segunda-feira, 24 de agosto de 2020

SUICÍDIO DO PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS


Revolta popular seguida ao anuncio do suicídio do presidente Getúlio Vargas
Revolta popular após o anuncio do suicídio do presidente Getúlio Vargas 

* 24 DE AGOSTO DE 1954; SUICÍDIO DO PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS

* A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA DESAFIA O IMPERIALISMO

* A SUBMISSÃO DA BURGUESIA “NACIONAL” AOS INTERESSES DO IMPÉRIO

* A CRIAÇÃO DA PETROBRAS E O SUICÍDIO

Por Wladmir Coelho

1- Temos no dia 7 de setembro a   referência oficial para as comemorações da independência política do Brasil, contudo duas outras datas devem ser recordadas exatamente por representarem a aspiração de independência política associada a necessária independência econômica.

2 - Em ordem cronológica temos o 21 de abril dedicado ao alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, um homem do povo que ousou defender o rompimento com o modelo colonial.

3 - Imaginem este simples ato (defender a independência política e econômica) e sua relação com o capitalismo nascente sedento de ouro para investimento em maquinário, louco para ampliar as áreas de fornecimento de matéria prima somado a necessária ampliação do mercado para a venda de seus excedentes.

4 - A colônia, sentenciam os defensores do modelo, deve aguardar o momento natural para a sua emancipação fornecendo inicialmente matérias primas ou agrícolas e somente após acumular os recursos necessários iniciar um processo de industrialização e assim romper com sua metrópole.

5 - Qualquer ato que venha prejudicar este caminho “natural” é considerado uma ameaça à civilização e deve ser punido com rigor. No caso do Tiradentes sabemos todos como terminou.

6 -A segunda data é o 24 de agosto quando, em 1954, suicidou o presidente Getúlio Vargas em ato de denúncia a tentativa de um golpe de estado articulado por setores da direita antinacionalista   submissa   ao imperialismo.

7 - Vargas era apontado nas páginas e microfones da chamada imprensa livre como assassino e corrupto sem qualquer oportunidade de defesa. Toda calunia contra ele era transformada em verdade ganhando força nos clubes de senhoras da sociedade, nos salões de bailes, nos camarotes do Jockey e junto aos setores antinacionalistas infiltrados exatamente nas instituições cuja responsabilidade é a defesa da soberania nacional.

8- Diga-se de passagem, estes mesmos grupos surgem de tempos em tempos organizando marchas autoproclamadas patrióticas associadas a dita defesa da família resultando, este discurso, em aprofundamento da submissão ao imperialismo, retirada de direitos do povo e supressão da democracia.

9- Criador do processo de industrialização nacional Vargas ousou desenvolver os meios necessários ao rompimento com o modelo econômico de base colonial defendendo fortalecimento do mercado interno considerando para este fim a necessária intervenção do Estado.

10- A regulamentação das relações trabalhistas, a proteção do capital nacional a criação de um sistema de previdência social caracteriza o modelo varguista. Veja: não temos aqui um Estado assumindo o planejamento da economia ou o controle dos meios de produção associado ao fim da propriedade privada. Vargas apresentava um modelo capitalista para o Brasil e mesmo assim foi odiado pelos setores dominantes. Qual a causa?

11 - A resposta sabemos: o império não tolera ameaças ao seu domínio e as políticas nacionalistas dos países periféricos representam graves fraturas no modelo de dominação internacional. Vargas ao propor o fortalecimento do capital nacional – utilizando para este fim inclusive o poder econômico do Estado – enfrenta diretamente as grandes empresas multinacionais notadamente aquelas do setor petrolífero.

12- A criação da Petrobras está diretamente associada a crise que resultou no suicídio do presidente Getúlio Vargas considerando o controle – pelo capital nacional neste caso representado pelo Estado – de importante etapa do processo produtivo.

13- Imagine um país periférico controlando sua produção a partir de políticas econômicas não mais submetidas aos interesses das multinacionais do petróleo e utilizando o poder econômico deste para ampliação do consumo interno. Qual seria o próximo passo deste povo? Quais seriam as contradições decorrentes do modelo varguista e a forma de sua superação?

14- O império sabe as respostas. Os donos do poder, submissos ao império, sabem as respostas e preventivamente utilizam da ideologia para garantir a continuidade do modelo do qual depende a sobrevivência de seus interesses.

15- O 24 de agosto deve ser lembrado como data de resistência do povo brasileiro contra a exploração imperialista simbolizado do ato extremo do presidente Getúlio Vargas.

Texto republicado


quarta-feira, 12 de agosto de 2020

O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL

NOVO NORMAL: ALUNOS DA NORTH PAULDING HIGH SCHOOL UMA DAS PRIMEIRAS ESCOLAS REABERTAS NOS EUA 


* O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL

* A REABERTURA DAS ESCOLAS; UM DEBATE LIMITADO PELA IDEOLOGIA

* O GOLPE MILITAR JÁ ACONTECEU E MUITA GENTE NEM PERCEBEU

* VAMOS MORRER EM NOME DA PÁTRIA? QUAL DELAS?

