sábado, 19 de setembro de 2020

TIKTOK E NACIONALISMO ECONÔMICO


 

* TIKTOK E NACIONALISMO ECONÔMICO

* TRUMP E BIDEN DEFENDEM A INTERVENÇÃO NO MERCADO EM NOME DA SEGURANÇA NACIONAL

* SOBERANIA E SEGURANÇA NACIONAL, NÓS TAMBÉM TEMOS DIREITO

* OS NACIONALISMOS ECONÔMICOS

Por Wladmir Coelho

1 – A notícia do banimento de uma empresa estrangeira é tratada nos jornais burgueses como mera extravagância trumpista afinal qual a importância de uma empresa voltada ao público adolescente com vídeos de qualidade duvidosa? Bom, a conversa é mais profunda e envolve interesses de empresas associadas ao imperialismo estadunidense e controle da informação que circula na internet sem falar nos bilhões envolvidos. Olha ai o dedo do Youtube, Netflix e por ai vai.

2 – Não foi sem motivação imperialista que Mr. Trump proibiu a empresa chinesa TIK TOK de atuar nos EUA e, anotem, vai conseguir em breve a adesão, o termo correto não é este e sim obediência, dos países satélites.

3 - Antes de proibir mr. Trump apresentava – e continua apresentando - como solução a transferência do controle da TIK TOK para uma empresa estadunidense a Microsoft, uma organização mundial sim, globalizada sim, mas sediada no império, portanto, nacional de lá igualzinho à Netflix e seus filmes e seriados descolados. Precisamos falar de COLONIALISMO CULTURAL, olha o Álvaro Vieira Pinto ai gente!

4 - Desta conversa toda é espantoso verificar a existência de economistas, comentaristas, generais e até historiadores batendo o pezinho e reafirmando a crença no livre mercado conforme defende a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE.

5 – Para entender melhor o quanto é baseada em mentiras a conversa do livre mercado recomendo a leitura da PEC 32/20020 um primor de documento entreguista e privatistas no qual encontraremos, por exemplo, a extinção do termo “direito” substituído por “serviço” tudo dentro das normas da OCDE. Livre mercado para os ricos e exportação de arroz, feijão, soja e minério para os pobres.

6 – Voltando ao TIK TOK; a justificativa para o banimento da empresa nos EUA, por enquanto, fundamenta-se na defesa da SEGURANÇA NACIONAL, prestem atenção não estou falando de DOUTRINA DA SEGURANÇA NACIONAL um monstrengo utilizado para sepultar a ideia de soberania contida na defesa da SEGURANÇA NACIONAL.

7 – Considerando este princípio – da SEGURANÇA NACIONAL -  como justificativa do banimento ou mesmo a nacionalização - inclusive utilizando para este fim uma empresa privada de alcance mundial, mas sediada no país interessado em expulsar uma organização estrangeira a partir da  intervenção e apoio direto do Estado – fica evidente o predomínio do interesse econômico nacional estadunidense e tratando-se de uma potência imperialista com repercussões em sua área de influência ou dominação.

8 – ATENÇÃO; amanhã mesmo diante de acordos internacionais com algum tipo de vantagem ou interesse econômico de um país qualquer da área de dominação do imperialismo estadunidense, o Brasil por exemplo, cria-se um impedimento com base nas necessidades do império e aqui temos em marcha o caso do 5G no nas comunicações e desenvolvimento da chamada internet das coisas. Tudo isso em nome da SEGURANÇA NACIONAL de lá confundida ou transformada em interesse auriverde patriótico cuja tradução é SUBORDINAÇÃO, INTEGRAÇÃO AO IMPERIALISMO. Estamos entendendo o significado de SOBERANIA? ficou claro que existindo esta é necessário falar de SEGURANÇA NACIONAL?      

9 – Vejamos; o setor energético, incluindo a Petrobras, Eletrobras, CEMIG, também aquele dos minérios, das águas a exemplo da COPASA, a indústria aeroespacial, a pesquisa, a educação apresenta-se de forma estratégica para a economia brasileira, logo, de interesse da SEGURANÇA NACIONAL.

8 – Estabelecer um programa de governo defendendo a nacionalização da Vale ou da Petrobras, por exemplo, não pode ser entendido como desrespeito às normas internacionais conforme prática ideológica dos defensores da lenda do livre comércio incluindo os generais entreguistas e aquela gente que bate continência diante da bandeira dos EUA.

10 - Naturalmente Miriam Leitão e sua patota não vê o caso assim e vai atribuir o fato a “loucura” de mr. Trump ocultando ao máximo o apoio de Joe Biden a nacionalização da comunicação estadunidense em nome da SEGURANÇA NACIONAL. E qual o motivo desta movimentação dos EUA inclusive com o apoio de sua classe dominante republicana ou democrata? ora o sistema econômico nacional não é uma ficção.   

