* O MODELO ECONÔMICO COLONIAL NÃO PERMITE O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA NACIONAL
* O ESTADO FORA DA
ECONOMIA UM MANTRA A MATAR O NOSSO POVO
* PFIZER NÃO CONSEGUE
ENTREGAR O PROMETIDO NA EUROPA
* NACIONALIZAR A
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NACIONAL
Por Wladmir Coelho
1 – O discurso carcomido
da incompetência estatal diante da eficiência do setor privado constitui a
principal bandeira dos muito ricos em suas federações de indústrias, bancos,
transportes com ampla repercussão na dita imprensa livre e seus comentaristas
econômicos com aquele aspecto sisudo vendendo ideologia como verdade técnica esta
elevada aos céus da imparcialidade e neutralidade transformando-se em entidade
sobrenatural e tome austeridade fiscal, superávit primário, redução dos
direitos sociais, privatização e outros remédios amargos para o povo e
adocicado para os ricos.
2 – O material a ilustrar
esta postagem vai apontando a contradição do discurso da incompetência estatal
embora a matéria propriamente dita resuma-se ao fato da “falta de recursos”,
neste caso o financeiro considerando a existência dos instrumentos necessários
ao desenvolvimento da vacina brasileira, veja bem, brasileira com tecnologia criada
e aplicada em laboratórios nacionais e não a partir do modelo Coca-Cola ou daquelas
maquiladoras hoje amplamente difundidas. Em determinado momento o jornalista
até consegue furar o bloqueio ao comparar os R$ 9 milhões prometidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações –
aquele chefiado por um coronel reformado da Aeronáutica conhecido por ser o
primeiro brasileiro a passear de foguete – diante dos US$ 2 bilhões entregues a
Pfizer, pagando 100 milhões de doses, pelo governo dos Estados Unidos para o
desenvolvimento da vacina.
3 – A Pfizer, uma empresa
privada, também recebeu apoio financeiro do Estado alemão de pelo menos US$ 445
milhões e com relação aos valores pagos pelos Estados Unidos devemos recordar a
condição contratual para aquisição de mais 500 milhões de doses para além
daquelas primeiras 100 milhões, ou seja, a pesquisa da multinacional somente
ocorreu em decorrência do financiamento público estatal na forma de compra
antecipada. O patrocínio oficial possibilitou o avanço das pesquisas e o
simples anúncio da conclusão da primeira fase resultou no salto de 15% nos
valores das ações lucrando, somente o sr. Albert Bourla (que não se perca pelo
nome), CEO da Pfizer, a bagatela de US$ 5,6 milhões com a venda de 132 mil
ações de sua propriedade.
4 – Animada com os números
a competente multinacional Pfizer não parou de assinar contratos prometendo
entregas na mesma velocidade do aumento de seus lucros, mas o fato de
concentrar os recursos da maior potência econômica e da União Europeia não
garantiu a superação das restrições impostas para uma empresa garantir a sua
taxa de lucro, ou seja, redução do número de funcionários devidamente
acompanhada da intensificação do trabalho. Resultado: a quantidade prometida de
doses começou a atrasar conforme informam os jornais europeus expressando o sr.
Comissário de Saúde daquela comunidade “profunda insatisfação”. E parou por ai
com medo de provocar uma baixa na bolsa.
5 – Retornando ao caso
brasileiro ainda mais grave considerando a inexistência de um plano efetivo de
vacinação originando este o atraso na contratação do produto acrescido da falta
de uma alternativa nacional. Este quadro, devemos recordar, ocorre em descumprimento a determinação constitucional da
saúde como direito social aspecto a obrigar a destinação dos recursos
necessários ao desenvolvimento dos meios para o tratamento e prevenção incluindo
a pesquisa e criação de tecnologias. Como sabemos a não observação desta e
outras determinações constitucionais foi legitimada via instrumentos ideológicos
de costume e naturalizada a partir discurso da austeridade, do combate aos “privilégios”
dos funcionários públicos, um antigo moralismo dos muito ricos consumido colonizadamente
na classe média amplamente utilizado para inibir, reduzir e por fim aniquilar o
cumprimento da Constituição apresentando em seu lugar a redução do país a
simples importador dos remédios produzidos pelas multinacionais. As
universidades e órgãos de pesquisa públicos foram satanizados e sufocados
financeiramente em nome desta política colonial hoje elevada aos céus em nome
da “estabilidade” econômica confundida esta com índices positivos da bolsa.
6 – A intervenção do
Estado na economia constitui a única forma de superação do atraso nacional e
não será efetivado no formato estadunidense conforme apontamos no caso da Pfizer
considerando o interesse desta multinacional – e das demais - em manter a elevada concentração do setor
farmacêutico apresentando em seu apoio os interesses da burguesia brasileira que
segue acumulando seus elevados lucros a
partir da simples integração ao modelo dependente, submisso ao imperialismo.
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