Por Wladmir Coelho

1 – “burguesia brasileira” ao utilizar este termo temos em mente um reduzido grupo de famílias assim classificados pura e exclusivamente por razões geográficas graças a localização de seus interesses econômicos tenham estes a forma de bancos, vastas extensões de terras, grandes empresas de comunicação, presença em setores da indústria ou tudo isso junto na forma de participação nos famosos fundos de investimentos servindo estes para a legalização das fortunas remetidas aos paraísos fiscais e tributo para a reprodução do cassino de Wall Street.

2 – Temos assim uma burguesia colonizada integrada de forma subalterna aos interesses externos condição esta sintetizada na frase “o que é bom para os Estados Unidos é bom para os Estados Unidos” pronunciada, logo após o golpe militar de 1964, pelo embaixador brasileiro nos Estados Unidos, general Juracy Magalhães, nomeado pelo general Castelo Branco aquele que iniciou a ditadura com rodizio de ditadores. A frase é quase infantil, mas reveladora do conceito de soberania predominante nas mentes e corações da colonizada “elite” brasileira.

3 – Apenas para recordar; Juracy Magalhães substituiu no cargo em Washington Roberto Campos – conhecido pela alcunha de  Bob Fields uma simples adequação do nome a nacionalidade espiritual – este um entreguista desde os tempos dos acordos a favor dos interesses da ITT estatizada por Leonel Brizola quando governador do Rio Grande do Sul aquele o primeiro presidente da Petrobras ambos agentes do imperialismo ocupando cargos desde os governos Vargas e Jango revelando o quanto é complicada a crença nas alianças das forças populares com a dita burguesia nacional; 1964 ficou distante, mas 2016 foi outro dia mesmo.

4 – “O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL” versão século 21; Juracy Magalhães e Bob Fields ficaram no passado, todavia, o mesmo não ocorre quanto as práticas coloniais. Vejamos: Bob Fields 3º ocupa a presidência do Banco Central num governo dominado, segundo dados do Tribunal de Contas da União,  por 6157 generais e apaniguados fardados (e tem gente esperando o golpe militar há, há, há) enquanto o ministro da Economia promove o maior projeto de entrega dos bens nacionais desde 22 de abril de 1500 sempre em nome da pátria amada idolatrada salve, salve! entregue aos desmandos de um antigo oficial subalterno e seu patriotismo formal de continência à bandeira dos Estados Unidos e incontinência na entrega e destruição dos instrumentos e meios necessários a construção de um projeto nacional efetivados, aos trancos e barrancos, desde 1930.

5 – Projeto nacional tradicionalmente postergado, adiado, anulado de dentro pra fora sempre em nome da manutenção daquele “moinho de gastar gente”, denunciado por Darcy Ribeiro, primeiro alimentado pelo tráfico de trabalhadores escravizados depois dos camponeses pobres, das multidões de desempregados, pelos jovens negros e favelados acrescidos estes números das centenas de milhares de mortos em decorrência da Covid-19.

6 – A matriz está em crise e pouco importam seus bilionários – chefes da dita elite auriverde – com a vida dos trabalhadores e menos ainda da juventude, afinal a crise vai revelando contornos semelhantes aos vivenciados no final dos anos 20 inicio dos 30 cuja solução encontrada, entre os ricaços, foi destruir o concorrente e matar a mão de obra excedente ganhando muito dinheiro, fazendo a guerra.

7 - Farinha pouco meu pirão primeiro, bradam os defensores do modelo econômico agonizante enquanto acusam a pandemia e desta o isolamento social como causa da tragédia econômica; em termos concretos o vírus acelerou o processo e vai cumprindo, através da morte, a sua associação estratégica com os interesses do capital.

8 – A produção industrial apresenta-se estagnada antes mesmo do isolamento e diga-se de passagem as atividades  não sofreram uma paralisação ao longo da pandemia continuando os trabalhadores suas atividades para manter a lucratividade dos oligopólios industriais – com taxas reduzidas – servindo estas como combustível da jogatina de Wall Street sem gerar um emprego, apenas mantendo a boa vida dos bilionários que ampliaram em muito os seus ganhos.

9 – A nova etapa para ampliar o número de mortes atinge agora as escolas um debate cinicamente envolto no discurso do “direito”, isso nos impérios decadentes da Europa, na matriz e aqui insistindo os donos do capital em criar uma sensação de normalidade a partir da crença na reorganização da estrutura escolar com rotatividade de alunos, uso de máscara, distanciamento entre as carteiras e outras iniciativas típicas de uma linha de produção em nossos dias controladas a partir de aplicativos produzidos nas empresas daqueles bilionários que enriquecem mais e mais através, inclusive, do ensino online.   

