*
REFORMA ADMINISTRATIVA BOLSONARISTA; O MERCADO ACIMA DE TUDO
*FIM
DO CONCURSO PÚBLICO COMEMORADO NA IMPRENSA LIVRE
*
BANCOS E FUNDAÇÃO BAFO DE ONÇA DE OLHO NO FUNDEB DELA
*
SERVIÇO PÚBLICO SERÁ REDUZIDO A CONDIÇÃO DE BICO
POR
WLADMIR COELHO
1 – O sr. Jair Bolsonaro comunica,
e os jornais repetem efusivamente, o envio da PEC que “Altera disposições sobre
servidores, empregados públicos e organização administrativa” acompanhado, o projeto,
da seguinte frase: “as novas regras não afetam os servidores atuais e só valem
para os novos” repetindo a mesma conversa desmobilizadora da reforma da
previdência cujo resultado prático encontra-se na redução dos salários dos
servidores e ampliação do tempo de trabalho transformando a aposentadoria em sonho.
2 – A reforma
administrativa dos srs. Bolsonaro, Guedes, generais carreiristas e Bom Rapaz
Maia representa o desmonte dos instrumentos necessários a efetivação dos
direitos sociais representados na educação pública e gratuita, saúde, assistência
social dentre outros cujo financiamento, a exemplo do FUNDEB recentemente
aprovado, continua a cargo do Estado, contudo, aprovada a reforma em questão,
estes recursos ficam a disposição do mercado ampliando ou consolidando o saque.
3 – O texto do projeto
ainda não foi divulgado, mas os meios de comunicação associados aos ditos
investidores comemoram as facilidades para privatização anunciadas no último parágrafo
do release da Secretária Geral da Presidência da República no qual podemos ler
o seguinte: “Por fim, visando maior aproximação do setor público com a
iniciativa privada, a PEC estabelece a possibilidade de cooperação dos entes
públicos com entes privados, inclusive com o compartilhamento de estrutura
física e utilização de recursos de particulares, com ou sem contrapartida
financeira.”
4 – Esta orgia neoliberal
vai autorizar, por exemplo, a entrada dos bancos e fundações bafo de onça e por
lá permanecerem com seus funcionários de tempo parcial e sem vínculo empregatício
aplicando “projetos” de tempo integral amparados no princípio da melhoria da
qualidade da mão de obra e aumento da produção uma conversa mole voltada a
formação de jovens aptos ao manuseio de múltiplas teclas em tempos de
intensificação do trabalho e redução do número de empregados.
5 – Redução do número de
empregados eis a outra questão a ser observada na proposta de reforma
administrativa; segundo o comunicado oficial a estabilidade transforma-se em
privilégio das carreiras típicas de Estado e mesmo sem ficar claro quais seriam
estas, e considerando as reformas anteriores, tenho absoluta certeza da
sensibilidade do leitor em apontar os segmentos a compor as ditas carreiras.
6 – A futura reforma
administrativa, segundo informe do governo, “(...) apresenta o fim do que é
conhecido hoje como `regime jurídico único` e institui os: vínculo de
experiência, vínculo por prazo determinado, cargo com vínculo por prazo indeterminado.”
A modernização do sr. Bolsonaro, em termos práticos, promove o retorno ao
coronelismo, ao apadrinhamento e todas aquelas práticas anteriores a Revolução
de 1930 somado ao sepultamento definitivo do modelo instituído a partir da
Constituição de 1988, salvo no caso daquelas carreiras típicas de Estado.
7 – Acabou? ainda não. A
reforma administrativa assume a precarização do servidor público transformando
em “bico” as atividades de professores, profissionais da saúde, observando, o
comunicado da secretaria geral da presidência, o seguinte: “Mais limitações ao
exercício de outras atividades para ocupantes de cargos típicos de Estado e
menos limitações para os servidores em geral.” Para entender este ponto vamos
retornar aos professores das escolas abertas aos projetos dos bancos e
fundações bafo de onça; o mesmo profissional diante da redução de jornada
provocada, por exemplo, a partir da aplicação da reforma do ensino médio fica
liberado para assumir nova carga horária através de contrato destas empresas recebendo
a menor do mesmo recurso público agora repassado aos banqueiros com jornada semelhante
ou superior a original.
8 – A reforma ainda acaba
com a progressão por tempo de serviço, férias prêmio, possibilita a redução de
carga horária e salário jogando fora a carreira duramente conquistada, no caso
dos professores, com piso salarial e tudo.
9 – A reforma administrativa
segue a estrutura de sempre; primeiro uma longa campanha contra os servidores
apontados como parasitas a partir de intensa campanha da imprensa livre – neste
caso livre de qualquer compromisso com a verdade – prometendo a população um
mundo fantástico após a privatização de tudo entregando a precarização em nome
da liberdade de mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário