quarta-feira, 29 de abril de 2020

ZEMA O CAPIAU BAJULADOR






* ZEMA O CAPIAU BAJULADOR 

* O MORALISMO DA CLASSE MÉDIA ELEGEU OS ALGOZES DOS TRABALHADORES

* A FARSA DO GOVERNO TÉCNICO

Por Wladmir Coelho

1 – Em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo o sr. Romeo Zema afirmou: “[a] classe política bate em Bolsonaro porque perdeu privilégios” reforçando através desta sentença o credo de seu partido dito NOVO, um amontoado de banqueiros e grandes comerciantes, sustentados em termos humanos por representantes da classe média colonizada dita defensora da meritocracia entendido o citado termo em sua forma genética, hereditária afinal o partido do sr. Zema é conservador!

2 – Este discursinho moralista de classe média colonizada, pronunciado com voz e gestos de capiau, iludiu  muitos  eleitores e somado a conversa de “gestão técnica” acrescido da promessa de governar sem receber salário, aplicando o mesmo princípio aos secretários, levou ao delírio os ingênuos todos mordendo a isca do discurso fácil da superação dos problemas estruturais através do corte dos privilégios ao cafezinho, dos salários “milionários” dos servidores de carreira sem falar na cereja do bolo ou aquele famoso apelo ao governo ao modo de um administrador privado. 

3 – Neste ponto vou abrir parênteses e recordar o discurso eleitoreiro do sr. Zema prometendo este, por onde passava, fazer na vida pública o que faz na privada, ou algo do tipo, uma frase de evidente duplo sentido apresentando na forma uma administração efetivada a partir dos princípios de uma gestão eficiente revelando no conteúdo a possibilidade de fazer o que bem entender em nome do lucro e considerando a desastrosa política econômica verificada em Minas Gerais este, existindo, não foi parar nos cofres do Tesouro.

4 – Vamos aqui retornar à frase em apoio ao sr. Bolsonaro e desta podemos ainda retirar a intenção do sr. Zema em distinguir-se daqueles seres ditos “políticos” criando o herdeiro das lojas de produtos chineses a ilusão de governar a partir do domínio de uma técnica e veja bem; técnico, na boca do sr. Zema, não é o burocrata concursado como muitos acreditaram e diga-se de passagem a patota zemista, bolsonarista detesta, abomina, possui verdadeiro horror ao concurso público para eles uma espécie de privilégio e por consequência algo pertencente ao “político” neste caso entendido como situação espúria oposto a condição “técnica” uma espécie de luz a ser detectada por seres superiores com poder mediúnico desenvolvido em institutos dos grandes bancos, fundações com bafo de bebida alcoólica e outros centros com capacidade de apontar os iluminados para atuar de forma imparcial sem interferência do mundo profano.

5 – Em termos concretos as fundações bafo de onça, os institutos dos bancos e outros centros acreditam encarnar a “verdade” e desta estabelecem as técnicas necessárias para o governo sem “privilégios”, neste caso, facilmente entendido como eufemismo para garantia de liberdade total dos interesses do capital utilizando para este fim o discurso da implantação de um governo ao modo das empresas privadas.

6 – Para efetivação desta prática trataram de recorrer ao apoio da classe média moralista entendendo esta como causa de sua instabilidade não a evidente e instável condição intermediaria, situação agravada em uma economia de base colonial, mas qualquer possibilidade de complementação ou compensação oferecida aos trabalhadores venha esta na forma de educação, saúde, segurança, assistência social públicas consideradas ofensivas a dita meritocracia e portanto um privilégio.

7 – Quando o sr. Zema condena o que ele chama de classe política faz na realidade uma jogada unindo o moralismo dito anticorrupção de classe média  incluindo neste o mítico discurso ideológico da igualdade de condições como base da sociedade capitalista necessitando este para o seu pleno desenvolvimento a liberdade absoluta da movimentação do capital sem as amarras, inclusive, dos impostos entendidos como forma de ataque ao direito de propriedade privada absoluta.

8 – Transformar o defensor do capital e dos abusos contra os trabalhadores em vítima do sistema constitui a maior jogada do bolsonarismo e neste ponto encontramos a razão de sua sobrevivência politica ao contrário das mil e quinhentas previsões de sua derrubada decorrentes das bombas do Intercept, da demissão do Mandetta ou do Moro sem falar na dita tutela dos generais estes muito mais interessados em manter os milhares de cargos ocupados engordando os soldos.

9 – Os oportunistas na periferia do oportunista maior perceberam esta jogada e tratam de tirar o maior proveito possível afinal este método funcionou muito bem durante as eleições servindo ainda para ocultar o pecado original do principal beneficiado e, diga-se de passagem, a “classe” apontada como escória pelo sr. Zema representa o ninho no qual foi chocado o ovo – neste caso faço referência a estrutura expelida pela galinha ou coelhinho da páscoa sem nenhuma relação com a novíssima gramática zemista – do qual surgiu o sr. Bolsonaro nutrido com toda aquela gosma hipócrita e nada patriótica hoje transformada em discurso de sustentação de um governo entreguista e contrário aos trabalhadores. 

10 – Em Minas Gerais o projeto para aplicação do projeto oportunista encontra, devemos reconhecer, grande instabilidade decorrente esta, em parte, da quebra da aliança entre os bolsonaristas, notadamente aquele formando a partir de setores das polícias, com lideranças interessadas em ocupar – na marra? – o posto hoje entregue ao maior interprete de capiau dos últimos tempos. Este assunto até merece um novo texto.