11 – Nacionalismo econômico na sede do imperialismo representa os meios para os interesses econômicos locais continuem sua ação destrutiva e exploratória enquanto nos países dominados implica em ação para a libertação. Eis a diferença.    


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

A ECONOMIA DE BASE COLONIAL E O PREÇO DO ARROZ


 

* A ECONOMIA DE BASE COLONIAL E O PREÇO DO ARROZ

* QUEM GANHA COM A ALTA NOS PREÇOS DOS ALIMENTOS

*VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM TAXA DE LUCRO?

* ESTADO MÍNIMO E PANELA VAZIA

POR WLADMIR COELHO

1 – Pesquisa do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontando a situação do comércio conclui: "Em julho de 2020, apenas a atividade de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo não registrou alta" mantendo a estagnação do setor no Brasil.

2 – Possivelmente desconhecendo a informação do IBGE o sr. Hamilton Mourão tratou de espalhar nos jornais que “Uma porção de gente está comprando porque o dinheiro que o governoinjetou na economia foi muito acima do que as pessoas estavam acostumadas,tanto que está havendo grande compra de alimentos e de material de construção” uma afirmativa assim faz subir os índices das bolsas reforçando a intenção oficial de reservar os recursos públicos aos bancos, contudo o mesmo sr. Mourão, delicadamente deixava escapar: “Também estamos vendendo bastante para o mercado externo”.

3 - Temos neste ponto a seguinte questão: atribuir o aumento de preço dos gêneros alimentícios a elevação do consumo não parece razoável verificando-se exatamente o contrário, ou seja, o povo está comendo menos segundo as informações do IBGE contribuindo esta situação para a queda nas taxas de lucro dos supermercados compensada da forma tradicional através das demissões, redução de salários e aumento nos preços aspecto reforçado a partir dos números do Ministério da Economia sintetizados no Cadastro Geral de Empregos (CAGED) apontando demissões no setorde hospedagem e alimentos no mês de julho.

3 – O fato preço dos alimentos e merece ainda nossa atenção considerando a concentração existente no setor de supermercados apresentando as multinacionais Carrefour e Pão de Açúcar (franceses) somados ao estadunidense Walmart, controladora de sete diferentes bandeiras, a liderança no Brasil revelando um quadro de insegurança nacional quanto a distribuição de alimentos e controle de preços considerando a elaboração das políticas econômicas destas empresas no exterior.

4 – Estas empresas apresentam-se controladas por fundos de investimentos interessados na valorização das respectivas ações utilizando o truque financeiro da moda a saber a recompra de ações base do lucro fictício, todavia, existente e nestes tempos de crise manter a taxa de lucratividade através da elevação dos preços dos alimentos constitui uma das práticas.

5 – Apresentado este quadro vamos as observações; Empresas multinacionais controlam os preços no varejo dos alimentos tornando inócuo o apelo ao patriotismo como forma de solucionar a alta do arroz, do óleo e por ai vai e o motivo é simples; reduzir preços em nosso auriverde torrão significa queda nas taxas de lucro e consequente prejuízo ao processo especulativo internacional.

6 – Importar alimentos, neste caso o arroz, foi a solução anunciada recentemente como forma de amenizar os preços no varejo. Vejamos; a importação – paga em dólar – será apropriada por estas mesmas empresas estrangeiras auxiliadas, vejam quanta bondade, pelo governo através da redução ou isenção das taxas de comércio externo sem nenhuma imposição aos supermercados de preço diferenciado, tabelamento resumindo a solução oficial a crença na mão invisível do mercado.

7 – O Brasil vai importar arroz enquanto o agro é pop ainda curte a ressaca do aumento de 96% da exportação deste mesmo produto alimentício ou 212.623 toneladas encontrando, como observa-se, dificuldades para entregar internamente pouco mais de 12 milhões de toneladas previstas para o consumo.

8 – A carne segue o mesmo destino registrando o abate e exportação de suínos, segundo o IBGE, quantidades superiores ao recorde de 1997 e sabem o motivo? O governo da China está preocupado com a segurança alimentar da população e para garantir o abastecimento e preço está estocando, ou seja, os chineses possuem uma política nacional de segurança alimentar instituída a partir dos interesses nacionais desprezando, neste caso, a ajuda da mítica mão invisível.

9 – Somado ao projeto de insegurança alimentar encontra-se a liberalização do setor de energia envolvendo principalmente o petróleo e eletricidade sem falar na privatização da água retirando a fúria neoliberal as mínimas condições para qualquer tipo de intervenção em defesa dos interesses da população traduzidos estes em termos de sobrevivência.

