* LIBERDADE DE MERCADO É ISSO: FORD DÁ BYE, BYE BRAZIL
* EMPRESÁRIO DE CLASSE
MÉDIA AINDA NÃO ACORDOU DA OVERDOSE DE CLOROQUINA
* TRABALHADOR VAI A
MANIFESTAÇÃO DE PATRÃO POR VONTADE PRÓPRIA?
* KALIL, UM PREFEITO
BURGUÊS AMARRADO PELA IDEOLOGIA DE SUA CLASSE
Por Wladmir Coelho
1 – A multinacional Ford,
lá do alto da cadeia produtiva, depois de remeter, ao longo de décadas, lucros
fantásticos à matriz estadunidense graças as facilidades oferecidas pelo
governo brasileiro incluindo a formação dos trabalhadores, renuncia fiscal, manutenção
dos salários baixos em relação ao mercado estadunidense; os comerciantes instalados
nos shoppings espalhados pelo Brasil reclamam do aumento das taxas e entopem a
justiça com processos denunciando contratos abusivos e mesmo assim os despejos continuam.
A culpa fica nas costas da pandemia, mas sabemos todos da limitação desta acusação
existindo a necessidade de entendermos o quadro de forma abrangente.
2 – Ao lado da crise
econômica temos a crise sanitária acelerando aquela isso em meio ao discurso
ideológico vendido pelos ricos, copiado pela classe média e imposto ao povo
este sem emprego, igualmente despejado, sem vacina vai procurando sobreviver em
meio ao vendaval de desinformação construído para confundir e legitimar a
inação oficial. Vejamos os últimos acontecimentos:
3 – Postagem do jornal O
Tempo informa: “empresários, comerciantes e funcionários de lojas de Belo Horizonte se reúnem em frente à sede da
prefeitura, na avenida Afonso Pena, no centro da capital, para protestar contra
o decreto de fechamento das atividades não essenciais na cidade, na manhã desta
segunda-feira (11).” O material jornalístico apresenta
ainda um vídeo e neste um homem explica, de forma chula, o motivo de negar-se
ao uso da máscara, as fotos revelam pessoas com bandeiras do Brasil, camisas da
seleção, nariz de palhaço e outros balangandãs típicos das manifestações da classe
média colonizada de nosso auriverde torrão.
4 – Na mesma edição de O Tempo,
desta vez focando a cidade de Betim governada
pelo dono do jornal, temos a seguinte informação: “no centro de Betim, apenas
uma agência do Itaú/ Unibanco estava atendendo ao público nesta segunda (11);
banco afirmou que locais foram fechados temporariamente por causa de casos
suspeitos de Covid-19”. Este fato, fechamento de agência em função da
contaminação de seus trabalhadores, não é exclusividade de Betim aqui mesmo no
meu bairro em Belo Horizonte uma agência do mesmo banco fechou “temporariamente”
por motivo idêntico fato possivelmente verificado em outras localidades.
5 – O material de O Tempo
a respeito da manifestação contra o decreto de fechamento das atividades não
essenciais em Belo Horizonte mostra a disposição dos “empresários” em apelar
para a desobediência civil e o que seria isso na visão da classe média
empresarial auriverde? A resposta é muito simples; expor os trabalhadores aos
riscos neste momento de evidente crescimento da contaminação igualzinho os
banqueiros estão a fazer com seus trabalhadores. Estes empresários da porta da prefeitura
imaginam pertencer ao mesmo mundo daqueles ricaços do Itaú, Bradesco, Santander.
6 – O PROBLEMA ESTÁ NA
ESCALA – os empresários da academia, da loja de R$ 1,99, da revenda de roupas,
da franquia, da padaria da porta da prefeitura não conseguem entender que a sua
SUV é o jatinho particular do banqueiro, que sua lancha é o iate do trilionário,
que sua varanda gourmet é o castelo europeu do controlador do fundo de
investimento. O aspecto comum desta história está na exploração do trabalhador,
é verdade, ricaços e classe média desprezam o trabalho esta imitando aquela sonhando
em ser tratado por nhonhô e não foi por outro motivo que pressionaram, conforme
relatos presentes no material de O Tempo, a presença dos trabalhadores preocupados
estes com a possibilidade de contaminação naquela aglomeração.
7 – Este quadro oferece
ao trabalhador uma clara percepção e entendimento das relações de trabalho no
Brasil herdeira das terríveis tradições do pelourinho, da senzala revelando diariamente
que sua vida não tem valor diante do capital, do lucro e percebe, pela
experiência, a semelhança das formas de exploração dos bancários, dos
comerciários, do industriário, daqueles trabalhadores de aplicativo.
8 - Aos manifestantes de
classe média resta a ignorância das causas da própria tragédia agarrados a boia
da ideologia neoliberal, colonial tratam de aplicar a receita escravocrata de
intensificação da exploração, a superexploração do trabalhador. Esta classe
média, atolada até o pescoço em dívidas com os bancos, encontra-se dopada,
alucinada pelo discurso moralista ignorando a economia e desta ignorância a
necessidade de intervenção imediata, de redistribuição dos recursos em poder
dos bancos e fundos de investimentos incapazes de gerar um emprego, mas em condições
de multiplicar os lucros dos trilionários. Defendem o capitalismo como se
capitalistas fossem, condenam o controle dos lucros acreditando possuidores dos
mesmos diretos, aplicam a receita dos ricos com medo de tornarem-se miseráveis,
sem varanda gourmet, desprovidos da SUV e outras ostentações infantilizadas de
fundo colonial incluindo o deslumbramento pela Disneylândia.
7 – Os manifestantes de
classe média, ignorando a sua condição social, aglomeraram-se na porta da
prefeitura de Belo Horizonte carregando proprietárias de salão aqui do bairro,
acreditando estas possuírem os mesmos interesses do banqueiro, obrigam a
presença de seus funcionários com ameaças de demissão. Ficaram na Afonso Pena
durante um tempo usando um trio elétrico, fizeram discursos dos mais variados
tipos, xingaram o prefeito burguês igualmente preso as mesmas questões
ideológicas da classe média, a saber, a aceitação acrítica da situação
econômica incapaz de organizar uma campanha em defesa do financiamento – com perdão
da dívida - das folhas de pagamento dos
pequenos comerciantes, empréstimos para pagamento de aluguel das lojas, suspensão
dos despejos, apoio para alimentação e auxílio
emergencial para os trabalhadores e ampliação do seguro desemprego isso, meus amigos,
não tem nada de esquerdismo, populismo e foi realizado nos Estados Unidos e vejamos
as causas desta diferença de tratamento.
8 - Os banqueiros daqui
subordinam-se aos de lá, a organização da economia brasileira segue as
necessidades e ordens do Tio Sam, ou seja, para sobrar ou manter os gastos na
matriz é preciso manter e ampliar a exploração no Brasil e demais economias subordinadas,
integradas. Assim quando o Trump – a mesma receita vai repetir o Biden - destina trilhões de dólares para salvar os
bancos e corporações o faz acreditando no arrocho do trabalhador brasileiro
representado nos meios de comunicação através da exaltação ao governante privatizador
com coragem suficiente de cortar recursos da saúde, educação, serviço social
levantando, deste modo, dinheiro para remeter aos ricaços de Nova Iorque pouco
importando a quebradeira geral do empresário de classe média e como verificamos,
a respeito deste sujeito, este pouco ou nenhum conhecimento possui desta
realidade preferindo a overdose de cloroquina.
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