segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

O MODELO ECONÔMICO COLONIAL NÃO PERMITE O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA NACIONAL


 * O MODELO ECONÔMICO COLONIAL NÃO PERMITE O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA NACIONAL

* O ESTADO FORA DA ECONOMIA UM MANTRA A MATAR O NOSSO POVO

* PFIZER NÃO CONSEGUE ENTREGAR O PROMETIDO NA EUROPA

* NACIONALIZAR A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NACIONAL

Por Wladmir Coelho

1 – O discurso carcomido da incompetência estatal diante da eficiência do setor privado constitui a principal bandeira dos muito ricos em suas federações de indústrias, bancos, transportes com ampla repercussão na dita imprensa livre e seus comentaristas econômicos com aquele aspecto sisudo vendendo ideologia como verdade técnica esta elevada aos céus da imparcialidade e neutralidade transformando-se em entidade sobrenatural e tome austeridade fiscal, superávit primário, redução dos direitos sociais, privatização e outros remédios amargos para o povo e adocicado para os ricos.

2 – O material a ilustrar esta postagem vai apontando a contradição do discurso da incompetência estatal embora a matéria propriamente dita resuma-se ao fato da “falta de recursos”, neste caso o financeiro considerando a existência dos instrumentos necessários ao desenvolvimento da vacina brasileira, veja bem, brasileira com tecnologia criada e aplicada em laboratórios nacionais e não a partir do modelo Coca-Cola ou daquelas maquiladoras hoje amplamente difundidas. Em determinado momento o jornalista até consegue furar o bloqueio ao comparar os R$ 9 milhões prometidos pelo  Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – aquele chefiado por um coronel reformado da Aeronáutica conhecido por ser o primeiro brasileiro a passear de foguete – diante dos US$ 2 bilhões entregues a Pfizer, pagando 100 milhões de doses, pelo governo dos Estados Unidos para o desenvolvimento da vacina.  

3 – A Pfizer, uma empresa privada, também recebeu apoio financeiro do Estado alemão de pelo menos US$ 445 milhões e com relação aos valores pagos pelos Estados Unidos devemos recordar a condição contratual para aquisição de mais 500 milhões de doses para além daquelas primeiras 100 milhões, ou seja, a pesquisa da multinacional somente ocorreu em decorrência do financiamento público estatal na forma de compra antecipada. O patrocínio oficial possibilitou o avanço das pesquisas e o simples anúncio da conclusão da primeira fase resultou no salto de 15% nos valores das ações lucrando, somente o sr. Albert Bourla (que não se perca pelo nome), CEO da Pfizer, a bagatela de US$ 5,6 milhões com a venda de 132 mil ações de sua propriedade.

4 – Animada com os números a competente multinacional Pfizer não parou de assinar contratos prometendo entregas na mesma velocidade do aumento de seus lucros, mas o fato de concentrar os recursos da maior potência econômica e da União Europeia não garantiu a superação das restrições impostas para uma empresa garantir a sua taxa de lucro, ou seja, redução do número de funcionários devidamente acompanhada da intensificação do trabalho. Resultado: a quantidade prometida de doses começou a atrasar conforme informam os jornais europeus expressando o sr. Comissário de Saúde daquela comunidade “profunda insatisfação”. E parou por ai com medo de provocar uma baixa na bolsa.

5 – Retornando ao caso brasileiro ainda mais grave considerando a inexistência de um plano efetivo de vacinação originando este o atraso na contratação do produto acrescido da falta de uma alternativa nacional. Este quadro, devemos recordar, ocorre em  descumprimento a determinação constitucional da saúde como direito social aspecto a obrigar a destinação dos recursos necessários ao desenvolvimento dos meios para o tratamento e prevenção incluindo a pesquisa e criação de tecnologias. Como sabemos a não observação desta e outras determinações constitucionais foi legitimada via instrumentos ideológicos de costume e naturalizada a partir  discurso da austeridade, do combate aos “privilégios” dos funcionários públicos, um antigo moralismo dos muito ricos consumido colonizadamente na classe média amplamente utilizado para inibir, reduzir e por fim aniquilar o cumprimento da Constituição apresentando em seu lugar a redução do país a simples importador dos remédios produzidos pelas multinacionais. As universidades e órgãos de pesquisa públicos foram satanizados e sufocados financeiramente em nome desta política colonial hoje elevada aos céus em nome da “estabilidade” econômica confundida esta com índices positivos da bolsa.

6 – A intervenção do Estado na economia constitui a única forma de superação do atraso nacional e não será efetivado no formato estadunidense conforme apontamos no caso da Pfizer considerando o interesse desta multinacional – e das demais -  em manter a elevada concentração do setor farmacêutico apresentando em seu apoio os interesses da burguesia brasileira que segue  acumulando seus elevados lucros a partir da simples integração ao modelo dependente, submisso ao imperialismo.

  

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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