11 – Enquanto isso o sr. Zema – o oportunista periférico – segue o modelo bolsonarista, sem Bolsonaro ser, colocando em risco o cargo que pretende proteger revelando nesta ação o seu total primarismo notado desde suas constantes vacilações inclusive aquela da defesa da imunidade do rebanho expondo a vida dos trabalhadores da educação criando as condições para a suspensão – através de liminar – das atividades semipresenciais nas escolas cinicamente denominadas de trabalho remoto.

12 – O tempo vai passando os oportunistas seguem o seu trabalho de destruição do Estado brasileiro agora apoiados na mítica da salvação econômica a partir da reabertura dos botequins – quanta falta faz debater economia nas escolas! – desvalorizando a vida transformando os mortos em números de total agrado do grande capital interessado em superar a crise a partir da destruição ampliando o poder daqueles sobreviventes, as grandes empresas incluindo – evidentemente – os bancos hoje os maiores consumidores do dinheiro do povo.  

segunda-feira, 27 de abril de 2020

O SAUDOSISMO, A INGENUIDADE E A HISTÓRIA







* O SAUDOSISMO, A INGENUIDADE E A HISTÓRIA

* QUEM ACREDITA EM GENERAL NACIONALISTA?

* A CLASSE MÉDIA ILUDIDA SEGUE COM SUAS SUPERSTIÇÕES RUMO AO EXTERMÍNIO

Por Wladmir Coelho

1 – Saudosismo eis o “argumento” de nossos dias para justificar ações de salvação econômica aparentemente inovadoras em sua apresentação revelando-se na prática como simples placebo para a doença de um modelo reconhecidamente injusto transformado em função da sua naturalização em único caminho possível necessitando, segundo a crença predominante, de ajustes para a melhoria de seu desempenho.

2 -Estes ajustes ou retomada do sonhado fluxo natural aparecem na forma de manifestações de pequenos comerciantes e suas carreatas exigindo o fim da política de isolamento preferindo correr o risco de morrer e matar ao de alterar a dinâmica econômica de destinação dos recursos públicos aos bancos e destes aos especuladores de sempre aspecto mil vezes agravado no Brasil considerando a nossa condição de submissão ao imperialismo e por isso mesmo submetido a tributação efetivada a partir das perdas internacionais.

3 – A onda saudosista recebe agora um elemento mítico, ou seja, a criação midiática de um general “nacionalista” em choque com o ministro, melhor dizendo superministro, “neoliberal” encontrando-se o último – segundo as especulações do dia - as vésperas de sua exoneração resultando esta no surgimento de um tempo de prosperidade e harmonia graças a criação de um plano de gastos públicos, com propostas pouco claras e muito apelo publicitário, fundado em exemplos pretéritos incluindo desde o Plano Marshall até o Programa de Aceleração do Crescimento.

4 – O mítico general nacionalista representaria uma espécie de reencarnação ou quem sabe um simples encosto da política econômica do período  do ditador general Ernesto Geisel e seu acordo nuclear com a antiga Alemanha Ocidental, do avanço do “imperialismo” auriverde curiosamente a partir do capital estadunidense, da presença do Estado na economia mesmo associando a Petrobras aos famosos contratos de risco ou flexibilização do monopólio e até da política externa “independente” fora da órbita estadunidense simbolizada na retomada das relações diplomáticas com a República Popular da China em 1974 período anterior a oficialização das relações deste país com os Estados Unidos ocorrida em 1979, notem, oficialização.

5 –Vejam bem; o aclamado nacionalismo e pragmatismo do general Geisel não ultrapassava os limites estabelecidos pelo imperialismo seguindo, em termos práticos, a famosa visão do grupo integrado, inclusive, por Fernando Henrique Cardoso e sua dita teoria da dependência econômica existindo entre este e aquele, em função do momento histórico, divergências quanto a presença ou necessidade de empresas estatais ao modo da Petrobras, Eletrobras, das antigas siderúrgicas instituídas ou propostas durante os governos de Getúlio Vargas.  

6 – E assim retornamos ao dito general nacionalista e seu plano de recuperação econômica compreendendo este o simples retorno à situação anterior ao estrago detonado a partir da pandemia, ou seja, uma simples tentativa de salvação do modelo responsável pela tragédia do desemprego, do assassinato da reduzida indústria nacional, da precarização do trabalho, da destruição da pesquisa nacional e do sistema de saúde pública.

7 – O dito nacionalismo econômico do general busca uma fórmula para socorrer aqueles de sempre sem revelar ou propor um rompimento com as causas evidentes da fragilidade econômica nacional originadas no modelo em crise cobrando este um pesado tributo como forma de sua continuidade daí a necessidade de amparar-se em mitos, saudosismos, farsas, superstições macabras transformando o princípio do direito à vida em privilégio de classe e aqui um aviso aos pequenos burgueses: vocês não fazem parte do grupo a ser salvo encontrando-se a prova desta sentença na total ausência de apoio oficial aos pequenos comerciantes dopados a partir da ilusão de pertencimento ao mundo da grande burguesia enquanto a realidade aponta para um número circense na corda bamba sem direito a rede de proteção.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

TRUMP MENTIU; CHINESES NÃO OCULTARAM INFORMAÇÕES





* TRUMP MENTIU; CHINESES NÃO OCULTARAM INFORMAÇÕES

* MANIFESTANTES BOLSONARISTAS E AS ORDENS DA CIA

* INJETAR DETERGENTE NA VEIA A NOVA ORDEM DO IMPÉRIO

Por Wladmir Coelho

1 – Os Estados Unidos possuem uma rede de espionagem da qual não escapam as mais importantes lideranças políticas e financeiras do planeta e gastam com esta estrutura – somente com a CIA – US$ 60 bilhões anuais. O orçamento do setor de inteligência nos EUA é extremamente complexo e desprovido da transparência incluindo recursos provenientes do tráfico de drogas, comércio ilegal de armas práticas denunciadas em vasta literatura.