10 – Esta velha nova organização vai ganhando até nome e para todo lado temos alguém utilizando o termo “novo normal”, contudo a sua aplicação revela-se fundada na prática de sempre; a exploração máxima. As escolas, os professores, os estudantes foram jogados no moinho da neonormalidade da pós-pandemia sem condições de criticar, propor as condições de uma educação durante – e ainda estamos neste estágio de tempo – a pandemia existindo única e exclusivamente uma preocupação oficial em manter a ordem burocrática e desta a reprodução de um modelo, ou melhor, as transformações hoje debatidas apresentam como ideal um controle ainda mais rígido do trabalho do professor através da padronização digital e controle ampliando a presença das avaliações externas.

11 – Impedir um debate a respeito da educação e sua ampliação para além do prédio e do tempo escolar e sua condição de transformação social foi a maior vitória do capital ao longo destes meses pandêmicos valorizando, as diferentes iniciativas oficiais, o cumprimento burocrático e ritualístico das atividades escolares e conduzindo as criticas em sua forma geral ao número de participantes criando até a ilusão da plena participação na forma presencial cujo retorno é debatido a partir desta farsa.

12 – O discurso oficial em defesa do direito a educação, tenha este origem nos governos ou nas instituições bancárias hoje detentoras e responsáveis pela elaboração das políticas educacionais, apresenta em sua base a salvação do modelo educacional adaptado as necessidades do capital hoje interessado na maior quantidade possível de recursos estatais direcionados a compra das dívidas dos oligopólios amontoadas nos cofres dos bancos privados resultando esta prática na redução dos gastos com educação incluindo os salários dos professores representando as reformas da previdência dos servidores e administrativa a síntese e neste caso não vai sem proposito uma redução física.

13 – Curiosamente os governos comparam a pandemia a guerra e neste ponto precisamos entender as implicações contidas nesta simples classificação principalmente as condições de poder excepcionais oferecidas aos governantes durante os conflitos armados sempre antecedidas da demonização do potencial inimigo seguida da censura pura e simples.

14 – Apenas para ilustrar o fato censura; a North Paulding High School na cidade de Dallas, não aquela do Texas e sim uma com menor população na Geórgia, retomou suas atividades presenciais apresentando, evidentemente, aquele discurso da proteção através do distanciamento, uso de máscaras e álcool gel. O discurso, para variar, não foi transformado em prática resultando na imagem que vai ilustrando este texto. O autor da foto, um estudante do ensino médio, foi suspenso por divulgar uma informação negativa da escola; eis uma prática de guerra, ou seja, não vale a verdade. Os jornais até noticiaram a revisão da punição do jovem fotografo e daí? a situação continua a mesma, ou melhor, acrescida de dezenas de casos de contaminados na North Paulding e escolas vizinhas.

15 -  Enquanto a Covid-19 mata centenas de milhares os donos do capital articulam uma guerra por enquanto em seu estágio comercial com grandes possibilidades de avançar para sua versão total ou através de procuração como é o caso a desenhar-se na América do Sul envolvendo a Venezuela, Colômbia e Brasil neste caso com interesse evidente no controle das maiores reservas petrolíferas do mundo para atendimento dos interesses do imperialismo. Enquanto isso o governo estadunidense resolveu banir a chinesa Tik Tok obrigando a sua venda à empresa nacional – neste caso a Microsoft – associando o discurso da liberdade econômica ao tamanho dos interesses estadunidenses.

16 – A burguesia brasileira segue submissa implicando esta fórmula na criação de um debate falso a respeito da reabertura das escolas desprovido este de qualquer critica ao modelo educacional de simples adequação aos interesses econômicos resultando estes, por exemplo,  na incapacitação da criação de novas tecnologias criando as ilusões da formação de consumidores ou operadores para no máximo controlarem uma grande máquina de mineração ou colheitadeira ou simplesmente entender e obedecer um aplicativo de entregas. Enfim, como ensinou o general Juracy; “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.   

 

terça-feira, 4 de agosto de 2020

O REI ESTÁ NU


DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA




* O REI ESTÁ NU

* O ESTADO SOU EU; EIS O PRINCÍPIO BÁSICO DAS MONARQUIAS

Por Wladmir Coelho

1 – O antigo rei Juan Carlos 1º da Espanha, uma cria do generalíssimo Franco, durante a Conferência Ibero-Americana no Chile, em 2007, incomodado com as denuncias do então presidente venezuelano Hugo Chaves, que acusava a participação do governo espanhol no golpe de 2002, sem condições de negar o obvio simplesmente proferiu a frase símbolo da arrogância colonial: “ por que no te callas?” Chaves não se calou e continuou a denunciar.

2 – Agora rei emérito, o preferido do generalíssimo, anuncia seu exilio depois de envolvido em acusação de grossa corrupção entesourando, em suas arcas suíças,  comissões em obras públicas notadamente a intermediação de uma ferrovia construída na Arábia Saudita governada, como sabemos, por uma monarquia com pretensões teocráticas.

3 – Os reis possuem os privilégios daqueles seres feitos senhores a partir da vontade de Deus e ficam, por isso mesmo, impedidos de qualquer investigação por parte dos tribunais aqui da terra, mas Juan Carlos 1º agora é emérito inexistindo a sua inviolabilidade e por isso tratou de calar-se e fugir das garras da justiça dos homens.    


Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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