segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

CLASSE MÉDIA ACREDITA PERTENCER AO MUNDO ENCANTADO DOS MUITO RICOS

 



* CLASSE MÉDIA  ACREDITA PERTENCER AO MUNDO ENCANTADO DOS MUITO RICOS

* NOS EUA A DÍVIDA DOS PEQUENOS E MÉDIOS EMPRESÁRIOS FOI PERDOADA

* QUEM VAI DAR O BEIJO NA BELA ADORMECIDA OXIGENADA ?

Por Wladmir Coelho

1 – A classe média auriverde adora, idolatra o discurso moralista repleto de falsidades históricas associando a tragédia econômica nacional a corrupção sem perceber o quanto este costume está a promover os interesses dos muito ricos acreditando o modesto proprietário da padaria, da lojinha de 1,99, do restaurante, do colégio do bairro enfim todos aqueles encalacrados na fúria bancária uma instituição responsável por expropriar milhares de apartamentos com varandas gourmet, carrões ao estilo SUV, suspender cartões de crédito, renegociar dívidas de modo a permitir a sua eternização transformando os iludidos com investimentos em Wall Street em superexplorados, ingênuos defensores de um modelo a destruí-los.

2 – Os senhores e senhoras dos cabelos artificialmente louros e das roupas e calçados de marca tornam-se vítimas da formação colonial reforçada na doutrinação a partir do modelo estadunidense do empresário vitorioso o indivíduo a superar os problemas graças a sua condição de empreendedor – o fundamentalismo religioso  tem papel também e para este fim basta ver o quanto determinadas empresas do setor congregam em cultos reservados os empresários de classe média –  Perceberam o problema?

3 – Respondo: a ilustração desta postagem representa a contradição da ideologia do individuo a superar as dificuldades revelando a elevada dependência ou submissão, aprisionamento da classe média ao setor bancário transformando esta em tributária dos muito ricos. Ao longo da presente crise os bancos emprestaram dinheiro a partir dos recursos recolhidos junto a massa de correntistas – inclusive de classe média – reduzindo o governo o valor a ser depositado no Banco Central sem falar nas isenções legais e oportunistas oferecidas aos tubarões com relação aos impostos ou programas especiais de financiamento com recursos públicos.

4– Os bancos centralizaram estes valores e cobraram juros desconsiderando a mínima possibilidade de perdão afiando as garras para apoderarem-se de mais apartamentos, automóveis, imóveis comerciais sempre em defesa da propriedade privada, a deles, amarrando a classe média em sua crendice ideológica impedindo a reivindicação da anulação da dívida preferindo, vejam só, o ódio aos balconistas, cozinheiros, garçons, caixas, pessoal do serviço geral entendendo como forma de superação da tragédia econômica de nossos dias uma espécie de retorno ao período anterior a 1930 a saber; sem direitos trabalhistas, sem direitos sociais.

5 – Tadinhos da sinhá e do sinhô de classe média acreditando pertencerem ao mesmo mundo do sr. Leôncio, aquele da Escrava Isaura, ignorando a sua condição de assalariados dos antigos proprietários de escravos hoje com seu capital, acumulado às custas do trabalho compulsório e devidamente bajulado pela classe média, investido nos bancos, financeiras e até no setor produtivo. A sinhá que cresceu assistindo novela das seis sonhando em andar de liteira e se casar com o sinhozinho vai às ruas com narizinho de palhaço e bandeira nacional exigindo a reabertura oficial da senzala, mas esquece de perguntar: sem escola pública, sem saúde pública o tal custo brasil vai aumentar ou diminuir? sem direitos trabalhistas e salários lá no chão quem vai comprar na minha padaria? Sem o perdão da dívida com os bancos dos pequenos e médios quem vai matricular o menino do colégio do bairro? Apenas para recordar: a metrópole endeusada pela madame do bairro autoproclamado nobre resolveu anistiar parcela considerável das dívidas dos pequenos empresários isso lá, aqui a conversa é ao estilo senhor de engenho.

6– A classe média assimila o discurso dos cursinhos das suas associações de classe, culto dos empresários na Universal e pronto! jamais entendeu a condição de dependência do Brasil, não consegue criticar a sua formação racista, antinacional destruindo qualquer possibilidade de superação do atraso, acreditando nos comentaristas ditos econômicos a cantar o investimento na bolsa como salvação da lavoura ocultando tratar-se este método em mais uma forma de transferência dos recursos do trabalho para os muito ricos. A classe média precisa urgente despertar do sono, da overdose de cloroquina. Quem vai dar o beijo na Bela Adormecida?  


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