2 – Apesar deste amplo serviço de espionagem mr. Trump saiu a acusar o governo chinês de ocultar informações a respeito da contaminação através do COVID-19 e ainda colocou no balaio a Organização Mundial de Saúde (OMS) e logo foi apoiado no Brasil pelo entreguista de plantão diante do silêncio o entreguista operacional funcionando esta farsa como combustível para todo tipo de insanidade.

3 – Agora o jornal Washington Post denunciou o seguinte: cientistas dos EUA informavam em tempo real mr. Trump a respeito da situação da pandemia na China desde o início. Pronto, a conversa do encobrimento da realidade era falsa e não bastassem os técnicos da OMS possui o governo estadunidense os meios de sempre para saber o que ocorre em todo o planeta.

4 – Durante as tenebrosas manifestações do último 19 de abril exigindo no Brasil e EUA – percebam neste ponto a existência de uma ação concertada, coordenada envolvendo os histéricos dos dois lados do continente – o fim do isolamento social os extremistas colocaram-se diante das representações chinesas a gritar contra um plano dos comunistas chineses de infecção e destruição do planeta para depois dominar tudo. Os histéricos não explicavam o motivo de apoiarem a parte da infecção considerando a defesa destes da prática da imunidade do rebanho.

5 – Desmascarado, Trump agora cria um nova forma de cura e indica a injeção de detergente na veia para  os doentes de COVID-19 e aguarda-se para breve – naturalmente depois da novela Moro – uma live do sr. Bolsonaro com embalagens de Limpol, ODD, Minerva e até Sapólio Radium – tem que ser do cremoso – considerando o fracasso ou saturação da novela CLOROQUINA.  

quinta-feira, 23 de abril de 2020

PLANO MARSHALL BOLSONARISTA, QUAL A SURPRESA?






* PLANO MARSHALL BOLSONARISTA, QUAL A SURPRESA?

*GENERAIS NACIONALISTAS EXISTEM SOMENTE NA IMAGINAÇÃO DOS INGÊNUOS

* QUANTA DESINFORMAÇÃO NOS MEIOS DE INFORMAÇÃO

* VAMOS ESTUDAR HISTÓRIA?

Por Wladmir Coelho

1 – Os jornais noticiam a criação de um grupo de trabalho em Brasília, chefiado pelo general Braga Neto, para “coordenar ações estruturantes e estratégicas para recuperação, crescimento e desenvolvimento do país” recebendo este o apelido de Plano Marshall.

2 – Os inocentes, ingênuos, otimistas ou simplesmente oportunistas de sempre aproveitaram a ocasião para os vivas costumeiros ao general ponderado, “nacionalista” e tutor do incontrolável sr. Bolsonaro apagando, estes oportunistas, de seus escritos e vídeos do YouTube o tenebroso 19 de abril data das manifestações concertadas realizadas nos Estados Unidos e Brasil defendendo estas a prática cruel da imunidade do rebanho merecendo, na capital brasileira, uma manifestação em frente ao Comando do Exército pedindo a volta da ditadura militar merecendo o referido episódio um discurso do tutelado pelo militar patriota.

3 – Esta prática de vivas ao “presidente de fato”, assim referem-se os oportunistas ao general Braga Neto, encontra-se amparado na celebre frase do grande Chacrinha: “eu vim para confundir e não para explicar” e cumpre, nos vídeos e textos oportunistas, a função de desmobilizar o povo criando a ilusão de uma disputa interna no governo entre “nacionalistas” e “entreguistas” agora simbolizada na criação de um grupo de trabalho apelidado, ao modo colonizado, de “Plano Marshall” associando o projeto de dominação imperial ao nacionalismo econômico.

4 – Assumem os oportunistas seu tradicional apoio ao projeto de dominação imperialista utilizando o discurso de pertencimento do Brasil a cultura ocidental, democrática e cristã entendendo esta a partir da organização social estadunidense reforçando os fundamentos ideológicos para a submissão cultural, notadamente dos grupos dominantes, proporcionando a sustentação do modelo econômico de base colonial. A utilização de termos associados aos interesses imperialistas, no caso deste texto refiro-me ao Plano Marshall do general patriota, transformando estes em práticas de salvação revelam o quanto encontram-se colonizados vastos setores ditos progressistas incapazes de uma análise política, social, econômica a partir da realidade brasileira.  

5 – Para entender esta afirmativa precisamos recorrer a história e retornar ao ano de 1947 quando ficam estabelecidas as bases da política externa dos Estados Unidos durante a Guerra Fria  sistematizadas na chamada doutrina Truman (Harry Truman foi presidente dos Estados Unidos entre 1945 e 1953) amparada no velho e carcomido discurso do “destino manifesto”, ou seja, o mito dos EUA como nação escolhida por Deus para levar ao mundo à democracia e seus valores civilizatórios ocidentais, naquele  momento histórico resumida ao objetivo de barrar o avanço do eterno perigo comunista, valendo-se, para este fim, da manutenção dos governos fascistas espanhol e português, a legitimação da monarquia fascista Grécia – este, ao lado da Turquia, merecedor dos primeiros empréstimos e apoio militar estadunidense contra o povo -  e combate violento aos movimentos de reivindicação dos trabalhadores sempre em nome da liberdade, principalmente, econômica.

