* BANQUEIROS RECLAMAM DO LUCRO DE APENAS R$
63,584 BILHÕES
* SAFRA RECORDE NÃO
GARANTE ALIMENTO NA MESA DOS BRASILEIROS
* IMPEACHMENT ESTÁ NAS
RUAS E OS DEPUTADOS NA CÂMARA
Por Wladmir Coelho
1 - Os banqueiros reclamam do “pequeno” lucro de R$ 63,584 bilhões e exigem aumento nas taxas
de juros para ganhar mais e mais enquanto o desemprego cresce, os direitos
sociais transformam-se em pecado, os pequenos e médios empresários fecham as
portas, a inflação dos alimentos revela o fantasma da fome, este último contradizendo
a entusiástica comemoração dos meios de comunicação e do governo a respeito da
“safra recorde” um eufemismo para o direcionamento da produção de comodities ao mercado externo enquanto o IBGE registra queda
no consumo de alimentos em outubro e novembro de 2020. Lucram os proprietários
de terras e aqueles dos supermercados – um setor dominado por multinacionais –
perdendo os últimos na quantidade compensada nos elevados preços. Um grande
viva à mão invisível!
2 – As grandes empresas
de comunicação do Brasil também lucraram e muito graças ao cassino da bolsa e
sua associação aos grandes bancos formando a santa aliança responsável pela
pressão por mais suor do trabalhador na forma de juros ainda maiores, redução de
impostos para os ricos e privatizações da energia elétrica, água uma forma de entupir
os cofres das multinacionais associadas aos tubarões nacionais através da
cobrança de tarifas elevadíssimas sem a necessidade de gastar um centavo
considerando que toda a estrutura foi construída pelo Estado – inclusive para o
atendimento daquelas empresas estrangeiras que agora partem depois de extrair o
máximo - bastando para este fim utiliza-la
até esgotar como verificou-se recentemente no Amapá.
3 – A pandemia, é possível
verificar, não representou para os muito ricos dificuldade alguma o mesmo não
podemos afirmar em relação aos trabalhadores e pequenos empresários os
primeiros perdendo seus empregos e direitos os demais simplesmente fechando as
portas ambos sem o mínimo apoio do governo sofrendo de forma imediata os
assalariados agora desprovidos do auxílio emergencial enquanto a classe média
aguarda na fila das carreatas contra o fechamento do comércio para conter a
pandemia, apresentando dentre seus componentes, uns ainda iludidos com a mágica
da bolsa e por isso apostando tudo na continuidade da política econômica destruidora
do mercado interno e excludente esquecendo a condição do grande de controlador
da reduzida, mas existente, produção nacional da qual é extraída, a partir da
superexploração do trabalho, os meios para jogar no mundo dos títulos ficando o
empresário de classe média a contribuir com sua própria ruina considerando a
prática predatória dos muitos ricos resultando esta na exclusão de um
contingente gigantesco de famílias impedidas de frequentar a padaria, o salão
de beleza, a loja de roupas e calçados e mesmo pagar colégio particular do
filho.
4 – Alegria dos muito
ricos, ilusão da classe média e desespero entre os trabalhadores este quadro acaba
por contribuir diretamente para a impopularidade do sr. Jair Bolsonaro verificada
em diferentes pesquisas, afinal o poder econômico concentra-se em poucas
famílias enquanto a massa vai sentindo as dificuldades e desta vez sem o
auxílio emergencial tratado nos grandes veículos de comunicação como espécie de
demônio a ampliar o déficit primário eufemismo para garantia de pagamento aos
banqueiros. A defesa do arrocho aos trabalhadores atinge o ridículo quando
verificamos na edição de O Globo do dia 23 de janeiro na primeira página: “Biden
amplia ajuda contra efeitos da COVID: O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou
decretos para reforçar a ajuda federal aos americanos mais atingidos pelos
efeitos econômicos da pandemia. Milhões de pessoas receberão vale-refeição e
cheque de assistência e terão direitos trabalhistas restaurados” enquanto da
página 2 da mesma edição a opinião do citado jornal é a seguinte: “Recriação do
auxílio emergencial exige cuidados. Cresce a pressão para a volta do benefício.
