* PRESIDENTE DO BRADESCO
É CONTRA AUXÍLIO EMERGENCIAL
* LEMANN: “O DESCONFORTO
DO BRASILEIRO GERA OPORTUNIDADE”
* GREVE DOS CAMINHONEIROS
* IMPEACHMENT, OS
MUITO RICOS AINDA NÃO QUEREM
Por Wladmir Coelho
1 – “A
questão do auxílio emergencial é humanitária” esta frase não é parte de um
pronunciamento do Papa e sim do presidente do Bradesco o sr. Luiz Trabuco publicada
no jornal O Estado de São Paulo do dia 29 de janeiro. Estranho. Os banqueiros, como sabemos, prezam o
dinheiro, o lucro, o acumulo de capital e neste momento andam a reclamar do
lucro de “apenas” R$ 53 bilhões em 2020 e buscam formas e meios de ampliar a
taxa e foi por isso mesmo que o banqueiro em questão, após passar a língua em
seus acentuados caninos, completou sua
piedosa frase reafirmando sua posição contrária a prorrogação do auxílio justificada
na necessidade, segundo o sr. Trabuco, do governo “encontrar uma nova fonte de
arrecadação.” O diabo corre da cruz os banqueiros dos impostos entendida a
cobrança como forma de expropriação um sacrilégio contra a propriedade privada
e por isso mesmo atacam toda forma de direito social e defendem a dita
meritocracia um eufemismo para justificar o controle oligárquico das finanças.
2 – A simples hipótese de
cobrança de impostos assusta os banqueiros e grandes corporações formando estas
um emaranhado de aquisições, fusões todos sócios dos fundos de investimentos administrados,
em grande parte, pelos bancos e estes constituem um bilionário contingente de
devedores apresentando o Bradesco do sr. Trabuco um calote de pelo menos R$ 7.9
bilhões. Por falar em fundos de investimentos e calotes o sr. Jorge Paulo
Lemann saiu a declarar aos jornais: “o
desconforto do brasileiro gera oportunidade.” Oportunidades não
são poucas para os controladores dos fundos internacionais de investimentos
todos lucrando como nunca enquanto o desemprego e a morte seguem sua marcha.
3 – O sr. Lemann além de
fabricar cerveja controla parcela significativa da educação básica brasileira instituindo,
através de parcerias, a forma “empresarial” de gestão pautada na ideologia do
quanto menor melhor. Menores salários, menor número de alunos, menos professores e prédios escolares prática
denominada de austeridade sempre seguida daquelas comparações ridículas do
Estado com a mítica dona de casa, empresas privadas ou frases ao estilo: quer
um carro novo? pare de jantar fora, uma conversa prá boi – Caracu – dormir existindo
apenas para justificar os seguidos cortes orçamentários em benefício do “equilíbrio
fiscal” um eufemismo para o pagamento em dia das dividas com os bancos.
4 – O sr. Lemann,
residente na Suíça, eventualmente coloca seus muito ricos pezinhos em território
brasileiro para verificar as condições do feudo e as vezes fala de casa mesmo revelando
a sua condição de bom marido e pai zeloso: “eu tenho uma preocupação grande,
com membros da minha família, por terem muito conforto e facilidades”, a paternal
declaração emenda com aquela do desconforto e ainda a questão humanitária do
sr. Trabuco – que nome! – ambos interessados em ampliar a taxa de lucros a
partir da superexploração da mão de obra aqui no Brasil e controle imediato dos
monopólios da energia elétrica, do petróleo, das águas tudo sem o mínimo de
regulação – ao modo da mão invisível – apenas cobrando tarifas elevadas sem
investir um centavo em infraestrutura construída desde os anos 30 varguistas. Os
muito ricos detestam o monopólio estatal dos setores econômicos assim
caracterizados, mas adoram cobrar preços de monopólios privados. Vejamos em
termos práticos o significado de controle monopolístico privado:
5 - Em 1953 o presidente
Getúlio Vargas assinou a Lei 2004 estabelecendo o monopólio estatal do petróleo
e criando a Petrobras para o seu cumprimento uma vitória dos diferentes
segmentos da sociedade reunidos no movimento conhecido como “O PETRÓLEO É
NOSSO” do qual participaram trabalhadores, estudantes, militares, comunistas, políticos
liberais, empresários, nacionalistas enfim todos aqueles patriotas conscientes
estes da condição estratégica da energia para o desenvolvimento econômico
nacional em bases burguesas, capitalistas e principalmente do poder econômico
decorrente da exploração petrolífera. Passados 68 anos da criação da Petrobras
a empresa, sempre boicotada por interesses internacionais, foi desmantelada e
hoje é oferecida em partes à iniciativa privada impedindo a criação de uma
política econômica, inclusive, para o transporte de mercadorias.
6 – Exemplo prático: O
sr. Jair Bolsonaro, diante da ameaça de greve dos caminhoneiros, correu à sede
do Ministério da Economia – o normal seria o chefe convocar o subordinado ocorrendo
o inverso no Brasil, qual a razão? – em busca de algum agrado à categoria e
saiu de lá do jeito que entrou e ainda recebeu uma aulinha de neoliberalismo
com aqueles chavões de costume: “o mercado regula os preços”, “o governo não
tem como intervir na economia” ocultando o principal: o controle do monopólio
petrolífero do Brasil passou do Estado à iniciativa privada interessada esta
nos índices da bolsa e por isso mesmo aumentando constantemente o gás de
cozinha, os combustíveis para garantir o lucro em Wall Street reduzindo, é
verdade, a lucratividade dos grandes empresários de transporte, mas estes ganhando
muito com suas ações nos fundos de investimentos.
7 – Ficam de fora desta
farra dos bilhões os motoristas e auxiliares ameaçados pelo desemprego, na
forma de demissão ou inexistência de fretes para os autônomos, integrando o
grupo dos superexplorados alimentados com discursos diversionistas na forma de louvação
ao laissez faire uma entidade sagrada a sofrer, conforme a narrativa oficial,
ataques dos defensores do dito isolamento social.
8 – O mundo de faz de
conta neoliberal garante o lucro dos muito ricos, justifica o sofrimento do trabalhador,
mantém no poder os demagogos a partir da construção de inimigos imaginários alimentando
a autodestruição, inclusive física, daqueles sem recursos financeiros para
comprar o oxigênio ou vacina negando o
acesso aos recursos resultantes do trabalho, uma atividade social, para
permitir a concentração dos resultados dos esforços comuns nas burras dos muito
ricos.
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