6 – Neste mesmo ano de 1947 Winston Churchill divulga o termo “cortina de ferro” criando uma separação de base ideológica entre os países europeus “ocidentais” e aqueles socialistas agora entendidos como “orientais” distinguindo-se esta classificação na associação da liberdade ao capitalismo a ser defendido – enquanto base dos valores democráticos, cristãos e ocidentais – a partir do poder militar dos Estados Unidos devidamente apoiado pela Agência Central de Inteligência – CIA – também criada em 1947 -  expandindo a mistificação salvífica estadunidense assumindo no Brasil sua forma definitiva a partir da criação da Escola Superior de Guerra, em 1949, funcionando esta como centro de sistematização e difusão dos elementos presentes na doutrina Truman aos militares, meios empresariais, acadêmicos, jornalistas.    

7 – A doutrina Truman – fica fácil perceber – amplia a presença do setor industrial bélico na economia estadunidense uma continuidade, em relação a proteção da indústria local, da economia de guerra revelando em sua fundamentação a dependência do capital dos recursos estatais e tratando-se de um império a necessária existência de uma força militar moderna em condições de atacar a qualquer momento com as armas mais avançadas, independentemente da localização, eventuais governos contrários aos interesses imperialistas.

8 – Aqui um parêntese; enquanto na Europa o discurso da liberdade mantinha no poder os fascistas no Brasil o governo ditatorial de Getúlio Vargas, de postura nacionalista, era derrubado a partir de um golpe militar acusado de aproximação com os comunistas, sindicatos e não subordinação aos interesses estadunidenses. O chefe do movimento golpista, general Eurico Dutra, era daqueles convertidos de admirador do fascismo em amante da liberdade e devotado seguidor do destino manifesto. Eleito presidente o general democrata – governando com a Constituição da ditadura de 1937 naturalmente ignorando os aspectos nacionalistas - tratou de arrochar os salários, reprimir de forma violenta os defensores do monopólio do petróleo, chegando a cassar o Partido Comunista Brasileiro, romper relações diplomáticas com a União Soviética e abrir ao máximo a economia brasileira aos interesses do imperialismo.

9 – Voltando a Doutrina Truman; para concretizar uma política externa expansionista, como verificamos, o imperialismo estadunidense estabelece um projeto sustentado a partir de uma ideologia salvífica difundida esta com apoio da CIA encrustando nos países subordinados seus respectivos centros de doutrinação devidamente acompanhado do crescimento do poder militar sustentado a partir de uma indústria gigantesca. Aos aspectos ideológicos e de força acrescenta-se a presença econômica através de empréstimos e doações sempre associados à troca comercial.

10 – O plano Marshall – nome fantasia do Plano de Recuperação Europeia -  constitui parte desta estratégia e foi idealizado pelo general George Catlett Marshall enquanto ocupava o cargo de Secretário de Estado de Harry Truman destinando a 16 países europeus US$ 13 bilhões – na época o equivalente a 2% do PIB estadunidense – destinados em sua maior parte, segundo dados do site InfoMoney em 25 de março, ao Reino Unido com US$ 3,2 bilhões, França US$ 2,7 bilhões, Itália  US$ 1,5 bilhão e parcela ocupada pelos Estados Unidos e Reino Unido da Alemanha com US$1,4 bilhão. O mesmo site informa a destinação dos recursos, em sua maior parte, para a importação de produtos dos próprios Estados Unidos a saber; 60% para compra de alimentos e insumos para produção agrícola e industrial, 16,5% em combustíveis, 16,5% em máquinas industriais e veículos e 7% com gastos de transporte efetivados com a Marinha Mercante.

11 – O plano Marshall, como verificado nos números acima, a partir do incentivo estatal aos setores produtivos dos Estados Unidos notadamente a sua indústria pesada e agricultura beneficiando-se esta enquanto o equivalente europeu recuperava-se – veja bem recuperava-se – dos efeitos destrutivos da guerra. Neste ponto temos aqui a observar ou comparar esta situação com aquela verificada no mesmo período na China país ao qual foi oferecido, através do mesmo general Marshall, uma proposta semelhante antes mesmo da oficialização do acordo europeu.

12 – O general Marshall, contudo, não conseguiu o mesmo sucesso e neste ponto devemos considerar e entender a diferença entre recuperar um parque industrial e tecnológico e construir e desenvolver um projeto de industrialização e modernização da agricultura – este era o principal ponto – na China em busca da superação de seu atraso e principalmente das dificuldades na segurança alimentar.

13 – A China rejeita o acordo com os Estados Unidos não em nome da ideologia e sim amparada na proposta de construção de sua soberania e pouco seria útil um governo revolucionário dependente de alimentos importados e destes as consequentes intervenções econômicas externas na política interna tornando nulo o rompimento com o modelo imperialista.

14 – Os resultados positivos do Plano Marshall para a retomada da economia europeia  encontram-se ainda hoje em debate e apesar dos elevados índices de crescimento durante a vigência – 55% em quatro anos -  existindo uma atenção especial a condição de associação entre os capitais dos diferentes países beneficiados com aquele sediado nos Estados Unidos verificando-se ainda, através desta associação, o acesso e controle estadunidenses das matérias primas – incluindo petróleo – presentes nas antigas colônias do Reino Unido, Espanha, Portugal, França e demais potências coloniais existindo ainda no caso da Alemanha a permanência do controle das empresas em mãos da mesma burguesia responsável pela ascensão do nazismo controle este, naturalmente, associado ao capital imperial.

15 – Ao Brasil, como podemos perceber, nada foi oferecido com relação aos alegados benefícios da ajuda do Plano Marshall a não ser uma oferta de equipamentos militares, durante o governo do presidente Getúlio Vargas, como forma de garantir a participação brasileira na guerra da Coreia no inicio dos anos 1950 como sabemos um conflito ainda não terminado em sua plenitude e resultado dos interesses do capitalismo em aproximar e garantir a presença na Ásia como forma de limitar a China.

