terça-feira, 19 de janeiro de 2021

DONOS DE ESCOLAS EM BH ERRAM O ENDEREÇO E BUZINAM NA PORTA DO PREFEITO


 


* DONOS DE ESCOLAS EM BH ERRAM O ENDEREÇO E BUZINAM NA PORTA DO PREFEITO

* ENQUANTO A CLASSE MÉDIA QUER ABRIR A EUROPA FECHA AS ESCOLAS

* ENSINO HÍBRIDO E GRANA PÚBLICA PARA OS CONTROLADORES DOS SISTEMAS PRIVADOS DE EDUCAÇÃO

Por Wladmir Coelho

1 – Os donos de escolas particulares de Belo Horizonte saíram em carreata com balõenzinhos nas cores verde e amarelo reivindicando o retorno das aulas presenciais alegando, segundo reportagem do jornal Estado de Minas, que “o comércio já teve a oportunidade de retomada e fechou novamente, mas as escolas não tiveram oportunidade de fazer a abertura” uma declaração no mínimo contraditória revelando o quanto estavam inseguros em seus argumentos os proprietários da atividade comercial – a comparação é dos manifestantes -  educação.

2 – Devemos recordar a condição daqueles proprietários de escolas majoritariamente localizadas em bairros da capital mineira oferecendo o ensino infantil, anos iniciais do fundamental e alguns colégios ainda não engolidos totalmente por determinado grupo estrangeiro controlado por fundos de investimentos interessados nos resultados de Wall Street. Deste modo a presença majoritária na carreata em questão era daqueles conhecidos empresários de classe média reclamando, prá variar, na porta errada.

3 – Estes empresários continuam a cobrar do prefeito uma solução para a qual ele não possui poderes, mas preso aos elementos ideológicos do liberalismo econômico não consegue, o sr. Alexandre Kalil, esclarecer aos seus confrades de classe social a necessidade de reformulação da politica econômica nacional incluindo um programa de apoio  e financiamento da folha salarial, pagamento dos alugueis, proibição dos despejos, ampliação do acesso à internet um programa mínimo de socorro igualzinho ao dos Estados Unidos promovendo o governo a distribuição de trilhões aos bancos, mas doando – e o termo é este mesmo – alguma coisa aos médios e pequenos empresários incluindo as escolas privadas.

4 – A ideologia econômica liberal à brasileira transforma a classe média em consumidora do veneno a destruí-la considerando a prática de arrocho salarial e extinção dos direitos, incluindo os trabalhistas em nome da redução do “custo Brasil” em termos práticos o caminho para a inviabilização do mercado interno traduzido na impossibilidade, inclusive, do pagamento das mensalidades escolares. A crença na retomada da plenitude da economia após a normalização do comércio revela o elevado grau de ingenuidade dos ditos empresários de classe média.

5 – Os proprietários de escolas da carreata com seus balangandãs nas cores verde e amarelo acabam, de forma ingênua, a servir de instrumento aos grandes especuladores internacionais controladores dos sistemas de ensino amplamente conhecidos interessados em retomar o processo da onda, a saber, a implantação do dito ensino hibrido de preferência com recursos do FUNDEB. Estes não precisam sair às ruas e mandam brasa pelos Rodas Vivas, artigos em grandes jornais, entrevistas nos programas de TV sempre em nome do “direito” com vozinha meiga e aquele festival de gráficos e casos isolados de superação sempre com aquelas frases feitas facilitando a degustação ideológica.  

6 – A respeito da reabertura das escolas o The Wall Street Journal,  o porta-voz dos jogadores do cassino de Nova Iorque, informa o seguinte em sua edição de 16 de janeiro: “os países da europeus abandonam as promessas de manter as escolas abertas a medida que aumentam as preocupações com a transmissão do vírus por crianças” estabelecendo o material uma comparação com as medidas adotadas nos Estados Unidos – com o devido apoio de mr. Biden o mal menor - pela retomada das aulas presenciais.

7 – A publicação estadunidense aponta as medidas restritivas para o funcionamento das escolas adotadas no Reino Unido, Alemanha, Irlanda, Áustria, Dinamarca e Holanda considerando a presença da nova cepa de coronavírus detectada na Inglaterra gerando esta situação aquelas restrições, amplamente divulgadas, aos viajantes brasileiros.

8 – O Wall Street apresenta ainda declarações do diretor do  Institute of Global Health,  Antoine Flahault, apontando o seguinte: “A segunda onda, revelou mais evidências de que as crianças em idade escolar são quase igualmente, se não mais dispostas a infecção  pelo SARS-CoV-2 do que outras”, mostrando o quanto é temerário o retorno das aulas presenciais amparadas, em grande medida, na crença da imunidade do rebanho – neste caso o infantil – acrescidas das comparações entre o funcionamento das lojas, bares e padarias.

 

 


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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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