sábado, 31 de outubro de 2020

PROFESSOR UBERIZADO?






 

* PROFESSOR UBERIZADO?

* AS AVENTURAS DE UM PROFESSOR NO REINO DO RENTISMO

POR WLADMIR COELHO

1 - NO REINO DAS ILUSÕES: A Microsoft, apenas para ilustrar, criou o seu Office 365 uma vez “alugando” o direito de uso deste produto por um ano e não gasta mais nada afinal não tem custo de reprodução ao contrário, por exemplo, do fabricante de pincel que precisa fabricar um novo para coloca-lo no mercado.

2 - O trabalhador do UBER paga pelo carro, bicicleta, motocicleta enquanto o professor paga pelo computador, internet para usar os aplicativos elaborados pelos mesmos senhores do Vale do Silício. Tudo isso com a ilusão da inexistência de patrão enquanto a realidade mostra uma subordinação aos grandes senhores da chamada tecnologia de informação definindo estes nossa jornada de trabalho e no caso do professor o que e como desenvolver com seus estudantes.   

3 - E QUEM FINANCIOU ISSO? Ainda existem aqueles iludidos com a propaganda venha esta através de livros biográficos – na verdade obras de ficção – filmes igualmente ficcionais, palestras e outras armas da dominação cultural sempre com aquela conversa da genialidade do Bill Gates, Mark  Zuckerberg, Larry Page, Esteve Jobs ocultando o principal: O ESTADO foi e continua a ser o principal financiador destes e outros senhores através de suas encomendas para matar, espionar, destruir. Os bancos chegam para unificar os projetos e quando financiaram estes gênios o fizeram diante das necessidades do capital e para este fim assumiram, como fazem com tudo que financiam, o controle deste setor irrigando com aqueles recursos dos famosos fundos de investimentos mantendo assim o cassino das bolsas.

4 – Nestes cassinos negociam-se papeis e mais papeis a partir de lucros fictícios sustentados pela maior exploração possível e para este fim retiram-se direitos trabalhistas, sociais sempre em busca do apoderamento dos recursos públicos através da negociação de títulos, privatizações drenando do Estado para os bancos, fundos e destes aos rentistas uma gente que produz pouco e ganha muito como vamos observar a seguir.  

5 - Colega professor de Minas Gerais narrou o seguinte: “Wladmir paguei quase R$ 200,00 para renovar o Office 365.” Prosseguiu: “renovei para manter e continuar o meu trabalho remoto e cumprir os prazos dos anexos, correções, reuniões cujo acesso ocorre a partir da internet que pago todo mês”.

6 – PARE, OLHE, ESCUTE: o custeio das aulas remotas é pago em parte com recursos privados do servidor público professor servindo estes para encher os cofres de mr. Bill Gates e demais rentistas do Vale do Silício aquele paraíso dos exploradores hipócritas do discursinho moderninho, do sapatênis, dos pufes coloridos.

7 - Rentista é quem não trabalha e vive de renda, ou seja, aquele explorador confortavelmente instalado em sua mansão ecológica, inteligente; ocioso graças ao trabalho dos outros e nestes outros vamos incluir os professores hoje subordinados aos caprichos da Microsoft, Google, Facebook, empresas representantes da boa vida dos ricos e defensoras daquele discursinho fajuto da meritocracia.

8 – Os meios para legitimar a boa vida dos ricos incluem entorpecer, drogar através de vídeos chorosos relatando casos isolados do sucesso daquele ou daquela sempre associado ao indivíduo, ao esforço pessoal decorrente do “projeto de vida” um modo perfumado de adaptar o indivíduo ao modelo transformando o professor em instrutor de autoajuda um papagaio a repetir: “você faz a sua história”, “só o empreendedorismo liberta”, “o mundo não tem mais patrão”, “o paternalismo estatal é mau”... Tudo isso no Brasil que somente conquistou o direito à escola básica pública, gratuita em 1988, o mesmo servindo para o ensino superior e a saúde. Eis que da noite para o dia começa o povo brasileiro a perder tudo isso e mais aqueles conquistados duramente a partir dos anos 1930 em nome do fim de um paternalismo estatal isso no último país a acabar com a escravidão marcado por relações de trabalho próprias de uma economia de base colonial.