16 – O presidente Vargas, apoiado por vastos setores da sociedade incluindo os militares nacionalistas liderados pelo então ministro da guerra general Stilac Leal, recusaram a participação brasileira no conflito revelando uma política externa no mínimo independente. Os resultados desta posição sabemos todos; o general Stilac Leal foi retirado do ministério terminando Vargas da forma que todos sabemos. Eis uma oportunidade para o entendimento do conceito de militar nacionalista inclusive percebendo a postura de um general não formado a partir da doutrina elaborada na Escola das Américas e traduzida aqui de forma insistente e permanente ainda em nossos dias explicando este fato a postura plácida diante de protestos nas portas dos quartéis exigindo um governo de força, autoritário reprimindo qualquer ameaça aos interesses do império igualzinho em 1964.

17 – Em termos de aproximação ou acordos de ajuda dos Estados Unidos coube ao Brasil e demais países da América Latina, no início dos anos 1960 durante o governo de John Kennedy, a famosa Aliança para o Progresso construída na base da doação de leite em pó o programa apresentava como fundamental ao combate do eterno monstro comunista – naquele momento localizado em Cuba -  o discurso da melhoria das condições de vida da população sempre mantendo o cuidado de sacramentar o modelo capitalista atribuindo ao crescimento “excessivo” da população o problema da distribuição de renda desdobrando esta ação nos programas de esterilização em massa – hoje temos o discurso da imunidade do rebanho -  enquanto no campo ideológico desembocou na construção de um modelo de escolarização recentemente ressuscitado sem falar na ênfase na formação do técnico pela técnica desvalorizando a pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

18 – Em termos conclusivos devemos observar o quanto ainda necessitamos de aprofundar o debate a respeito do conceito de nacionalismo econômico para os países atrasados aparecendo o caso brasileiro acrescido de um entendimento dos elementos históricos responsáveis pela solidificação ideológica do imperialismo a ponto de existirem associações ingênuas entre os meios utilizados para a reprodução deste como forma de superação do atraso.

19 – O exemplo desta ingenuidade revela-se na fantasia pueril de associar qualquer medida intervencionista por si a condição de rompimento com o modelo entreguista esquecendo o quanto o Estado brasileiro é utilizado para exatamente garantir e legitimar as práticas de espoliação seja através da destruição do mercado interno, remetendo sem limites recursos ao exterior e agora criando os meios para comprar papeis das empresas e dividas do império. O Brasil não precisa de um plano Marshall e sim de uma proposta de rompimento com o modelo imperialista resgatando assim a sua soberania.              

segunda-feira, 20 de abril de 2020

MANIFESTANTES ARMADOS NOS EUA CONTRA O ISOLAMENTO SOCIAL



Manifestantes armados durante manifestação contra o isolamento social no Michigan



*MANIFESTANTES ARMADOS NOS EUA CONTRA O ISOLAMENTO SOCIAL

*EXÉRCITO PRONTO PARA EVACUAR WASHINGTON AFIRMA NEWSWEEK

* A CLASSE MÉDIA BRASILEIRA E SEU PATRIOTISMO DE ARAQUE

* CAMINHAMOS PARA UMA GUERRA CIVIL?

Por Wladmir Coelho

1 – Ao longo da última semana registraram-se nos Estados Unidos manifestações contrárias ao isolamento social comandadas estas por elementos associados aos movimentos supremacistas, neonazistas e outros istas fundamentados na falsa ciência da superioridade racial amplamente difundida em nossos dias apresentando estes grupos o apoio preferencial aos políticos de direita ditos patriotas e defensores da família, dos bons costumes e principalmente do capital.

2 – Verdade seja dita nos Estados Unidos esta classificação entre direita e esquerda não é assim muito clara no processo eleitoral  considerando a prática bipartidária de simples disputa entre aqueles interessados em ocupar o governo e deste favorecer aos grupos econômicos notadamente em sua prática de conquista e manutenção de mercados e acesso aos recursos naturais notadamente o petróleo grande empregador e principal beneficiado da máquina de guerra estadunidense.

3 – Quando o tema é democracia também devemos apresentar alguma moderação quando nos referimos aos EUA tendo em vista as condições pouco claras com relação a influência do poder econômico no processo eleitoral sem falar nos inúmeros meios de exclusão do direito ao voto representados desde o aprisionamento em massa e penas extremas de fundo racista e social  até a fraude descarada envolvendo a inexistência de locais de votação em territórios considerados como opositores aos interesses do capital somada esta situação ao processo de indicação indireta do presidente da república.  

4 – Retomando o tema inicial observamos um crescimento do fenômeno das manifestações em defesa da salvação do modelo econômico em crise encontrando no Brasil o apoio da classe média – em sua maioria -  colonizada apresentando esta, apesar das evidências em contrário, a cisma de pertencer ao mundo dos supremacistas brancos imitando destes o modo de vestir, falar destacando-se nesta caricatura a adoção da forma física e dos carrões muitos destes, lá na matriz, improvisados em moradia enquanto aqui passam a ilusão de riqueza. Viram a diferença?

5 – Esta condição colonizada apresenta como resultado a limitação da criatividade – base da diferenciação entre os animais racionais e aqueles irracionais -  impedindo aos preguiçosos da pequena burguesia o desenvolvimento e criação – este processo entendemos como trabalho – de uma resposta nacional à crise econômica detonada a partir da pandemia do COVID-19 preferindo simplesmente sair aos bandos em carreatas pedido de reabertura plena dos estabelecimentos com restrições de funcionamento em nome da salvação econômica.

