segunda-feira, 2 de março de 2020



* EM MINAS DIREITO A EDUCAÇÃO PÚBLICA NÃO EXISTE MAIS

* A FARSA DO GOVERNO TÉCNICO

* UM HERDEIRO CONTRA OS TRABALHADORES

Por Wladmir Coelho

1 – Os jornais mineiros apontam o retorno das filas para matrículas nas escolas estaduais com pais e estudantes preocupados em garantir a vaga, em muitos casos, na única escola urbana do município.

2 – Em Minas este fenômeno da fila para conseguir uma vaga na escola pública era por muitos considerado extinto, contudo a “modernização” da administração revelou o quanto um governo de “técnicos” oriundos do setor privado, notadamente aqueles assalariados das fundações mantidas por fabricantes de bebidas alcoólicas e bancos somados aos carreiristas de plantão, podem  através de seus gráficos, tabelas, sapatênis e tesouras afiadas simplesmente acabar com direitos resultantes da mobilização histórica dos trabalhadores.

3 – Temos neste caso a aplicação plena do mítico e místico discurso liberal  meritocrático no qual a pessoa (aqui no sentido de  individuo em luta contra todos com um “projeto de vida” fundamentado no egoísmo e necessidade de eliminação do “concorrente” para alcançar o sucesso empreendedor )  deve empenhar-se para acessar os meios e condições colocados a disposição de todos para a ascensão social destacando-se a educação entendida, na ideologia liberal, como forma de valorização individual e portanto distante das obrigações do Estado ou traduzindo: cada um por si.

4 – A transformação – segundo a resolução que regulamentou as matrículas em Minas – do jovem em candidato a vaga em uma escola pública ao contrário do direito a educação previsto na Constituição revela o nível de contaminação ideológica do governo chefiado pelo sr. Romeo Zema e seu blá, blá, blá de administração técnica.

5 – O discurso do governo técnico, não político, amparado na meritocracia apresenta em sua fundamentação elementos míticos e místicos constituindo, desta forma, uma obra da irracionalidade negando uma história da pobreza, das condições de vida do trabalhador, da falta de acesso a saúde e educação.

6 - Convenhamos: um herdeiro é educado para dominar, explorar ao máximo a sua fonte de riquezas e prazeres a saber a mão de obra, o suor do trabalhador e não será a classe dos ricos a defensora da escola, saúde e pesquisa financiadas a partir do Estado estes simplesmente defendem, no caso brasileiro, a manutenção do modelo do atraso subordinado ao imperialismo.

7 – O político demagogo encarna esta condição mítica e mística – irracional - apresentando-se para o povo como símbolo do sucesso entendido este como resultante de “muito trabalho” sempre ocultando a sua origem ou classe social verdadeiro fundamento do alegado sucesso individual.

8 – Herança do papai, do sogro, entrega a condição de agregado dos grupos econômicos nacionais e estrangeiros representam as conhecidas fórmulas para o sucesso individual meritocrático do político demagogo um farsante pronto para ampliar as formas de exploração do povo.

9 – Outra variação do demagogo surge do interior do Estado através do carreirismo ao modo do politiqueiro profissional do discursinho moralista e patrioteiro ritualístico localizado, predominantemente, no setor militar apresentando seus líderes, em função da ausência do pedigree, a condição de cooptados dos grandes grupos econômicos internacionais atuando este tipo, sem o menor pudor, no sentido de implantar  uma ditadura contra o povo.

10 – Estes grupos de demagogos (civis e militares) – nos momentos de crise – revelam-se ainda mais unidos apresentando o elemento reacionário fardado com evidente papel de manter a “ordem” ameaçada diante da insatisfação popular com o desemprego, dificuldades ou impossibilidade de tratamento de saúde, inexistência de moradia digna, falta de escolas...


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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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