quarta-feira, 29 de abril de 2020

ZEMA O CAPIAU BAJULADOR






* ZEMA O CAPIAU BAJULADOR 

* O MORALISMO DA CLASSE MÉDIA ELEGEU OS ALGOZES DOS TRABALHADORES

* A FARSA DO GOVERNO TÉCNICO

Por Wladmir Coelho

1 – Em recente entrevista ao jornal Folha de São Paulo o sr. Romeo Zema afirmou: “[a] classe política bate em Bolsonaro porque perdeu privilégios” reforçando através desta sentença o credo de seu partido dito NOVO, um amontoado de banqueiros e grandes comerciantes, sustentados em termos humanos por representantes da classe média colonizada dita defensora da meritocracia entendido o citado termo em sua forma genética, hereditária afinal o partido do sr. Zema é conservador!

2 – Este discursinho moralista de classe média colonizada, pronunciado com voz e gestos de capiau, iludiu  muitos  eleitores e somado a conversa de “gestão técnica” acrescido da promessa de governar sem receber salário, aplicando o mesmo princípio aos secretários, levou ao delírio os ingênuos todos mordendo a isca do discurso fácil da superação dos problemas estruturais através do corte dos privilégios ao cafezinho, dos salários “milionários” dos servidores de carreira sem falar na cereja do bolo ou aquele famoso apelo ao governo ao modo de um administrador privado. 

3 – Neste ponto vou abrir parênteses e recordar o discurso eleitoreiro do sr. Zema prometendo este, por onde passava, fazer na vida pública o que faz na privada, ou algo do tipo, uma frase de evidente duplo sentido apresentando na forma uma administração efetivada a partir dos princípios de uma gestão eficiente revelando no conteúdo a possibilidade de fazer o que bem entender em nome do lucro e considerando a desastrosa política econômica verificada em Minas Gerais este, existindo, não foi parar nos cofres do Tesouro.

4 – Vamos aqui retornar à frase em apoio ao sr. Bolsonaro e desta podemos ainda retirar a intenção do sr. Zema em distinguir-se daqueles seres ditos “políticos” criando o herdeiro das lojas de produtos chineses a ilusão de governar a partir do domínio de uma técnica e veja bem; técnico, na boca do sr. Zema, não é o burocrata concursado como muitos acreditaram e diga-se de passagem a patota zemista, bolsonarista detesta, abomina, possui verdadeiro horror ao concurso público para eles uma espécie de privilégio e por consequência algo pertencente ao “político” neste caso entendido como situação espúria oposto a condição “técnica” uma espécie de luz a ser detectada por seres superiores com poder mediúnico desenvolvido em institutos dos grandes bancos, fundações com bafo de bebida alcoólica e outros centros com capacidade de apontar os iluminados para atuar de forma imparcial sem interferência do mundo profano.

5 – Em termos concretos as fundações bafo de onça, os institutos dos bancos e outros centros acreditam encarnar a “verdade” e desta estabelecem as técnicas necessárias para o governo sem “privilégios”, neste caso, facilmente entendido como eufemismo para garantia de liberdade total dos interesses do capital utilizando para este fim o discurso da implantação de um governo ao modo das empresas privadas.

6 – Para efetivação desta prática trataram de recorrer ao apoio da classe média moralista entendendo esta como causa de sua instabilidade não a evidente e instável condição intermediaria, situação agravada em uma economia de base colonial, mas qualquer possibilidade de complementação ou compensação oferecida aos trabalhadores venha esta na forma de educação, saúde, segurança, assistência social públicas consideradas ofensivas a dita meritocracia e portanto um privilégio.

7 – Quando o sr. Zema condena o que ele chama de classe política faz na realidade uma jogada unindo o moralismo dito anticorrupção de classe média  incluindo neste o mítico discurso ideológico da igualdade de condições como base da sociedade capitalista necessitando este para o seu pleno desenvolvimento a liberdade absoluta da movimentação do capital sem as amarras, inclusive, dos impostos entendidos como forma de ataque ao direito de propriedade privada absoluta.

8 – Transformar o defensor do capital e dos abusos contra os trabalhadores em vítima do sistema constitui a maior jogada do bolsonarismo e neste ponto encontramos a razão de sua sobrevivência politica ao contrário das mil e quinhentas previsões de sua derrubada decorrentes das bombas do Intercept, da demissão do Mandetta ou do Moro sem falar na dita tutela dos generais estes muito mais interessados em manter os milhares de cargos ocupados engordando os soldos.

9 – Os oportunistas na periferia do oportunista maior perceberam esta jogada e tratam de tirar o maior proveito possível afinal este método funcionou muito bem durante as eleições servindo ainda para ocultar o pecado original do principal beneficiado e, diga-se de passagem, a “classe” apontada como escória pelo sr. Zema representa o ninho no qual foi chocado o ovo – neste caso faço referência a estrutura expelida pela galinha ou coelhinho da páscoa sem nenhuma relação com a novíssima gramática zemista – do qual surgiu o sr. Bolsonaro nutrido com toda aquela gosma hipócrita e nada patriótica hoje transformada em discurso de sustentação de um governo entreguista e contrário aos trabalhadores. 

10 – Em Minas Gerais o projeto para aplicação do projeto oportunista encontra, devemos reconhecer, grande instabilidade decorrente esta, em parte, da quebra da aliança entre os bolsonaristas, notadamente aquele formando a partir de setores das polícias, com lideranças interessadas em ocupar – na marra? – o posto hoje entregue ao maior interprete de capiau dos últimos tempos. Este assunto até merece um novo texto.

11 – Enquanto isso o sr. Zema – o oportunista periférico – segue o modelo bolsonarista, sem Bolsonaro ser, colocando em risco o cargo que pretende proteger revelando nesta ação o seu total primarismo notado desde suas constantes vacilações inclusive aquela da defesa da imunidade do rebanho expondo a vida dos trabalhadores da educação criando as condições para a suspensão – através de liminar – das atividades semipresenciais nas escolas cinicamente denominadas de trabalho remoto.

12 – O tempo vai passando os oportunistas seguem o seu trabalho de destruição do Estado brasileiro agora apoiados na mítica da salvação econômica a partir da reabertura dos botequins – quanta falta faz debater economia nas escolas! – desvalorizando a vida transformando os mortos em números de total agrado do grande capital interessado em superar a crise a partir da destruição ampliando o poder daqueles sobreviventes, as grandes empresas incluindo – evidentemente – os bancos hoje os maiores consumidores do dinheiro do povo.  

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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