6 – A condição colonizada destes “supremacistas” do auriverde pendão revela-se na total ignorância da realidade inexistindo nas carreatas um mísero cartaz condenando a entrega de trilhões de reais do povo aos bancos amparado este golpe na conversa da liquidez do mercado reservando os banqueiros o direito de primeiro congelar estes valores emprestando (isso quando o faz) aos comerciantes e setor produtivo com juros dignos dos piores agiotas e depois – em busca de maiores e seguros rendimentos -  mudar novamente o estado físico do precioso “liquido” através da compra de papeis internacionais proporcionando a evaporação dos valores confiscados do trabalhador para  financiar os ricos patrocinadores dos supremacistas lá da matriz aumentando as perdas internacionais.
  
7 – Os histéricos da classe média cumprem com esta total alienação a função histórica de massa de manobra do imperialismo e correm às portas dos quartéis – fora do horário de expediente destas repartições públicas – exigindo o fechamento do Congresso Nacional, da Justiça tudo em nome do patriotismo esquecendo ou ignorando o quanto a maioria dos membros destas instituições representam em termos de garantia à manutenção da ordem defendida nas carreatas.

8 – A massa de manobra de classe média não sabe, mas está fortalecendo exatamente aqueles apontados como inimigos de seu chefe criando as necessárias opções institucionais para eventual sucessão de um governante desgastado colocado no cargo para simplesmente iniciar – e devemos reconhecer aqui o sucesso da empreitada – a prática do neoescravismo e submissão plena aos interesses do imperialismo tudo isso devidamente aprovado no Congresso Nacional e sacramentado na Justiça sempre em nome da ordem aquela mesma defendida nas carreatas.

9 – O bom rapaz Maia está adorando a sua elevação a condição de opositor chefe transformado, por isso mesmo, em cauteloso, democrata, ficando camuflada a sua condição de chefe das reformas neoliberais desde o tempo do sr. Temer exercendo – atualmente - as funções e condições herdadas do antigo capo, antecessor e deputado pelo mesmo Estado.

10 – O sr. Bolsonaro vai tentando salvar a sua posição e o cargo desgastado em função do aprofundamento da crise econômica e copiando o seu friend – da onça – vai iludindo os incautos com a promessa de recuperação econômica em decorrência da reabertura dos botequins e salões de beleza sabendo muito bem da impossibilidade desta farsa jogando neste ponto com apoio da grande mídia responsável pela associação da crise do capitalismo ao vírus.

11 – Enquanto isso na sede do império; A revista Newsweek noticiou no último dia 16 a movimentação das forças militares de Washington preparando-se estas para atividades de evacuação da capital apresentando a tradicional proteção das autoridades e controle – eufemismo para descer o cacete – de eventuais conflitos com a população em decorrência da crise econômica aprofundada a partir da pandemia do COVID-19. O salve-se quem puder na prática.

12 – Ainda nos Estados Unidos temos a radicalização dos movimentos supremacistas assumindo estes com suas suásticas e bandeiras confederadas – o império tem lá suas fragilidades balcânicas - a liderança dos protestos contra o isolamento apresentando estes a ostentação de armas e recebendo de mr. Trump total apoio em nome do direito à livre manifestação.

13 – Neste ponto – o uso de armas – precisamos ficar atentos em função da condição subordinada e ação concertadas entre a direita histérica brasileira e aquela da matriz possuindo a nacional um braço armado atuando faz tempo no submundo envolvendo, segundo notícias, figuras de destaque na política nacional interessadas em manter a sua renda familiar.
  
14 – Ao lado deste braço armado clandestino temos ainda setores das polícias estaduais identificados com o discurso caricatural da classe média histérica compondo este quadro as condições para a explosão da violência esta sim a carta oculta dos chefes e causa da ainda permanência de determinados indivíduos no poder.

15 – O quadro de incertezas aprofunda-se quando analisamos uma evidente divisão nos setores da burguesia – veja eu disse burguesia e não classe média – considerando os choques entre setores produtivos e comerciais nacionais com aqueles únicos beneficiados até o presente momento com auxílio em dinheiro, os banqueiros, criando este fato aquele odor, bem distante é verdade, de guerra civil e vejam bem eu não disse revolução e sim guerra civil.

16 – O modelo econômico em crise vai tratando de legitimar os meios de sua salvação e para este fim necessita de todo o dinheiro possível e na matriz já consumiu mais de US$ 6 trilhões e pede mais o problema é lastrear todo este volume sem produzir nada restando empurrar aos países periféricos a obrigação de comprar os papéis das empresas igualzinho faz ao Tesouro imperial e temos no Congresso prontinho para ser votada a autorização para o Banco Central daqui começar a comprar ações e demais papeis podres em nome da salvação do sistema financeiro aumentando as perdas internacionais e acabando com o consumo interno destruindo o restante da economia nacional.

17 – O discurso da precarização do trabalho, privatização de tudo, desregulamentação do sistema financeiro e consequente diminuição do Estado serviu somente aos interesses do imperialismo e vai levando a bancarrota as empresas nacionais sobreviventes fica evidente o quanto é falso o discurso salvacionista do sr. Guedes, Bom Rapaz Maia, sr. Bolsonaro, generais entreguistas e demais ilusionistas.

