* CLASSE MÉDIA ACREDITA PERTENCER AO MUNDO ENCANTADO DOS MUITO RICOS
* NOS EUA A DÍVIDA DOS
PEQUENOS E MÉDIOS EMPRESÁRIOS FOI PERDOADA
* QUEM VAI DAR O BEIJO NA
BELA ADORMECIDA OXIGENADA ?
Por Wladmir Coelho
1 – A classe média auriverde
adora, idolatra o discurso moralista repleto de falsidades históricas associando
a tragédia econômica nacional a corrupção sem perceber o quanto este costume está
a promover os interesses dos muito ricos acreditando o modesto proprietário da
padaria, da lojinha de 1,99, do restaurante, do colégio do bairro enfim todos
aqueles encalacrados na fúria bancária uma instituição responsável por
expropriar milhares de apartamentos com varandas gourmet, carrões ao estilo SUV,
suspender cartões de crédito, renegociar dívidas de modo a permitir a sua eternização
transformando os iludidos com investimentos em Wall Street em superexplorados, ingênuos
defensores de um modelo a destruí-los.
2 – Os senhores e senhoras
dos cabelos artificialmente louros e das roupas e calçados de marca tornam-se vítimas
da formação colonial reforçada na doutrinação a partir do modelo estadunidense
do empresário vitorioso o indivíduo a superar os problemas graças a sua
condição de empreendedor – o fundamentalismo religioso tem papel também e para este fim basta ver o
quanto determinadas empresas do setor congregam em cultos reservados os empresários
de classe média – Perceberam o problema?
3 – Respondo: a ilustração
desta postagem representa a contradição da ideologia do individuo a superar as dificuldades
revelando a elevada dependência ou submissão, aprisionamento da classe média ao
setor bancário transformando esta em tributária dos muito ricos. Ao longo da
presente crise os bancos emprestaram dinheiro a partir dos recursos recolhidos
junto a massa de correntistas – inclusive de classe média – reduzindo o governo
o valor a ser depositado no Banco Central sem falar nas isenções legais e
oportunistas oferecidas aos tubarões com relação aos impostos ou programas
especiais de financiamento com recursos públicos.
4– Os bancos centralizaram
estes valores e cobraram juros desconsiderando a mínima possibilidade de perdão
afiando as garras para apoderarem-se de mais apartamentos, automóveis, imóveis
comerciais sempre em defesa da propriedade privada, a deles, amarrando a classe
média em sua crendice ideológica impedindo a reivindicação da anulação da dívida
preferindo, vejam só, o ódio aos balconistas, cozinheiros, garçons, caixas, pessoal
do serviço geral entendendo como forma de superação da tragédia econômica de
nossos dias uma espécie de retorno ao período anterior a 1930 a saber; sem
direitos trabalhistas, sem direitos sociais.
5 – Tadinhos da sinhá e
do sinhô de classe média acreditando pertencerem ao mesmo mundo do sr. Leôncio,
aquele da Escrava Isaura, ignorando a sua condição de assalariados dos antigos
proprietários de escravos hoje com seu capital, acumulado às custas do trabalho
compulsório e devidamente bajulado pela classe média, investido nos bancos, financeiras
e até no setor produtivo. A sinhá que cresceu assistindo novela das seis sonhando
em andar de liteira e se casar com o sinhozinho vai às ruas com narizinho de
palhaço e bandeira nacional exigindo a reabertura oficial da senzala, mas
esquece de perguntar: sem escola pública, sem saúde pública o tal custo brasil
vai aumentar ou diminuir? sem direitos trabalhistas e salários lá no chão quem
vai comprar na minha padaria? Sem o perdão da dívida com os bancos dos pequenos
e médios quem vai matricular o menino do colégio do bairro? Apenas para
recordar: a metrópole endeusada pela madame do bairro autoproclamado nobre
resolveu anistiar parcela considerável das dívidas dos pequenos empresários
isso lá, aqui a conversa é ao estilo senhor de engenho.
6– A classe média assimila
o discurso dos cursinhos das suas associações de classe, culto dos empresários
na Universal e pronto! jamais entendeu a condição de dependência do Brasil, não
consegue criticar a sua formação racista, antinacional destruindo qualquer
possibilidade de superação do atraso, acreditando nos comentaristas ditos
econômicos a cantar o investimento na bolsa como salvação da lavoura ocultando
tratar-se este método em mais uma forma de transferência dos recursos do trabalho
para os muito ricos. A classe média precisa urgente despertar do sono, da
overdose de cloroquina. Quem vai dar o beijo na Bela Adormecida?
Nenhum comentário:
Postar um comentário