sábado, 23 de janeiro de 2021

BANQUEIROS RECLAMAM DO LUCRO DE APENAS R$ 63,584 BILHÕES


 


*  BANQUEIROS RECLAMAM DO LUCRO DE APENAS R$ 63,584 BILHÕES

* SAFRA RECORDE NÃO GARANTE ALIMENTO NA MESA DOS BRASILEIROS

* IMPEACHMENT ESTÁ NAS RUAS E OS DEPUTADOS NA CÂMARA

Por Wladmir Coelho

1 -  Os banqueiros reclamam do “pequeno” lucro de  R$ 63,584 bilhões e exigem aumento nas taxas de juros para ganhar mais e mais enquanto o desemprego cresce, os direitos sociais transformam-se em pecado, os pequenos e médios empresários fecham as portas, a inflação dos alimentos revela o fantasma da fome, este último contradizendo a entusiástica comemoração dos meios de comunicação e do governo a respeito da “safra recorde” um eufemismo para o direcionamento da produção de comodities  ao mercado externo enquanto o IBGE registra queda no consumo de alimentos em outubro e novembro de 2020. Lucram os proprietários de terras e aqueles dos supermercados – um setor dominado por multinacionais – perdendo os últimos na quantidade compensada nos elevados preços. Um grande viva à mão invisível!

2 – As grandes empresas de comunicação do Brasil também lucraram e muito graças ao cassino da bolsa e sua associação aos grandes bancos formando a santa aliança responsável pela pressão por mais suor do trabalhador na forma de juros ainda maiores, redução de impostos para os ricos e privatizações da energia elétrica, água uma forma de entupir os cofres das multinacionais associadas aos tubarões nacionais através da cobrança de tarifas elevadíssimas sem a necessidade de gastar um centavo considerando que toda a estrutura foi construída pelo Estado – inclusive para o atendimento daquelas empresas estrangeiras que agora partem depois de extrair o máximo -  bastando para este fim utiliza-la até esgotar como verificou-se recentemente no Amapá.

3 – A pandemia, é possível verificar, não representou para os muito ricos dificuldade alguma o mesmo não podemos afirmar em relação aos trabalhadores e pequenos empresários os primeiros perdendo seus empregos e direitos os demais simplesmente fechando as portas ambos sem o mínimo apoio do governo sofrendo de forma imediata os assalariados agora desprovidos do auxílio emergencial enquanto a classe média aguarda na fila das carreatas contra o fechamento do comércio para conter a pandemia, apresentando dentre seus componentes, uns ainda iludidos com a mágica da bolsa e por isso apostando tudo na continuidade da política econômica destruidora do mercado interno e excludente esquecendo a condição do grande de controlador da reduzida, mas existente, produção nacional da qual é extraída, a partir da superexploração do trabalho, os meios para jogar no mundo dos títulos ficando o empresário de classe média a contribuir com sua própria ruina considerando a prática predatória dos muitos ricos resultando esta na exclusão de um contingente gigantesco de famílias impedidas de frequentar a padaria, o salão de beleza, a loja de roupas e calçados e mesmo pagar colégio particular do filho.