18 – Restam neste quadro duas opções: o rompimento com o modelo econômico dependente de base colonial e construção de uma proposta nacionalista enquanto a segunda opção encontra-se no simples aprofundamento da crise criando esta não uma revolução, mas os meios para legitimar a repressão cruel, incluindo os histéricos da classe média, em nome da exaustão de nossos recursos para a salvação do imperialismo estadunidense.


sexta-feira, 17 de abril de 2020

ZEMA E SEU TERRORISMO ECONÔMICO





* ZEMA E SEU TERRORISMO ECONÔMICO 

* ARRECADAÇÃO EM MINAS AINDA NÃO FOI CONTAGIADA PELO COVID-19

* FUNCIONALISMO SEM SALÁRIOS POVO SEM DIREITOS

Por Wladmir Coelho

1 – Os detentores do capital diariamente bombardeiam nossas mentes com informações falsas atribuindo como causa da crise econômica as medidas de combate a pandemia notadamente ao dito isolamento social uma medida de alcance limitado quando verificamos a continuidade das atividades do setor produtivo.

2 – Estas mentiras possuem como principal objetivo manter os gastos públicos reduzidos dentro dos chamados limites da “responsabilidade orçamentária” criando, desta forma, meios para a destinação de recursos públicos aos interesses dos bancos e fundos de investimentos alimentando-se estes desde a neoescravização da carteira verde e amarela até a morte de idosos nos hospitais em nome da redução de gastos conforme palavras de um ministro antes de assumir o cargo.

3 – EM MINAS O EXPERIMENTO MACABRO DA IMUNIDADE DO REBANHO E O TERRORISMO OFICIAL:  O sr. Romeo Zema diante da crise detonada a partir da pandemia do COVID-19 resolveu aplicar a máxima popular sintetizada na frase “em tempo de murici cada um cuida de si” e tratou de priorizar a salvação de seus iguais retirando do povo os serviços públicos através da inanição salarial dos trabalhadores da educação, saúde, segurança pública, serviços sociais sempre em nome da economia dos recursos agora com desculpa da queda na arrecadação no mês de março.

4 – Primeiro o sr. Zema resolveu expor aos perigos da contaminação, em nome da terrível experiência dita científica da imunidade do rebanho, os estudantes e trabalhadores da educação editando uma série de medidas atrapalhadas, contraditórias e confusas determinando a reabertura das escolas sempre com a conversa mole das atividades online na realidade uma espécie de educação semipresencial com resultados e alcance duvidosos cujo custo e empresas participantes, até o presente momento, não foram revelados.

5 – Ainda insatisfeito com suas perversidades o sr. Zema surge diariamente em lives e declarações na imprensa levando desinformação ao povo e desespero aos funcionários públicos sempre promovendo o terrorismo econômico agora concretizados na sonegação dos direitos ao pagamento das férias e abono fardamento dos policiais sem falar no atraso dos salários e anúncios dúbios a respeito do pagamento do próximo mês.

6 – Para justificar sua prática de terrorismo econômico o sr. Zema afirma existir uma queda na arrecadação referente ao mês de março em função das medidas de isolamento decorrentes da pandemia do COVID-19, contudo os dados da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais revelam uma receita tributária não afetada no primeiro mês da “coronacrise”.

7 – Para entender esta questão – a receita do mês de março -  precisamos primeiro recordar a data exata da decretação das medidas de isolamento social em Belo Horizonte e Minas Gerais ocorrendo a primeira em 18 de março verificando-se a decretação de calamidade pública estadual dois dias depois garantindo, desta forma, uma arrecadação sem a contaminação do dito isolamento social considerando a realização das atividades econômicas, passiveis de recolhimento pelo fisco estadual, em sua maioria no mês de fevereiro.

8 – Ainda com relação ao calendário de abril devemos observar – em função da situação de calamidade pública - uma eventual redução a partir do dia 20 de março e mesmo assim de forma gradual levando em conta o funcionamento dos setores considerados essenciais pertencentes, em sua maioria, ao grupo dos maiores contribuintes.

9 – Em Minas Gerais, segundo dados da Secretaria da Fazenda, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)  recolhido até o dia 13 de abril atingiu o valor de R$ 2,065 bilhões projetando para o mês uma arrecadação de R$ 4,58 bilhões somados estes aos valores previstos para o Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) com R$ 352 milhões e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) com R$ 69,8 milhões indicando uma receita ainda não atingida de forma grave em função das medidas de isolamento.

10 – A receita tributária acumulada em Minas Gerais até o mês de março registrou, inclusive, um crescimento de 5% quando comparada com o mesmo período em 2019 ficando reduzida a 0,9% após descontada a inflação revelando não uma virose e sim uma estagnação na produção em momento anterior a pandemia.

11 – Aos números anteriormente apresentados, extraídos do site Estadosfera, revelam o quanto o debate econômico precisa superar os limites da ideologia centrada na redução do Estado ou utilização deste somente em benefício dos ganhadores de sempre e neste caso temos evidente, em todo o planeta, o direcionamento dos recursos públicos aos bancos e destes a oxigenação do mercado de ações e títulos.

12 – A tragédia da economia não foi provocada por um vírus e precisamos da clareza desta informação, inclusive, para superar a crendice da superação das dificuldades no dia ou semana seguinte ao fim do isolamento como fazem crer os vendedores de ilusões.

13 – A estagnação da produção – causa da crise - decorreu da falência de um modelo econômico concentrador, injusto agravado, no caso brasileiro, a nossa condição periférica e dependente tornando infrutífera qualquer tentativa de superação amparada na reconstrução do prédio que desabou, ou seja, a manutenção através do sacrifício dos trabalhadores das remessas fantásticas ao exterior, extinção dos direitos sociais, privatizações e sacrifício de nossas vidas.    







quarta-feira, 15 de abril de 2020

BOLSONARO, O TUTELADO, APROFUNDA O NEOESCRAVISMO





* BOLSONARO, O TUTELADO, APROFUNDA O NEOESCRAVISMO

* APROVADA A CARTEIRA VERDE AMARELA SAI DO PALCO O MANDETTA?

