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O CORSÁRIO AINDA VIVE; INGLATERRA TOMA 31 TONELADAS DE OURO DA VENEZUELA
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UM IMPÉRIO DECADENTE SUSTENTANDO OUTRO
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FLORIANO, DUTRA E VARGAS; OS INTERESSES DOS INGLESES NO BRASIL
Por
Wladmir Coelho
1 - O Banco da Inglaterra
decidiu proibir Banco Central da Venezuela de resgatar o equivalente a UM
BILHÃO DE DÓLARES em barras de ouro, propriedade do povo venezuelano,
depositados nos cofres da sólida e honesta instituição inglesa.
2 - Este procedimento não
é novidade e seria justificado, por exemplo, em caso de conflito entre os dois
países, mas até o presente momento a Venezuela não afundou navios do antigo
império, sequestrou bens dos súditos de sua majestade ou expropriou empresas ligadas
ao decadente imperialismo britânico. Fica aqui outra questão: retirada esta
quantidade de ouro dos cofres de sua majestade o impacto na economia,
notadamente nestes dias de crise, não seria desprezível. Eis o mistério da
interferência externa.
3 – Os governantes
ingleses sempre foram arrogantes e abusados na defesa dos interesses de seus
capitalistas notadamente no momento de cobrar a fatura dos empréstimos, sempre apoiados
por seus navios de guerra ameaçando, invadindo países da América do Sul
apossando-se das alfândegas, retirando da população as somas decorrentes dos
juros impagáveis instituídos a partir de contratos assinados por corruptos dos
dois lados.
4 – Em nosso solo pátrio
o império deitou e rolou; primeiro recebendo o ouro de Minas graças ao Tratado de Methuen financiando
este a Revolução Industrial. Depois de 1822 inundou com empréstimos, via
família Rothschild, os cofres dos nobres e oligarcas do Brasil, Portugal e
Londres – naturalmente sobravam algumas libras para o nosso torrão amado –
sempre renovados com cláusulas absurdas desrespeitando em tudo a soberania
nacional. Segundo a lenda o Marechal nacionalista, Floriado Peixoto, foi dos
poucos a enfrentar o império de sua majestade ameaçando receber à bala os
navios de guerra do rei supostamente enviados para “proteger” os súditos
durante a Revolta da Armada.
5 - Para compensar o
Marechal Floriano temos outro Marechal; Eurico Dutra. Este bondoso homem
resolveu ajudar o governo inglês, combalido em função da guerra, estatizando
uma antiga ferrovia com maquinário ultrapassado pagando, obviamente, uma
fortuna em ouro. Vejam neste caso a validade, a legitimidade da intervenção do
Estado na economia, obviamente em benefício do capital internacional.
6 – Os capitalistas
ingleses, mesmo em decadência, jamais deixaram de colaborar com o atraso no
Brasil; diante da política de desenvolvimento e aproveitamento dos minerais
atômicos desenvolvida a partir dos anos 50, durante do Governo de Getúlio
Vargas, os navios ingleses sequestraram o equipamento necessário a construção
da usina de tratamento químico de minerais atômicos adquiridos da Alemanha
graças ao empenho do Almirante Álvaro Alberto contrário a simples exportação destes
minerais. Neste caso o governo inglês atuou na condição de corsário do império
estadunidense terminando o Almirante Álvaro Alberto demitido, no governo Café
Filho, pelo general entreguista Juarez Távora da presidência do CNPQ enterrando
assim o projeto de inclusão do Brasil no clube dos países em condições de
desenvolver a energia nuclear.
7 – VOLTANDO AO OURO: Mantendo
a secular tradição de desrespeito à livre determinação dos povos e sua condição
de corsário dos Estados Unidos os governantes ingleses simplesmente entregam ao
sr. Juan Guaidó a administração de 31 TONELADAS DE OURO, pertencentes ao povo
venezuelano, alegando possuir o referido senhor a condição de presidente da
república, defensor da democracia, lutador contra a corrupção e combatente do
tráfico de drogas. Naturalmente os defensores da democracia instalados em
Washington precisam receber a sua parte do ouro através do pagamento da
estrutura militar de combate ao tráfico de drogas encontrando-se o submisso
titular do dinheiro pronto para ajudar.
8 – Os jornais
hegemônicos andam gastando analistas dizendo que a sentença inglesa não deixou
claro a autoridade do sr. Guaidó para movimentar a conta com o ouro sequestrado.
Nenhum destes especialistas esclarece o óbvio: o povo venezuelano precisa
destes recursos que atualmente servindo para positivar os balanços.
9 – Ao sr. Guaidó o
governo estadunidense já havia autorizado meter a mão nos recursos da CITGO,
uma subsidiária da estatal petrolífera venezuelana PDVSA, agora o presidente
autoproclamado tem a sua disposição o ouro tudo isso sem Tribunal de Contas,
orçamento votado e aprovado na Assembleia, prestação de contas, manutenção de
escolas e hospitais. O preferido dos EUA utiliza os recursos do povo
venezuelano para contratar empresas estadunidenses como aquela de mercenários da
recente e fracassada tentativa de invasão do país somado o fato ao suborno de
políticos, militares, empresários para a formação de grupos paramilitares
responsáveis por atos terroristas.
10 – A crise detonada a
partir da pandemia do COVID-19 resultou em políticas de salvação dos grandes
bancos, indústria automobilística, fábrica de aviões, gigantes do petróleo
sempre com dinheiro público e redução dos direitos dos trabalhadores incluindo
os salários. A prática de confiscar riquezas dos pobres para manter os ricos,
como sabemos, não constitui novidade e revela-se presente em nossos dias.
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