domingo, 14 de junho de 2020

NEODERRAMA PARA SALVAR O IMPÉRIO










* NEODERRAMA PARA SALVAR O IMPÉRIO

*RETIRAR OS DIREITOS DOS TRABALHADORES PARA SALVAR OS RICOS

* AULAS REMOTAS, BOLSA DE VALORES, LUCRO PARA OS RICOS; QUAL A RELAÇÃO?

Por Wladmir Coelho

1 – Qual a relação entre ensino a distância, sobe e desce das bolsas, desemprego, COVID-19? a resposta vamos encontrar nas políticas econômicas criadas para sustentar ou garantir a sobrevivência do modelo econômico amparado na especulação totalmente dependente do controle, pelo capital, de todo e qualquer recurso existente incluindo aqueles dos cofres estatais.

2 – As reformas educacionais implantadas em diferentes pontos do planeta Terra – não esqueça que o Brasil é parte deste – foram aceleradas a partir da pandemia do COVID-19 sempre no sentido de efetivar cortes orçamentários amparados nas legislações promotoras da redução do tempo presencial convertido na ilusão do aumento da carga horária através do dito ensino à distância ou em tempos de pandemia apelidado carinhosamente de aulas remotas.

3 – Naturalmente as formas para efetivação do modelo de ensino à distância decorrentes das condições econômicas dos respectivos países ou mesmo entre regiões no interior dos territórios nacionais encontram-se, quando chegamos ao aluno, submetidas ao fato classe social acessando o ensino aquele em condições de pagar a internet e possuir o equipamento necessário de resto fica a opção de um belo dia receber umas apostilas sem apoio profissional um verdadeiro retrocesso considerando no passado a existência de meios utilizando o rádio, a tv inclusive através das emissoras comerciais em cadeia. A dita democratização da internet ficou no discurso, o moderno tratou de isolar ainda mais segmentos gigantescos de nosso povo agora ameaçados pela ampliação, não do acesso ao conhecimento, mas da restrição ao ensino. Eis o mundo das oportunidades.   

 4 – Considerando a situação internacional o centro do capitalismo mundial, os Estados Unidos, vai revelar a média de 7  (sete) alunos por professor nas escolas dos muito ricos incluindo neste grupo o filho mais novo de Donald Trump, enquanto isso, as escolas públicas em diferentes regiões daquele país demitem professores de Educação Física, Artes, gastam fortunas em avaliações externas promovidas a partir de fundações dos bancos e promovem cortes gigantescos nos orçamentos sem falar nas reformas propostas a partir dos interessados de forma direta na ampliação do tempo online a saber mr. Bill Gates e sua fundação filantrópica cujo resultado sempre aumenta os lucros de suas empresas.

5 – Ainda nos Estados Unidos o plano para apoiar os estados na manutenção das escolas implica no auxílio público aos estabelecimentos de ensino para os filhos dos muito ricos neste caso desobrigados de demitir professores ou aumentar o número de alunos por turma apresentando estes, na rede oficial, números semelhantes aos encontrados no Brasil.
6 – Durante as manifestações contra o assassinato pela polícia do cidadão negro George Floyd a maior democracia do mundo prendeu, pelo menos, 10 mil pessoas dentre estas uma professora da cidade de Nova Iorque, Brigette Brantley, agora desempregada em função da não renovação dos contratos em obediência a política de cortes orçamentários.

7 – Brantley ganhou notoriedade após uma entrevista a NY1 revelando, de forma franca e objetiva, os motivos de sua participação nos protestos perguntando: “o governo deu US$ 1.200 para as pessoas sobreviverem em março. O que você pensou que ia acontecer depois?” em outro questionamento revela as causas para a adesão dos jovens ao movimento: “Eles tiraram os empregos da juventude. O que você pensou que ia acontecer?" Brantley diz não concordar com os saques e depredações, mas não acredita que estes fatos tenham gerado prejuízos aos bancos e grandes redes comerciais afirmando: “são empresas com bilhões de dólares que têm seguro, portanto não se ofenda, mas tudo ficará bem."

8 – A imprensa capitalista, de um modo geral, preocupa-se muito com as vitrines das grandes redes de lojas e portas de vidro dos bancos esquecendo, todavia, dos trilhões desviados do povo para os cofres destas instituições ignorando, na totalidade, as consequências destas políticas para o cumprimento dos direitos sociais.

9 – A política econômica dos Estados Unidos priorizou o socorro aos grandes conglomerados financeiros e empresariais este fato, como percebemos, exclui do socorro oficial os trabalhadores abandonados e submetidos ao controle das forças de repressão ameaçados de prisão. Esta política apresenta como preço a necessidade de ampliação do controle imperial da economia traduzida esta ação no aumento da cobrança dos tributos e conhecemos bem esta forma através da derrama aquela política fiscal condenada pelo alferes Tiradentes.

10 – O simples repasse de recursos públicos aos banqueiros – lá na matriz –salvou os bancos da falência imediata através da garantia da compra dos títulos das dívidas dos oligopólios uma espécie de respirador artificial para a continuidade da recompra das ações revelando, para a sua continuidade, a necessidade de eliminação da eventual concorrência ou controle direto dos setores lucrativos afinal o dinheiro precisa sair de algum lugar e como sabemos, apesar das impressoras, ele não nasce de forma espontânea precisando de efetivo trabalho, produção.

11 – A onda de privatização defendida nos jornais brasileiros resulta desta neoderrama venha esta na extração de mais recursos do trabalhador através da entrega da água da COPASA e outras empresas de saneamento aos oligopólios mandando estes mais recursos ao exterior ou quem sabe através da venda do Banco do Brasil capturando através deste golpe, inclusive, os depósitos oficiais controlando toda a movimentação financeira estatal e jogando estes valores no mercado mundial colocando a serviço da banca internacional o resultado da produção brasileira. Haja patriotismo!

12 – Os defensores da política de submissão aos interesses imperiais aqui no Brasil proclamam-se patriotas e devem ser mesmo considerando como pátria a matriz ou os interesses da classe dominante estadunidense e seu total desprezo pelos trabalhadores.

13 – O Brasil conheceu, não faz 30 anos, a efetivação dos padrões mínimos de atenção educacional e vai perdendo este mínimo em meio aos cortes orçamentários em nome da salvação do modelo econômico da neoderrama justificando, esta prática, a redução da carga horária presencial nas escolas, as demissões de professores contratados, o fechamento de turmas e escolas, os cortes nos direitos dos trabalhadores na educação.

14 – Este quadro tenebroso pode parecer aos ingênuos um efeito da pandemia de COVID-19 a desaparecer depois da vacina, mas veja bem; estes ataques aos trabalhadores e direitos sociais estavam em marcha antes do vírus e receberam, isto sim, uma aceleração e segue passando por cima dos empregos, dos direitos a moradia, a educação, a saúde.


15 – A improvisação dos governos com suas aulas remotas revelam uma ação oportunista no sentido de implementar reformas desenhadas exatamente pelos banqueiros e fundações dependentes dos fundos internacionais de investimentos – base do mercado de ações – e neste salve-se quem puder colocam-se a criar a confusão de sempre em nome do “isso é o possível”, ou, “pare de criticar e aponte uma solução” colocando trabalhador contra trabalhador expondo aqueles mais dedicados ao desgaste poupando os verdadeiros interessados no lucro através da morte. 

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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