terça-feira, 14 de abril de 2020

A DOUTA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA CAI ATÉ EM GOLPE DA PANELA DE OURO






* A DOUTA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA CAI ATÉ EM GOLPE DA PANELA DE OURO

* MADAME MORRE DE RIR DOS ESPELHINHOS DE 1500, MAS FICA DOIDA DIANTE DE UM ESTRANGEIRO

* A MENTALIDADE COLONIZADA DA CLASSE MÉDIA

Por Wladmir Coelho  

1 – Os jornais de Belo Horizonte publicam hoje – 14 de abril - a história do estelionatário português que fazia ponto na porta de um shopping na Savassi - região autoproclamada nobre - frequentado principalmente por madames da capital e interior. Segundo os relatos Manoel Joaquim de tal – nome fictício – aproximava-se das dondocas – personagens igualmente fictícias -  e caprichando no sotaque estrangeiro afirmava não possuir dinheiro para retornar à terrinha e com carinha de choro oferecia seus preciosos bens a saber; um conjunto de panelas de prata banhadas à ouro e outros reluzentes produtos importados da... China.

2 – A madame e seu respectivo logo arregalavam os olhos diante desta oportunidade única de impressionar desde a diarista até a vizinha da cobertura ostentando uma verdadeira obra de arte tudo isso oferecido por um ilustre representante branco – de olhos azuis? - da União Europeia e logo tascavam a pergunta ao suposto fidalgo; quanto custa?

3 – Depois de uma conversa chorosa ao modo dos antigos fados o estelionatário lusitano dizia em tom humilde: quatro contos seguido das palavras mágicas; também parcelo no cartão. Feito! respondiam em jogral madame de classe média e seu respectivo chefe gourmet de varanda com prestação atrasada. Como sabemos este último ponto é culpa do fechamento do comércio e isolamento social.

4 - Por questão de respeito a conduta ilibada do casal, fictício é verdade, devo acrescentar tratar-se a dupla fictícia  de participantes ativos dos panelaços contra a corrupção aspecto confirmado na frase que selou o vantajoso negócio internacional; embrulha logo antes do fiscal chegar.

4 – A realidade fictícia é uma só; a pequena, quase microscópica e colonizada burguesia brasileira, compra desde cloroquina até grama comestível, caso venha do exterior, e tem coragem de servir a iguaria de entrada em jantares de ostentação com os devidos comentários de pratos semelhantes nos melhores restaurantes da Disney local das refeições do Rato Mickey, do cachorro Pluto e principalmente daquele cavalo ou sei lá que bicho é de nome Pateta.

5 – Imaginem o quadro; ao chegar em casa madame e seu respectivo abrem a caixa de panelas de prata banhadas em ouro e realizam o sonho de ostentação e entre uma piada e outra de português descobrem o quanto a classe média brasileira não passa daquele amontoado de bobagens colonizadas uns tolos a ponto de cair no velho golpe dos espelhinhos.

6 – Este texto é pura ficção e qualquer semelhança com pessoas e fatos não passa de mera coincidência.

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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