9 - Somente a ilusão decorrente do entorpecimento cultural legitima uma escola na qual o professor paga aluguel dos instrumentos que utiliza para trabalhar e ainda é obrigado a participar de cursos para adequar o estudante ao modelo com certificado e tudo. Certifico que fulano é agora um feliz defensor do mundo dos rentistas, no qual é proibido falar em classes sociais, dominação imperialista encontrando-se apto para oferecer uma formação ligeira na qual conhecimento é saber operar a tecnologia – veja bem operar e não criar mantendo a nossa condição de consumidor e  comprador -  a ser ofertada pouco importando tratar-se da máquina de fazer macarrão numa fábrica, operar o aplicativo de entregas ou utilizar as apostilas depositadas no Google Classroom  ou tudo junto considerando o trabalho por hora isso quando conseguir este privilégio, pois de resto fica a possibilidade de empreender a venda de panos de prato no sinal. 


sábado, 3 de outubro de 2020

BANQUEIROS QUEREM AULAS PRESENCIAIS E MORTE DOS PROFESSORES


 

* BANQUEIROS QUEREM AULAS PRESENCIAIS E MORTE DOS PROFESSORES

* DEMOCRACIA À MINEIRA; FAÇA O CURSINHO DE DOUTRINAÇÃO OU RUA

* A MORTE DO DIREITO E O NASCIMENTO DOS SERVIÇOS; AS BONECAS DESLUMBRADAS DA EDUCAÇÃO E SUAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS

* A POLÍTICA EDUCACIONAL CHACRINIANA DE MINAS GERAIS

Por Wladmir Coelho  

1 - Os banqueiros, os fabricantes de bebidas alcoólicas, as bonecas deslumbradas com seu papo furado de entidade sem fins, mas começos prá lá de lucrativos realizam a sua pressão diária para o retorno das atividades presenciais tudo muito bem divulgado na imprensa adestrada, ensaiada, doutrinada sempre com a conversa de defesa “da população” e superação da “crise da pandemia”. Esta mesma gente nunca apresenta uma solução para a crise na qual o trabalhador não fique ainda mais prejudicado, ao contrário, tratam de defender os ricos e garantir o patrocínio, a boiazinha gratuita nos jantares das associações empresariais, das viagens e viagens – entenderam né – nos jatinhos exclusivos.

2 – A suspensão das atividades presenciais nas escolas resulta na suspensão daquelas intervenções – sem fins lucrativos – simbolizadas nos projetos em mais projetos de salvação dos jovens e seu futuro a partir da adequação a disputa do salve-se quem puder, do cada um por si e principalmente a valorização do discurso carcomido da meritocracia. Todo professor conhece muito bem os chorosos filminhos de superação da pobreza reduzido este fato a vontade individual, não precisa mudar a estrutura não, basta ao jovem seguir a bíblia do capital e vai tudo bem. Entendam uma coisa; na realidade estes monstros devoradores de recursos do povo encontram-se irritados com a suspensão de suas intervenções sem fins lucrativos simbolizadas naquelas "formações" doutrinárias em defesa da escola pública lucrativa transformando direito em serviço a ser oferecido a partir de suas plataformas digitais, material e professores contratados de forma precária. Não está acreditando? faça uma leitura do texto da REFORMA ADMINISTRATIVA.

3 - Apenas para ilustrar; a palavra DIREITO no texto da dita reforma não existe e foi substituída por SERVIÇO. E quem vai prestar o serviço? Ora, as entidades das bonecas deslumbradas que por sua vez associam-se aos bancos e fabricantes de bebidas alcoólicas devidamente contratadas pelo Estado tudo isso sem gastar um tostão utilizando os prédios públicos, inclusive escolas, a partir da exploração do trabalho dos professores P R E C A R I Z A D O S, entendeu, P R E C A R I Z A D O S, ou seja, trabalho por hora sem direito a mais nada, N A D A!

4 - Isso quer dizer o seguinte; não tem estabilidade, concurso a seleção para exploração será realizada a partir do grau de submissão ideológica adquirida a partir dos cursinhos de doutrinação que todo professor conhece muito bem tanto faz se na  versão de encontros com belíssimas mesas de coffee break, escrito assim mesmo prá ficar evidente o grau de colonização desta gente. Para ilustrar a forma de subordinação; dizem que uma determinada secretaria de educação colocou na rua os diretores que recusaram participar de um deste cursinhos apesar destes gestores ocuparem os cargos por legitimação das comunidades escolares. Eis a democracia desta gente, não pensou igual é rua, chicote, humilhação.

5 - Um procurador exige, segundo os jornais, o fim das atividades presenciais do Colégio Militar de Belo Horizonte - não confundir com Colégio Tiradentes e muito menos ainda com aquela caricatura do modelo denominado Escolas Cívico-Militares - afirmando que não foram cumpridas as promessas de não obrigatoriedade da presença dos alunos e professores.

6 – Enquanto isso em Minas Gerais um festival de resoluções, ofícios, memorandos, reuniões online, inundam diariamente os grupos de WhatsApp dos professores com a evidente intenção de aplicar o método de governo Chacrinha fundamentado na filosofia do “eu vim para confundir e não para explicar” a ponto de hoje ninguém possuir clareza quanto ao dito retorno das condições de legalidade do ato e menos ainda da forma de organizar a resistência.

7 – Este dito retorno e aquela aparente  confusão  do governo de Minas Gerais vai funcionando – em tempo de grandes queimadas – para criar uma cortina de fumaça ocultando os interesses das dondocas das entidades sem fins lucrativos, a necessidade oficial de aprovar o retorno do coronelismo, de intensificação da exploração do trabalho dos docentes através da famosa e triste reforma administrativa.


Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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