É fundamental que haja cuidado com o risco fiscal.” O Globo apresenta o seu
tradicional louvor colonial exaltando o auxílio emergencial do Biden, mas para
os nossos defende o salve-se quem puder uma espécie de continuidade de política
da morte com as muitas páginas em defesa da vacina, mas sem comida afinal os
muito ricos precisam do mínimo de segurança sanitária e como sabemos há
momentos nos quais , apesar de todo o isolamento, acabam aqueles ricaços por aproximarem-se
de um jardineiro, motorista, mordomo estes em contato direto com os excluídos
existindo evidente risco de contaminação daqueles. A fome? a fome não pega.
5 – O quadro nacional
revela ainda uma satisfação dos empresários com o governo do sr. Bolsonaro,
segundo a última pesquisa da Folha de São Paulo 51% deles seguem acreditando no
capitão exercendo esta numericamente reduzida, mas poderosa gente, a sua influência
através de organizações como FIESP, FEBRABAN e outras representações bem nutridas
todas contentes com a política econômica do sr. Paulo Guedes a garantir a mão
de obra desocupada em fartura , salários
baixos, inexistência de direitos trabalhistas e obrigações previdenciárias
acrescidas da promessa de isenção de impostos a ser votada depois da eleição do
sr. Lira ou sr. Baleia para a presidência da Câmara dos Deputados. Nos
corredores da FIESP seus diretores cantam “que maravilha viver!”.
6 – Os muito ricos apesar
do poder econômico não garantem o mandato do sr. Bolsonaro e o impeachment está nas ruas como resultado, inclusive, das
mortes por COVID, rondando o vírus as famílias, aquelas defendidas nos
discursos moralistas, assustadas com a possibilidade de sofrimentos terríveis revelados
a partir da falta de oxigênio hospitalar no Amazonas. A dúvida está na seguinte
questão: impeachment é decidido no Congresso Nacional uma patota, em sua
maioria, conhecida pela dependência direta dos recursos dos muito ricos para o
financiamento das respectivas campanhas eleitorais convertendo, por isso mesmo,
os ditos representantes do povo em assalariados dos capitalistas estes, como
demonstrou a pesquisa da Folha de São Paulo, satisfeitos com o atual governo. Corremos
assim o risco de aprovado o processo resulte apenas em substituição do capitão
por seu superior hierárquico um general igualmente reacionário e seguidor da
cartilha do Gustavo Corção no lugar daquela do Olavo Carvalho. O general não
gosta de palavrões em público e talvez venha a restituir a liturgia do cargo. É
isso o que queremos?
7 – Os mesmos jornais a exigir
o impeachment defendem a continuidade do modelo econômico e o fazem a partir da
defesa da “austeridade” da redução dos gastos, contra o “populismo” sinônimo, para
os comentaristas econômicos, de direitos sociais causa, segundo estes, do custo
Brasil recentemente apontado como origem do fechamento das fábricas da
multinacional Ford. A questão, deste modo, está a exigir uma leitura mais
atenta revelando o fato impeachment um aprofundamento da crise entre as classes
sociais resultando a aprovação deste a partir de um acordo entre os muito ricos
e o Congresso Nacional na famosa troca de 6 por meia dúzia represando a
insatisfação decorrente das condições econômicas desfavoráveis aos
trabalhadores e classe média contribuindo para um quadro político ainda mais
conturbado tornando necessário a organização de um movimento em defesa do impedimento
presidencial com exigências mínimas de alterações econômicas a favor dos
trabalhadores, garantia da manutenção dos direitos sociais e recuperação da
soberania nacional decorrendo desta postura a convocação imediata de eleições.
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