*
A ECONOMIA DE BASE COLONIAL E O PREÇO DO ARROZ
*
QUEM GANHA COM A ALTA NOS PREÇOS DOS ALIMENTOS
*VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM
TAXA DE LUCRO?
* ESTADO MÍNIMO E PANELA VAZIA
POR WLADMIR COELHO
1 – Pesquisa do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontando a situação do comércio
conclui: "Em julho de 2020, apenas a atividade de hiper e supermercados,
produtos alimentícios, bebidas e fumo não registrou alta" mantendo a
estagnação do setor no Brasil.
2 – Possivelmente
desconhecendo a informação do IBGE o sr. Hamilton Mourão tratou de espalhar nos
jornais que “Uma porção de gente está comprando porque o dinheiro que o governoinjetou na economia foi muito acima do que as pessoas estavam acostumadas,tanto que está havendo grande compra de alimentos e de material de construção” uma
afirmativa assim faz subir os índices das bolsas reforçando a intenção oficial
de reservar os recursos públicos aos bancos, contudo o mesmo sr. Mourão,
delicadamente deixava escapar: “Também estamos vendendo bastante para o mercado
externo”.
3 - Temos neste ponto a
seguinte questão: atribuir o aumento de preço dos gêneros alimentícios a
elevação do consumo não parece razoável verificando-se exatamente o contrário,
ou seja, o povo está comendo menos segundo as informações do IBGE contribuindo
esta situação para a queda nas taxas de lucro dos supermercados compensada da
forma tradicional através das demissões, redução de salários e aumento nos
preços aspecto reforçado a partir dos números do Ministério da Economia
sintetizados no Cadastro Geral de Empregos (CAGED) apontando demissões no setorde hospedagem e alimentos no mês de julho.
3 – O fato preço dos
alimentos e merece ainda nossa atenção considerando a concentração existente no
setor de supermercados apresentando as multinacionais Carrefour e Pão de Açúcar
(franceses) somados ao estadunidense Walmart, controladora de sete diferentes
bandeiras, a liderança no Brasil revelando um quadro de insegurança nacional
quanto a distribuição de alimentos e controle de preços considerando a
elaboração das políticas econômicas destas empresas no exterior.
4 – Estas empresas
apresentam-se controladas por fundos de investimentos interessados na
valorização das respectivas ações utilizando o truque financeiro da moda a
saber a recompra de ações base do lucro fictício, todavia, existente e nestes
tempos de crise manter a taxa de lucratividade através da elevação dos preços
dos alimentos constitui uma das práticas.
5 – Apresentado este
quadro vamos as observações; Empresas multinacionais controlam os preços no
varejo dos alimentos tornando inócuo o apelo ao patriotismo como forma de
solucionar a alta do arroz, do óleo e por ai vai e o motivo é simples; reduzir
preços em nosso auriverde torrão significa queda nas taxas de lucro e
consequente prejuízo ao processo especulativo internacional.
6 – Importar alimentos,
neste caso o arroz, foi a solução anunciada recentemente como forma de amenizar
os preços no varejo. Vejamos; a importação – paga em dólar – será apropriada
por estas mesmas empresas estrangeiras auxiliadas, vejam quanta bondade, pelo
governo através da redução ou isenção das taxas de comércio externo sem nenhuma
imposição aos supermercados de preço diferenciado, tabelamento resumindo a
solução oficial a crença na mão invisível do mercado.
7 – O Brasil vai importar
arroz enquanto o agro é pop ainda curte a ressaca do aumento de 96% da exportação deste mesmo produto alimentício ou 212.623 toneladas encontrando,
como observa-se, dificuldades para entregar internamente pouco mais de 12
milhões de toneladas previstas para o consumo.
8 – A carne segue o mesmo
destino registrando o abate e exportação de suínos, segundo o IBGE, quantidades
superiores ao recorde de 1997 e sabem o motivo? O governo da China está
preocupado com a segurança alimentar da população e para garantir o
abastecimento e preço está estocando, ou seja, os chineses possuem uma política
nacional de segurança alimentar instituída a partir dos interesses nacionais
desprezando, neste caso, a ajuda da mítica mão invisível.
9 – Somado ao projeto de
insegurança alimentar encontra-se a liberalização do setor de energia envolvendo
principalmente o petróleo e eletricidade sem falar na privatização da água retirando
a fúria neoliberal as mínimas condições para qualquer tipo de intervenção em
defesa dos interesses da população traduzidos estes em termos de sobrevivência.
10 – A crise dos
alimentos, a destruição da Petrobras, a privatização dos recursos da educação e
a volta da indicação política para os cargos públicos presentes na dita reforma
administrativa, a intensificação do modelo agro/extrativista exportador
constituem elementos da redução do Brasil a condição de uma economia colonial
integrada por baixo ao imperialismo estadunidense.
Política de estrangular ao povo simples mas cuidado a classe média também está com a corda no pescoço política capitalista rico vive da pobreza do pobre!!!
ResponderExcluirExcelente análise.
ResponderExcluirNovamente dominados, embora o governo estadunidense, por exemplo, nunca tenha deixado de interferir nas questões internas. Triste demais.Às vezes, pergunto: "Até quando?"
ResponderExcluir