10 – A crise dos alimentos, a destruição da Petrobras, a privatização dos recursos da educação e a volta da indicação política para os cargos públicos presentes na dita reforma administrativa, a intensificação do modelo agro/extrativista exportador constituem elementos da redução do Brasil a condição de uma economia colonial integrada por baixo ao imperialismo estadunidense. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

REFORMA ADMINISTRATIVA FEDERAL


 

* REFORMA ADMINISTRATIVA BOLSONARISTA; O MERCADO ACIMA DE TUDO

*FIM DO CONCURSO PÚBLICO COMEMORADO NA IMPRENSA LIVRE

* BANCOS E FUNDAÇÃO BAFO DE ONÇA DE OLHO NO FUNDEB DELA

* SERVIÇO PÚBLICO SERÁ REDUZIDO A CONDIÇÃO DE BICO

POR WLADMIR COELHO

1 – O sr. Jair Bolsonaro comunica, e os jornais repetem efusivamente, o envio da PEC que “Altera disposições sobre servidores, empregados públicos e organização administrativa” acompanhado, o projeto, da seguinte frase: “as novas regras não afetam os servidores atuais e só valem para os novos” repetindo a mesma conversa desmobilizadora da reforma da previdência cujo resultado prático encontra-se na redução dos salários dos servidores e ampliação do tempo de trabalho transformando a aposentadoria em sonho.  

2 – A reforma administrativa dos srs. Bolsonaro, Guedes, generais carreiristas e Bom Rapaz Maia representa o desmonte dos instrumentos necessários a efetivação dos direitos sociais representados na educação pública e gratuita, saúde, assistência social dentre outros cujo financiamento, a exemplo do FUNDEB recentemente aprovado, continua a cargo do Estado, contudo, aprovada a reforma em questão, estes recursos ficam a disposição do mercado ampliando ou consolidando o saque.

3 – O texto do projeto ainda não foi divulgado, mas os meios de comunicação associados aos ditos investidores comemoram as facilidades para privatização anunciadas no último parágrafo do release da Secretária Geral da Presidência da República no qual podemos ler o seguinte: “Por fim, visando maior aproximação do setor público com a iniciativa privada, a PEC estabelece a possibilidade de cooperação dos entes públicos com entes privados, inclusive com o compartilhamento de estrutura física e utilização de recursos de particulares, com ou sem contrapartida financeira.”  

4 – Esta orgia neoliberal vai autorizar, por exemplo, a entrada dos bancos e fundações bafo de onça e por lá permanecerem com seus funcionários de tempo parcial e sem vínculo empregatício aplicando “projetos” de tempo integral amparados no princípio da melhoria da qualidade da mão de obra e aumento da produção uma conversa mole voltada a formação de jovens aptos ao manuseio de múltiplas teclas em tempos de intensificação do trabalho e redução do número de empregados.

5 – Redução do número de empregados eis a outra questão a ser observada na proposta de reforma administrativa; segundo o comunicado oficial a estabilidade transforma-se em privilégio das carreiras típicas de Estado e mesmo sem ficar claro quais seriam estas, e considerando as reformas anteriores, tenho absoluta certeza da sensibilidade do leitor em apontar os segmentos a compor as ditas carreiras.

6 – A futura reforma administrativa, segundo informe do governo, “(...) apresenta o fim do que é conhecido hoje como `regime jurídico único` e institui os: vínculo de experiência, vínculo por prazo determinado, cargo com vínculo por prazo indeterminado.” A modernização do sr. Bolsonaro, em termos práticos, promove o retorno ao coronelismo, ao apadrinhamento e todas aquelas práticas anteriores a Revolução de 1930 somado ao sepultamento definitivo do modelo instituído a partir da Constituição de 1988, salvo no caso daquelas carreiras típicas de Estado.

7 – Acabou? ainda não. A reforma administrativa assume a precarização do servidor público transformando em “bico” as atividades de professores, profissionais da saúde, observando, o comunicado da secretaria geral da presidência, o seguinte: “Mais limitações ao exercício de outras atividades para ocupantes de cargos típicos de Estado e menos limitações para os servidores em geral.” Para entender este ponto vamos retornar aos professores das escolas abertas aos projetos dos bancos e fundações bafo de onça; o mesmo profissional diante da redução de jornada provocada, por exemplo, a partir da aplicação da reforma do ensino médio fica liberado para assumir nova carga horária através de contrato destas empresas recebendo a menor do mesmo recurso público agora repassado aos banqueiros com jornada semelhante ou superior a original.

8 – A reforma ainda acaba com a progressão por tempo de serviço, férias prêmio, possibilita a redução de carga horária e salário jogando fora a carreira duramente conquistada, no caso dos professores, com piso salarial e tudo.

9 – A reforma administrativa segue a estrutura de sempre; primeiro uma longa campanha contra os servidores apontados como parasitas a partir de intensa campanha da imprensa livre – neste caso livre de qualquer compromisso com a verdade – prometendo a população um mundo fantástico após a privatização de tudo entregando a precarização em nome da liberdade de mercado.


Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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