho em empresas ianques aqui instaladas. A tutela foi construída a partir da doutrinação da CIA, os bancos da Escola Superior de Guerra, dos acordos militares sempre em nome do combate ao perigo comunista e muito verde-amarelíssimo.

6 – Quanto ao presidente João Goulart os entreguistas apresentavam uma resistência datada de 1954 quando este político gaúcho, a convite do presidente Getúlio Vargas, ocupou o Ministério do Trabalho e cumprindo uma promessa eleitoral de Vargas concordou com o aumento de 100% do salário mínimo congelado desde 1945 por obra e graça do Marechal Dutra e sua política de arrocho salarial e perseguição aos trabalhadores sempre em nome da liberdade e combate ao perigo comunista uma assombração criada, como sabemos, a partir do terrorismo estatal estadunidense. Goulart foi alvo, em função do citado aumento, do chamado manifesto dos coronéis reclamando estes oficiais, inclusive, da situação “absurda” a ser criada quando um comerciário carioca passaria receber salário superior ao do sargento. Qualquer pessoa hoje com o mínimo de inteligência perguntaria: no lugar de barrar o aumento do salário mínimo estes senhores não deveriam propor melhores soldos aos sargentos? A resposta é simples; os sargentos pertencem a mesma classe social dos comerciários encontrando, desta forma, o mesmo desprezo de seus superiores. Sorry periferia.

7 – Esta comparação ou indexação dos salários dos civis aos soldos dos militares serviu como espécie de teto para os funcionários públicos limitados aos ganhos de um general de brigada. Bem, isso antes do golpe militar de 1964 quando a média foi rebaixada para o salário de 3º sargento. 

8 – Como percebemos o general Mourão representa uma tradição dos setores antinacionais do Exército existindo, devemos recordar, militares com pensamento mais avançados. Infelizmente, após do golpe de 1964, estes foram afastados dos quartéis possibilitando a ascensão e o nível verificado em nossos dias incluindo um antigo oficial reformado a partir de um acordo político quando merecia no mínimo a expulsão.

9 – Naquele mesmo 1962 no mês de setembro outra greve geral arrancou dos deputados e senadores a antecipação do plebiscito que derrotou o parlamentarismo iniciando este processo o desenvolvimento e apresentação das chamadas Reformas de Base defendidas pelo presidente João Goulart criando esta uma aliança progressista, anti-imperialista, reunindo trabalhadores civis e militares do campo e da cidade.

10- A posição dos srs. Bolsonaro e Mourão contra o 13º salário e outras conquistas trabalhistas agrega o desprezo das elites nacionais contra qualquer forma de trabalho a não ser aquela fundamentada no escravismo base de sustentação de um modelo econômico de base colonial.


sábado, 4 de julho de 2020

BOLSONARO ALGUMA VEZ LEU A DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS EUA?




* BOLSONARO ALGUMA VEZ LEU A DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS EUA?

* SOBERANIA NACIONAL; A DEFINIÇÃO RADICAL DE 1776

* A PATOTA ENTREGUISTA COMEMORA A INDEPENDÊNCIA DA MATRIZ MATANDO A NOSSA

Por Wladmir Coelho

1 – Fica evidente o total desconhecimento da patota da foto, reunida em Brasília para comemorar o 4 de julho, do texto da Declaração de Independência dos Estados Unidos pautada pelo rompimento com o modelo econômico colonial defendendo a soberania nacional.

2 – Vejamos a definição de soberania presente no documento em questão: “declaramos solenemente: que estas colônias unidas são e de direito têm de ser ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que estão desobrigados de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES, têm inteiro poder para declarar a guerra, concluir a paz, contrair alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados independentes.”

3 – Sabemos todos que alguns anos depois desta declaração de liberdade plena e defesa da soberania aquelas 13 colônias evoluíram para um império ocupando, inclusive, metade do território de soberano México guardando para seus interesses particulares o discurso liberal da declaração.  

4 – Observe ainda, o ilustre leitor, as gargalhadas da patota da foto possivelmente diante de algo muito engraçado ou irônico presente no texto da Declaração de Independência dos Estados Unidos talvez a leitura jocosa por um dos presentes do trecho que segue: “todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida”. Viram? direitos inalienáveis. O chefe da patota não consegue pronunciar esta palavra cuíca aplicá-la principalmente no ponto referente a vida bastando para isso recordar, nestes tempos de pandemia,  sua prática de incentivo ao contágio como forma de salvação “do mais apto” matando outro ponto do documento alvo das comemorações: “todos os homens são criados iguais”. Aqui a patotinha não vai conseguir ficar sem rir mesmo, afinal, esperar o que de representantes de um segmento que reúne desde monarquistas – estes acreditam possuir sangue azul e direito divino ao mando e boa vida – passando por ricaços, herdeiros possuidores da meritocracia genética chegando aos generais defensores da tutela de nossos trabalhadores como forma de garantir a relatividade do termo soberania cujo significado os autores da declaração radicalizaram como é possível verificar.  

5 – Outro motivo de gargalhadas encontra-se possivelmente nesta acusação e censura a postura do rei da Inglaterra presente no documento de independência: “Tentou tornar o militar independente do poder civil e a ele superior.” Vejam só a Declaração de Independência dos Estados Unidos é comunista diriam os histéricos e histéricas das faixas a exigir a volta da ditadura através da “intervenção militar já”.

6 – O sr. Bolsonaro e sua patota comemoram hoje menos a liberdade de um povo e sim a subordinação de outros tantos, inclusive o brasileiro, aos interesses do imperialismo. 


Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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