segunda-feira, 27 de abril de 2020

O SAUDOSISMO, A INGENUIDADE E A HISTÓRIA







* O SAUDOSISMO, A INGENUIDADE E A HISTÓRIA

* QUEM ACREDITA EM GENERAL NACIONALISTA?

* A CLASSE MÉDIA ILUDIDA SEGUE COM SUAS SUPERSTIÇÕES RUMO AO EXTERMÍNIO

Por Wladmir Coelho

1 – Saudosismo eis o “argumento” de nossos dias para justificar ações de salvação econômica aparentemente inovadoras em sua apresentação revelando-se na prática como simples placebo para a doença de um modelo reconhecidamente injusto transformado em função da sua naturalização em único caminho possível necessitando, segundo a crença predominante, de ajustes para a melhoria de seu desempenho.

2 -Estes ajustes ou retomada do sonhado fluxo natural aparecem na forma de manifestações de pequenos comerciantes e suas carreatas exigindo o fim da política de isolamento preferindo correr o risco de morrer e matar ao de alterar a dinâmica econômica de destinação dos recursos públicos aos bancos e destes aos especuladores de sempre aspecto mil vezes agravado no Brasil considerando a nossa condição de submissão ao imperialismo e por isso mesmo submetido a tributação efetivada a partir das perdas internacionais.

3 – A onda saudosista recebe agora um elemento mítico, ou seja, a criação midiática de um general “nacionalista” em choque com o ministro, melhor dizendo superministro, “neoliberal” encontrando-se o último – segundo as especulações do dia - as vésperas de sua exoneração resultando esta no surgimento de um tempo de prosperidade e harmonia graças a criação de um plano de gastos públicos, com propostas pouco claras e muito apelo publicitário, fundado em exemplos pretéritos incluindo desde o Plano Marshall até o Programa de Aceleração do Crescimento.

4 – O mítico general nacionalista representaria uma espécie de reencarnação ou quem sabe um simples encosto da política econômica do período  do ditador general Ernesto Geisel e seu acordo nuclear com a antiga Alemanha Ocidental, do avanço do “imperialismo” auriverde curiosamente a partir do capital estadunidense, da presença do Estado na economia mesmo associando a Petrobras aos famosos contratos de risco ou flexibilização do monopólio e até da política externa “independente” fora da órbita estadunidense simbolizada na retomada das relações diplomáticas com a República Popular da China em 1974 período anterior a oficialização das relações deste país com os Estados Unidos ocorrida em 1979, notem, oficialização.

5 –Vejam bem; o aclamado nacionalismo e pragmatismo do general Geisel não ultrapassava os limites estabelecidos pelo imperialismo seguindo, em termos práticos, a famosa visão do grupo integrado, inclusive, por Fernando Henrique Cardoso e sua dita teoria da dependência econômica existindo entre este e aquele, em função do momento histórico, divergências quanto a presença ou necessidade de empresas estatais ao modo da Petrobras, Eletrobras, das antigas siderúrgicas instituídas ou propostas durante os governos de Getúlio Vargas.  

6 – E assim retornamos ao dito general nacionalista e seu plano de recuperação econômica compreendendo este o simples retorno à situação anterior ao estrago detonado a partir da pandemia, ou seja, uma simples tentativa de salvação do modelo responsável pela tragédia do desemprego, do assassinato da reduzida indústria nacional, da precarização do trabalho, da destruição da pesquisa nacional e do sistema de saúde pública.

7 – O dito nacionalismo econômico do general busca uma fórmula para socorrer aqueles de sempre sem revelar ou propor um rompimento com as causas evidentes da fragilidade econômica nacional originadas no modelo em crise cobrando este um pesado tributo como forma de sua continuidade daí a necessidade de amparar-se em mitos, saudosismos, farsas, superstições macabras transformando o princípio do direito à vida em privilégio de classe e aqui um aviso aos pequenos burgueses: vocês não fazem parte do grupo a ser salvo encontrando-se a prova desta sentença na total ausência de apoio oficial aos pequenos comerciantes dopados a partir da ilusão de pertencimento ao mundo da grande burguesia enquanto a realidade aponta para um número circense na corda bamba sem direito a rede de proteção.

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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