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A DOUTA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA CAI ATÉ EM GOLPE DA PANELA DE OURO
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MADAME MORRE DE RIR DOS ESPELHINHOS DE 1500, MAS FICA DOIDA DIANTE DE UM
ESTRANGEIRO
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A MENTALIDADE COLONIZADA DA CLASSE MÉDIA
Por
Wladmir Coelho
1 – Os jornais de Belo
Horizonte publicam hoje – 14 de abril - a história do estelionatário português
que fazia ponto na porta de um shopping na Savassi - região autoproclamada nobre - frequentado principalmente por madames da capital e interior. Segundo
os relatos Manoel Joaquim de tal – nome fictício – aproximava-se das dondocas –
personagens igualmente fictícias - e
caprichando no sotaque estrangeiro afirmava não possuir dinheiro para retornar
à terrinha e com carinha de choro oferecia seus preciosos bens a saber; um
conjunto de panelas de prata banhadas à ouro e outros reluzentes produtos importados
da... China.
2 – A madame e seu
respectivo logo arregalavam os olhos diante desta oportunidade única de impressionar
desde a diarista até a vizinha da cobertura ostentando uma verdadeira obra de
arte tudo isso oferecido por um ilustre representante branco – de olhos azuis?
- da União Europeia e logo tascavam a pergunta ao suposto fidalgo; quanto
custa?
3 – Depois de uma conversa
chorosa ao modo dos antigos fados o estelionatário lusitano dizia em tom
humilde: quatro contos seguido das palavras mágicas; também parcelo no cartão.
Feito! respondiam em jogral madame de classe média e seu respectivo chefe
gourmet de varanda com prestação atrasada. Como sabemos este último ponto é
culpa do fechamento do comércio e isolamento social.
4 - Por questão de respeito
a conduta ilibada do casal, fictício é verdade, devo acrescentar tratar-se a
dupla fictícia de participantes ativos dos
panelaços contra a corrupção aspecto confirmado na frase que selou o vantajoso
negócio internacional; embrulha logo antes do fiscal chegar.
4 – A realidade fictícia é
uma só; a pequena, quase microscópica e colonizada burguesia brasileira, compra
desde cloroquina até grama comestível, caso venha do exterior, e tem coragem de
servir a iguaria de entrada em jantares de ostentação com os devidos
comentários de pratos semelhantes nos melhores restaurantes da Disney local das
refeições do Rato Mickey, do cachorro Pluto e principalmente daquele cavalo ou
sei lá que bicho é de nome Pateta.
5 – Imaginem o quadro; ao
chegar em casa madame e seu respectivo abrem a caixa de panelas de prata banhadas
em ouro e realizam o sonho de ostentação e entre uma piada e outra de português
descobrem o quanto a classe média brasileira não passa daquele amontoado de
bobagens colonizadas uns tolos a ponto de cair no velho golpe dos espelhinhos.
6 – Este texto é pura
ficção e qualquer semelhança com pessoas e fatos não passa de mera coincidência.
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