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ZEMA O CAPIAU BAJULADOR
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O MORALISMO DA CLASSE MÉDIA ELEGEU OS ALGOZES DOS TRABALHADORES
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A FARSA DO GOVERNO TÉCNICO
Por
Wladmir Coelho
1 – Em recente entrevista
ao jornal Folha de São Paulo o sr. Romeo Zema afirmou: “[a] classe política
bate em Bolsonaro porque perdeu privilégios” reforçando através desta sentença
o credo de seu partido dito NOVO, um amontoado de banqueiros e grandes
comerciantes, sustentados em termos humanos por representantes da classe média
colonizada dita defensora da meritocracia entendido o citado termo em sua forma
genética, hereditária afinal o partido do sr. Zema é conservador!
2 – Este discursinho
moralista de classe média colonizada, pronunciado com voz e gestos de capiau, iludiu
muitos eleitores e somado a conversa de “gestão
técnica” acrescido da promessa de governar sem receber salário, aplicando o
mesmo princípio aos secretários, levou ao delírio os ingênuos todos mordendo a
isca do discurso fácil da superação dos problemas estruturais através do corte
dos privilégios ao cafezinho, dos salários “milionários” dos servidores de
carreira sem falar na cereja do bolo ou aquele famoso apelo ao governo ao modo
de um administrador privado.
4 – Vamos aqui retornar à
frase em apoio ao sr. Bolsonaro e desta podemos ainda retirar a intenção do sr.
Zema em distinguir-se daqueles seres ditos “políticos” criando o herdeiro das
lojas de produtos chineses a ilusão de governar a partir do domínio de uma
técnica e veja bem; técnico, na boca do sr. Zema, não é o burocrata concursado
como muitos acreditaram e diga-se de passagem a patota zemista, bolsonarista
detesta, abomina, possui verdadeiro horror ao concurso público para eles uma
espécie de privilégio e por consequência algo pertencente ao “político” neste
caso entendido como situação espúria oposto a condição “técnica” uma espécie de
luz a ser detectada por seres superiores com poder mediúnico desenvolvido em
institutos dos grandes bancos, fundações com bafo de bebida alcoólica e outros
centros com capacidade de apontar os iluminados para atuar de forma imparcial
sem interferência do mundo profano.
5 – Em termos concretos
as fundações bafo de onça, os institutos dos bancos e outros centros acreditam
encarnar a “verdade” e desta estabelecem as técnicas necessárias para o governo
sem “privilégios”, neste caso, facilmente entendido como eufemismo para
garantia de liberdade total dos interesses do capital utilizando para este fim
o discurso da implantação de um governo ao modo das empresas privadas.
6 – Para efetivação desta
prática trataram de recorrer ao apoio da classe média moralista entendendo esta
como causa de sua instabilidade não a evidente e instável condição
intermediaria, situação agravada em uma economia de base colonial, mas qualquer
possibilidade de complementação ou compensação oferecida aos trabalhadores
venha esta na forma de educação, saúde, segurança, assistência social públicas
consideradas ofensivas a dita meritocracia e portanto um privilégio.
7 – Quando o sr. Zema
condena o que ele chama de classe política faz na realidade uma jogada unindo o
moralismo dito anticorrupção de classe média incluindo neste o mítico discurso ideológico
da igualdade de condições como base da sociedade capitalista necessitando este
para o seu pleno desenvolvimento a liberdade absoluta da movimentação do
capital sem as amarras, inclusive, dos impostos entendidos como forma de ataque
ao direito de propriedade privada absoluta.
8 – Transformar o
defensor do capital e dos abusos contra os trabalhadores em vítima do sistema constitui
a maior jogada do bolsonarismo e neste ponto encontramos a razão de sua
sobrevivência politica ao contrário das mil e quinhentas previsões de sua
derrubada decorrentes das bombas do Intercept, da demissão do Mandetta ou do
Moro sem falar na dita tutela dos generais estes muito mais interessados em
manter os milhares de cargos ocupados engordando os soldos.
9 – Os oportunistas na
periferia do oportunista maior perceberam esta jogada e tratam de tirar o maior
proveito possível afinal este método funcionou muito bem durante as eleições servindo
ainda para ocultar o pecado original do principal beneficiado e, diga-se de
passagem, a “classe” apontada como escória pelo sr. Zema representa o ninho no
qual foi chocado o ovo – neste caso faço referência a estrutura expelida pela
galinha ou coelhinho da páscoa sem nenhuma relação com a novíssima gramática
zemista – do qual surgiu o sr. Bolsonaro nutrido com toda aquela gosma
hipócrita e nada patriótica hoje transformada em discurso de sustentação de um
governo entreguista e contrário aos trabalhadores.
10 – Em Minas Gerais o projeto
para aplicação do projeto oportunista encontra, devemos reconhecer, grande
instabilidade decorrente esta, em parte, da quebra da aliança entre os bolsonaristas,
notadamente aquele formando a partir de setores das polícias, com lideranças
interessadas em ocupar – na marra? – o posto hoje entregue ao maior interprete
de capiau dos últimos tempos. Este assunto até merece um novo texto.
11 – Enquanto isso o sr.
Zema – o oportunista periférico – segue o modelo bolsonarista, sem Bolsonaro
ser, colocando em risco o cargo que pretende proteger revelando nesta ação o seu
total primarismo notado desde suas constantes vacilações inclusive aquela da
defesa da imunidade do rebanho expondo a vida dos trabalhadores da educação
criando as condições para a suspensão – através de liminar – das atividades
semipresenciais nas escolas cinicamente denominadas de trabalho remoto.
12 – O tempo vai passando
os oportunistas seguem o seu trabalho de destruição do Estado brasileiro agora
apoiados na mítica da salvação econômica a partir da reabertura dos botequins –
quanta falta faz debater economia nas escolas! – desvalorizando a vida
transformando os mortos em números de total agrado do grande capital interessado
em superar a crise a partir da destruição ampliando o poder daqueles
sobreviventes, as grandes empresas incluindo – evidentemente – os bancos
hoje os maiores consumidores do dinheiro do povo.
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