* ESTOU FARTO DO BLÁ, BLÁ, BLÁ DA QUEDA DO BOLSONARO E NÃO  ACREDITO EM ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS  PARA O PRÓXIMO PRESIDENTE.

Por Wladmir Coelho

1 - O golpe de 1964 funcionou na base da corrupção.  Muitos dólares da CIA foram entregues, inclusive, aos generais.

2 - Eram malas e malas com as verdinhas destinadas aos "patriotas", "defensores da família" e da "moral".

3 - Agora os ingênuos espalham nas redes sociais a notícia falsa de um golpe  palaciano cujo resultado foi a transformação do sr. Bolsonaro em espécie de rainha da Inglaterra aquela velhinha cujo último ato de distanciamento do poder foi fechar - democraticamente - o parlamento e sugerir orações e paciência  diante da necessidade do capital matar  através da quebra do isolamento  social.

4 - Depois deste blá, blá, blá monárquico surgiu o Mandetta até outro dia o mais amado do Brasil e preferido dos generais enfrentando estes, segundo noticiário, o próprio comandante em chefe. Há, há, há !

5 - Bolsonaro, o tutelado, até hoje não perdeu  qualquer iniciativa contrária aos interesses dos trabalhadores e jamais seus generais colocaram em dúvida o apoio total as medidas neoescravistas e entreguistas mesmo nestes tempos de nacionalismo econômico e intervenção  estatal mundo afora.
6 - Estes generais, ao contrário, locupletam-se, disciplinados e ordeiros, com os milhares de cargos públicos fartamente distribuídos - pelo dono da caneta - a partir de Brasília sem falar na imunidade previdenciária diante das reformas.

7 - Pode até ser que amanhã diante de uma forte pressão, agitação em função das condições sociais estes estrelados resolvam, mais uma vez, assumir de forma plena o poder, mas hoje os patriotas invertidos apenas gozam dos prazeres oferecidos através dos mimos do chefe e seus patrocinadores seguindo obedientes a cartilha imperialista de Washington. 

8 - A carteira verde e amarela foi mais uma etapa da série de medidas contra os trabalhadores enquanto isso éramos distraídos com um espetáculo de quinta estrelado exatamente pelos generais.

9 - Estou farto do blá, blá, blá sem fim da queda do sr. Bolsonaro criando ilusões, confundindo e imobilizando ações concretas, isso já ocorria antes da pandemia, sem construção de uma alternativa viável independente do processo eleitoral.

terça-feira, 14 de abril de 2020

A DOUTA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA CAI ATÉ EM GOLPE DA PANELA DE OURO






* A DOUTA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA CAI ATÉ EM GOLPE DA PANELA DE OURO

* MADAME MORRE DE RIR DOS ESPELHINHOS DE 1500, MAS FICA DOIDA DIANTE DE UM ESTRANGEIRO

* A MENTALIDADE COLONIZADA DA CLASSE MÉDIA

Por Wladmir Coelho  

1 – Os jornais de Belo Horizonte publicam hoje – 14 de abril - a história do estelionatário português que fazia ponto na porta de um shopping na Savassi - região autoproclamada nobre - frequentado principalmente por madames da capital e interior. Segundo os relatos Manoel Joaquim de tal – nome fictício – aproximava-se das dondocas – personagens igualmente fictícias -  e caprichando no sotaque estrangeiro afirmava não possuir dinheiro para retornar à terrinha e com carinha de choro oferecia seus preciosos bens a saber; um conjunto de panelas de prata banhadas à ouro e outros reluzentes produtos importados da... China.

2 – A madame e seu respectivo logo arregalavam os olhos diante desta oportunidade única de impressionar desde a diarista até a vizinha da cobertura ostentando uma verdadeira obra de arte tudo isso oferecido por um ilustre representante branco – de olhos azuis? - da União Europeia e logo tascavam a pergunta ao suposto fidalgo; quanto custa?

3 – Depois de uma conversa chorosa ao modo dos antigos fados o estelionatário lusitano dizia em tom humilde: quatro contos seguido das palavras mágicas; também parcelo no cartão. Feito! respondiam em jogral madame de classe média e seu respectivo chefe gourmet de varanda com prestação atrasada. Como sabemos este último ponto é culpa do fechamento do comércio e isolamento social.

4 - Por questão de respeito a conduta ilibada do casal, fictício é verdade, devo acrescentar tratar-se a dupla fictícia  de participantes ativos dos panelaços contra a corrupção aspecto confirmado na frase que selou o vantajoso negócio internacional; embrulha logo antes do fiscal chegar.

4 – A realidade fictícia é uma só; a pequena, quase microscópica e colonizada burguesia brasileira, compra desde cloroquina até grama comestível, caso venha do exterior, e tem coragem de servir a iguaria de entrada em jantares de ostentação com os devidos comentários de pratos semelhantes nos melhores restaurantes da Disney local das refeições do Rato Mickey, do cachorro Pluto e principalmente daquele cavalo ou sei lá que bicho é de nome Pateta.

5 – Imaginem o quadro; ao chegar em casa madame e seu respectivo abrem a caixa de panelas de prata banhadas em ouro e realizam o sonho de ostentação e entre uma piada e outra de português descobrem o quanto a classe média brasileira não passa daquele amontoado de bobagens colonizadas uns tolos a ponto de cair no velho golpe dos espelhinhos.

6 – Este texto é pura ficção e qualquer semelhança com pessoas e fatos não passa de mera coincidência.

Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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