4 – Alegria dos muito ricos, ilusão da classe média e desespero entre os trabalhadores este quadro acaba por contribuir diretamente para a impopularidade do sr. Jair Bolsonaro verificada em diferentes pesquisas, afinal o poder econômico concentra-se em poucas famílias enquanto a massa vai sentindo as dificuldades e desta vez sem o auxílio emergencial tratado nos grandes veículos de comunicação como espécie de demônio a ampliar o déficit primário eufemismo para garantia de pagamento aos banqueiros. A defesa do arrocho aos trabalhadores atinge o ridículo quando verificamos na edição de O Globo do dia 23 de janeiro na primeira página: “Biden amplia ajuda contra efeitos da COVID: O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou decretos para reforçar a ajuda federal aos americanos mais atingidos pelos efeitos econômicos da pandemia. Milhões de pessoas receberão vale-refeição e cheque de assistência e terão direitos trabalhistas restaurados” enquanto da página 2 da mesma edição a opinião do citado jornal é a seguinte: “Recriação do auxílio emergencial exige cuidados. Cresce a pressão para a volta do benefício. É fundamental que haja cuidado com o risco fiscal.” O Globo apresenta o seu tradicional louvor colonial exaltando o auxílio emergencial do Biden, mas para os nossos defende o salve-se quem puder uma espécie de continuidade de política da morte com as muitas páginas em defesa da vacina, mas sem comida afinal os muito ricos precisam do mínimo de segurança sanitária e como sabemos há momentos nos quais , apesar de todo o isolamento, acabam aqueles ricaços por aproximarem-se de um jardineiro, motorista, mordomo estes em contato direto com os excluídos existindo evidente risco de contaminação daqueles. A fome? a fome não pega.   

5 – O quadro nacional revela ainda uma satisfação dos empresários com o governo do sr. Bolsonaro, segundo a última pesquisa da Folha de São Paulo 51% deles seguem acreditando no capitão exercendo esta numericamente reduzida, mas poderosa gente, a sua influência através de organizações como FIESP, FEBRABAN e outras representações bem nutridas todas contentes com a política econômica do sr. Paulo Guedes a garantir a mão de obra desocupada em  fartura , salários baixos, inexistência de direitos trabalhistas e obrigações previdenciárias acrescidas da promessa de isenção de impostos a ser votada depois da eleição do sr. Lira ou sr. Baleia para a presidência da Câmara dos Deputados. Nos corredores da FIESP seus diretores cantam “que maravilha viver!”.

6 – Os muito ricos apesar do poder econômico não garantem o mandato do sr. Bolsonaro e o impeachment está nas ruas como resultado, inclusive, das mortes por COVID, rondando o vírus as famílias, aquelas defendidas nos discursos moralistas, assustadas com a possibilidade de sofrimentos terríveis revelados a partir da falta de oxigênio hospitalar no Amazonas. A dúvida está na seguinte questão: impeachment é decidido no Congresso Nacional uma patota, em sua maioria, conhecida pela dependência direta dos recursos dos muito ricos para o financiamento das respectivas campanhas eleitorais convertendo, por isso mesmo, os ditos representantes do povo em assalariados dos capitalistas estes, como demonstrou a pesquisa da Folha de São Paulo, satisfeitos com o atual governo. Corremos assim o risco de aprovado o processo resulte apenas em substituição do capitão por seu superior hierárquico um general igualmente reacionário e seguidor da cartilha do Gustavo Corção no lugar daquela do Olavo Carvalho. O general não gosta de palavrões em público e talvez venha a restituir a liturgia do cargo. É isso o que queremos?

7 – Os mesmos jornais a exigir o impeachment defendem a continuidade do modelo econômico e o fazem a partir da defesa da “austeridade” da redução dos gastos, contra o “populismo” sinônimo, para os comentaristas econômicos, de direitos sociais causa, segundo estes, do custo Brasil recentemente apontado como origem do fechamento das fábricas da multinacional Ford. A questão, deste modo, está a exigir uma leitura mais atenta revelando o fato impeachment um aprofundamento da crise entre as classes sociais resultando a aprovação deste a partir de um acordo entre os muito ricos e o Congresso Nacional na famosa troca de 6 por meia dúzia represando a insatisfação decorrente das condições econômicas desfavoráveis aos trabalhadores e classe média contribuindo para um quadro político ainda mais conturbado tornando necessário a organização de um movimento em defesa do impedimento presidencial com exigências mínimas de alterações econômicas a favor dos trabalhadores, garantia da manutenção dos direitos sociais e recuperação da soberania nacional decorrendo desta postura a convocação imediata de eleições.


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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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