terça-feira, 7 de julho de 2020

O CORSÁRIO AINDA VIVE; INGLATERRA TOMA 31 TONELADAS DE OURO DA VENEZUELA





* O CORSÁRIO AINDA VIVE; INGLATERRA TOMA 31 TONELADAS DE OURO DA VENEZUELA

* UM IMPÉRIO DECADENTE SUSTENTANDO OUTRO

* FLORIANO, DUTRA E VARGAS; OS INTERESSES DOS INGLESES NO BRASIL

Por Wladmir Coelho

1 - O Banco da Inglaterra decidiu proibir Banco Central da Venezuela de resgatar o equivalente a UM BILHÃO DE DÓLARES em barras de ouro, propriedade do povo venezuelano, depositados nos cofres da sólida e honesta instituição inglesa.

2 - Este procedimento não é novidade e seria justificado, por exemplo, em caso de conflito entre os dois países, mas até o presente momento a Venezuela não afundou navios do antigo império, sequestrou bens dos súditos de sua majestade ou expropriou empresas ligadas ao decadente imperialismo britânico. Fica aqui outra questão: retirada esta quantidade de ouro dos cofres de sua majestade o impacto na economia, notadamente nestes dias de crise, não seria desprezível. Eis o mistério da interferência externa.

3 – Os governantes ingleses sempre foram arrogantes e abusados na defesa dos interesses de seus capitalistas notadamente no momento de cobrar a fatura dos empréstimos, sempre apoiados por seus navios de guerra ameaçando, invadindo países da América do Sul apossando-se das alfândegas, retirando da população as somas decorrentes dos juros impagáveis instituídos a partir de contratos assinados por corruptos dos dois lados.

4 – Em nosso solo pátrio o império deitou e rolou; primeiro recebendo o ouro de Minas graças ao Tratado de Methuen financiando este a Revolução Industrial. Depois de 1822 inundou com empréstimos, via família Rothschild, os cofres dos nobres e oligarcas do Brasil, Portugal e Londres – naturalmente sobravam algumas libras para o nosso torrão amado – sempre renovados com cláusulas absurdas desrespeitando em tudo a soberania nacional. Segundo a lenda o Marechal nacionalista, Floriado Peixoto, foi dos poucos a enfrentar o império de sua majestade ameaçando receber à bala os navios de guerra do rei supostamente enviados para “proteger” os súditos durante a Revolta da Armada.

5 - Para compensar o Marechal Floriano temos outro Marechal; Eurico Dutra. Este bondoso homem resolveu ajudar o governo inglês, combalido em função da guerra, estatizando uma antiga ferrovia com maquinário ultrapassado pagando, obviamente, uma fortuna em ouro. Vejam neste caso a validade, a legitimidade da intervenção do Estado na economia, obviamente em benefício do capital internacional.

6 – Os capitalistas ingleses, mesmo em decadência, jamais deixaram de colaborar com o atraso no Brasil; diante da política de desenvolvimento e aproveitamento dos minerais atômicos desenvolvida a partir dos anos 50, durante do Governo de Getúlio Vargas, os navios ingleses sequestraram o equipamento necessário a construção da usina de tratamento químico de minerais atômicos adquiridos da Alemanha graças ao empenho do Almirante Álvaro Alberto contrário a simples exportação destes minerais. Neste caso o governo inglês atuou na condição de corsário do império estadunidense terminando o Almirante Álvaro Alberto demitido, no governo Café Filho, pelo general entreguista Juarez Távora da presidência do CNPQ enterrando assim o projeto de inclusão do Brasil no clube dos países em condições de desenvolver a energia nuclear.

7 – VOLTANDO AO OURO: Mantendo a secular tradição de desrespeito à livre determinação dos povos e sua condição de corsário dos Estados Unidos os governantes ingleses simplesmente entregam ao sr. Juan Guaidó a administração de 31 TONELADAS DE OURO, pertencentes ao povo venezuelano, alegando possuir o referido senhor a condição de presidente da república, defensor da democracia, lutador contra a corrupção e combatente do tráfico de drogas. Naturalmente os defensores da democracia instalados em Washington precisam receber a sua parte do ouro através do pagamento da estrutura militar de combate ao tráfico de drogas encontrando-se o submisso titular do dinheiro pronto para ajudar.

8 – Os jornais hegemônicos andam gastando analistas dizendo que a sentença inglesa não deixou claro a autoridade do sr. Guaidó para movimentar a conta com o ouro sequestrado. Nenhum destes especialistas esclarece o óbvio: o povo venezuelano precisa destes recursos que atualmente servindo para positivar os balanços.  

9 – Ao sr. Guaidó o governo estadunidense já havia autorizado meter a mão nos recursos da CITGO, uma subsidiária da estatal petrolífera venezuelana PDVSA, agora o presidente autoproclamado tem a sua disposição o ouro tudo isso sem Tribunal de Contas, orçamento votado e aprovado na Assembleia, prestação de contas, manutenção de escolas e hospitais. O preferido dos EUA utiliza os recursos do povo venezuelano para contratar empresas estadunidenses como aquela de mercenários da recente e fracassada tentativa de invasão do país somado o fato ao suborno de políticos, militares, empresários para a formação de grupos paramilitares responsáveis por atos terroristas.

10 – A crise detonada a partir da pandemia do COVID-19 resultou em políticas de salvação dos grandes bancos, indústria automobilística, fábrica de aviões, gigantes do petróleo sempre com dinheiro público e redução dos direitos dos trabalhadores incluindo os salários. A prática de confiscar riquezas dos pobres para manter os ricos, como sabemos, não constitui novidade e revela-se presente em nossos dias. 



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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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