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O SAUDOSISMO, A INGENUIDADE E A HISTÓRIA
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QUEM ACREDITA EM GENERAL NACIONALISTA?
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A CLASSE MÉDIA ILUDIDA SEGUE COM SUAS SUPERSTIÇÕES RUMO AO EXTERMÍNIO
Por
Wladmir Coelho
1 – Saudosismo eis o “argumento”
de nossos dias para justificar ações de salvação econômica aparentemente
inovadoras em sua apresentação revelando-se na prática como simples placebo
para a doença de um modelo reconhecidamente injusto transformado em função da
sua naturalização em único caminho possível necessitando, segundo a crença predominante,
de ajustes para a melhoria de seu desempenho.
2 -Estes ajustes ou
retomada do sonhado fluxo natural aparecem na forma de manifestações de
pequenos comerciantes e suas carreatas exigindo o fim da política de isolamento
preferindo correr o risco de morrer e matar ao de alterar a dinâmica econômica
de destinação dos recursos públicos aos bancos e destes aos especuladores de
sempre aspecto mil vezes agravado no Brasil considerando a nossa condição de
submissão ao imperialismo e por isso mesmo submetido a tributação efetivada a
partir das perdas internacionais.
3 – A onda saudosista
recebe agora um elemento mítico, ou seja, a criação midiática de um general
“nacionalista” em choque com o ministro, melhor dizendo superministro,
“neoliberal” encontrando-se o último – segundo as especulações do dia - as
vésperas de sua exoneração resultando esta no surgimento de um tempo de
prosperidade e harmonia graças a criação de um plano de gastos públicos, com
propostas pouco claras e muito apelo publicitário, fundado em exemplos
pretéritos incluindo desde o Plano Marshall até o Programa de
Aceleração do Crescimento.
4 – O mítico general
nacionalista representaria uma espécie de reencarnação ou quem sabe um simples
encosto da política econômica do período
do ditador general Ernesto Geisel e seu acordo nuclear com a antiga
Alemanha Ocidental, do avanço do “imperialismo” auriverde curiosamente a partir
do capital estadunidense, da presença do Estado na economia mesmo associando a
Petrobras aos famosos contratos de risco ou flexibilização do monopólio e até
da política externa “independente” fora da órbita estadunidense simbolizada na
retomada das relações diplomáticas com a República Popular da China em 1974
período anterior a oficialização das relações deste país com os Estados Unidos
ocorrida em 1979, notem, oficialização.
5 –Vejam bem; o aclamado
nacionalismo e pragmatismo do general Geisel não ultrapassava os limites
estabelecidos pelo imperialismo seguindo, em termos práticos, a famosa visão do
grupo integrado, inclusive, por Fernando Henrique Cardoso e sua dita teoria da
dependência econômica existindo entre este e aquele, em função do momento
histórico, divergências quanto a presença ou necessidade de empresas estatais
ao modo da Petrobras, Eletrobras, das antigas siderúrgicas instituídas ou
propostas durante os governos de Getúlio Vargas.
6 – E assim retornamos ao
dito general nacionalista e seu plano de recuperação econômica compreendendo
este o simples retorno à situação anterior ao estrago detonado a partir da
pandemia, ou seja, uma simples tentativa de salvação do modelo responsável pela
tragédia do desemprego, do assassinato da reduzida indústria nacional, da
precarização do trabalho, da destruição da pesquisa nacional e do sistema de
saúde pública.
7 – O dito nacionalismo
econômico do general busca uma fórmula para socorrer aqueles de sempre sem
revelar ou propor um rompimento com as causas evidentes da fragilidade
econômica nacional originadas no modelo em crise cobrando este um pesado
tributo como forma de sua continuidade daí a necessidade de amparar-se em
mitos, saudosismos, farsas, superstições macabras transformando o princípio do
direito à vida em privilégio de classe e aqui um aviso aos pequenos burgueses:
vocês não fazem parte do grupo a ser salvo encontrando-se a prova desta
sentença na total ausência de apoio oficial aos pequenos comerciantes dopados a
partir da ilusão de pertencimento ao mundo da grande burguesia enquanto a
realidade aponta para um número circense na corda bamba sem direito a rede de
proteção.
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