* ELETRICIDADE PRIVADA DO
TEXAS DEIXA 4 MILHÕES SEM AQUECIMENTO NO INVERNO MAIS RIGOROSO DOS ÚLTIMOS 30
ANOS
* O LUCRO DO SETOR
PRIVADO E OS SUBSÍDIOS DO ESTADO
* O BRASIL DOS
COLONIZADOS PRONTO PARA COPIAR O MODELO TEXANO
Por Wladmir Coelho
1 – O PIB do Texas ocupa
a segunda posição nos Estados Unidos perdendo para a California apresentando o primeiro um valor superior ao
verificado no Brasil a liderança do Estado do Vale do Silício revela a importância
do desenvolvimento e inovação tecnológica para a economia estadunidense possibilitando
desde o comentarista econômico da Globonews ao mais ingênuo telespectador perceber as origens da disputa com a China em
relação ao controle do 5G.
2 - O Texas e a Califórnia
pertenciam originariamente ao México anexados aos EUA a partir dos planos imperialistas
justificados, para os consumidores de obras de ficção, na superstição conhecida
por “destino manifesto” ainda hoje presente nas ações do império a percorrer o
mundo com seu potente armamento a intervir aqui e ali em nome da democracia,
dos valores cristãos do ocidente.
3 – Destes valores
cristãos, ocidentais do imperialismo estadunidense destaca-se a crença no culto
a dita liberdade de mercado permitindo a transformação do ar, da água, da vida
em mercadoria aspecto traduzido no conhecido modelo de saúde daquele país a
conferir a quem pode pagar o acesso aos cuidados médicos o mesmo verificando-se
no setor habitacional caracterizado pela eternização do pagamento de tributos
aos banqueiros apresentando a mesma sorte os jovens interessados em frequentar
uma universidade reservando ao modelo civilizatório de mercado, como é possível
verificar, o elemento dinheiro como forma de acessar as mínimas condições de
sobrevivência. Veja bem, sobrevivência.
4 – A civilização cristã de
mercado proporciona uma espécie de seleção daqueles em condições de sobreviver confundindo
como mais apto aquele possuidor de dinheiro para pagar e desta forma garantir a
reprodução do modo de vida, veja bem agora refiro-me a vida, repleta de liberdades
e luxos dos controladores dos hospitais, supermercados, universidades, empresas
de tecnologia, bancos todos entrelaçados pelo interesse e necessidade de
explorar ao máximo em nome da valorização de suas ações em Wall Street. Este
modelo de base religiosa, confundindo os interesses do capital com aqueles de
uma nação a rotular de fracassado todo explorado a residir em seu automóvel,
alimentando-se da caridade permite, sem o menor constrangimento, a morte de
milhares em nome da liberdade do mercado, este considerado um deus, da ausência
de legislação a proteger a população da intemperes, do frio extremo. Vejamos um
caso concreto:
5 – O Estado do Texas –
aquele detentor de um PIB trilionário – não consegue oferecer aos produtores deste
valor, a quem chamamos de trabalhadores, as garantias de sobrevivência durante
o rigoroso inverno com temperaturas de até 18 graus negativos no segundo Estado
mais rico da maior economia do mundo. No Estado da estrela solitária os
trabalhadores estão a sofrer com o frio em função dos constantes cortes – parciais
e totais – no fornecimento de energia elétrica utilizada, inclusive, para o
funcionamento dos aquecedores. As empresas do setor de eletricidade naquele
Estado encontram-se controladas pelo competente – e aqui não faço ironia –
setor privado. Competente em sua dimensão lucrativa graças aos métodos administrativos
a reduzir qualquer tipo de investimento na rede explorando ao máximo o
equipamento existente resultando na sobrecarga e pane optando, os distribuidores,
pela receita mais simples: cortar o fornecimento para retardar o colapso total
e também evitar a compra de energia mais cara em função do aumento do consumo tudo
dentro das normas capitalistas.
6 – A CULPA: Os jornais estadunidenses,
aqui em nosso amado torrão traduzidos nas páginas dos grandes veículos com as
características coloniais amplamente conhecidas, andam a culpar o corte de
energia como decorrência da inesperada onda de frio e devem existir por lá aqueles
acreditando em castigos sobrenaturais preferindo
os capitalistas a transferência das responsabilidades ao Estado
resultando este último aspecto a corrida e exigência de novos incentivos dos
cofres estatais. Sim, os controladores do setor de eletricidade do Texas querem
mais dinheiro público para investir na ampliação da capacidade da rede e
recebem da imprensa dominante o devido apoio cobrando esta a imediata satisfação
dos muito ricos. O Estado, por sua vez, representado pelo governador republicano,
Greg Abbott, resolveu culpar as empresas capitalistas do setor de energia eólica
e as forças da natureza protegendo os donos do petróleo e aqueles da
eletricidade. A disputa pelo setor energético não é brincadeira e sua desorganização
provoca mortes.
7 – O modelo texano de energia
elétrica aproxima-se daquele defendido pelo governo brasileiro da fragmentação –
aplaudido pelos comentaristas e defensores da democracia da Globonews, Band
News, CNN e outras empresas com nome e atuação colonizadas - substituindo
a prática adotada anteriormente de centralização criando, o modelo “modernizante”,
uma série de geradores e distribuidores com políticas econômicas diferenciadas
impedindo o planejamento e intervenções imediatas em momentos de crise gerando a
lucratividade e valorização das ações em Nova Iorque e péssimos serviços no
Brasil.
8 – O discurso privatista
– vide o caso estadunidense – não exclui a presença do Estado transformado este
em simples financiador dos apetites do capital e neste ponto encontramos os
fundamentos, os interesses presentes nas chamadas reformas implantadas no Brasil
todas, sem exceção, a enfraquecer, deturpar, afrontar, desrespeitar os princípios
presentes na Constituição – essa exaltada em sua dimensão política nos
editoriais dos grandes meios de comunicação e execrada em seu elemento econômico
notadamente nos aspectos relativos aos direitos sociais – introduzidos a partir
da necessidade de superação do modelo econômico de base colonial decorrendo
desta as determinações para o planejamento econômico considerando, inclusive, a
constituição de empresas nos setores da energia, abastecimento alimentar, da
água, do esgoto da comunicação e precisamos entender; a partir da Petrobras,
Eletrobras, Telebras as empresas estaduais de energia, saneamento e telefonia o Brasil criou as bases
para a superação do atraso econômico.
9 – Criou as bases, note
bem, todavia a superação foi sabotada, travada pelos interesses do capital interno
e externo combinado o primeiro ao segundo revelando a necessária revisão do
modelo proposto um tema a confundir os ingênuos com a necessidade de
privatização e entrega do patrimônio do povo brasileiro aos interesses do lucro
de Nova Iorque.
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