sábado, 20 de junho de 2020

O RACISMO COMO FUNDAMENTO DO PODER ESTADUNIDENSE







* O RACISMO COMO FUNDAMENTO DO PODER ESTADUNIDENSE

* O RACISMO NO BRASIL COMO INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO IMPERIALISTA

* A CRENÇA DA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA NA DEMOCRACIA RACISTA ESTADUNIDENSE

Por Wladmir Coelho

1 – O escravismo nos Estados Unidos constituiu a base para a extensão territorial das antigas 13 colônias rumo ao sul no sentido do território mexicano em episódios, via de regra, antecipados por aventureiros – flibusteiros -  que ocupavam terras nos pontos desejados criando em seguida desavenças com o governo e destas movimentos belicistas  emancipatórios, autonomistas, republicanos, convertendo-se, em seguida, em domínio estadunidense.

2 – A prática expansionista estadunidense resultou no controle de metade do México incluindo o atual Estado do Texas, da noite para o dia, transformado numa república a exigir independência para em seguida integrar o território imperial reunindo, em sua elite política e econômica, a nata do racismo sempre fundamentada na lenda do destino manifesto. O modelo expansionista do século 19 funcionou às mil maravilhas atendendo aos interesses de escravistas, industriais e banqueiros até o momento da disputa entre os interesses exportadores dos sulistas e sua monocultura escravista do algodão e aqueles protecionistas dos industriais do norte interessados na matéria prima de preço baixo ao lado da expansão do mercado interno e fôlego para conquistar novos espaços no restante da América. O resultado, como sabemos, foi a violenta guerra civil.  

3 – O império, não é difícil constatar, atravessa em nossos dias uma crise econômica superior aos piores momentos da chamada “grande depressão” dos anos 1930 superada após a destruição, através da guerra, dos meios de produção europeu complementada, esta salvação, com a associação do capital estadunidense aos grandes grupos econômicos inclusive aqueles da Alemanha patrocinadores e beneficiários diretos do regime hitlerista.

4 – Voltando ao ano da graça de 2020; em 19 de junho milhares de trabalhadores ocuparam as ruas de diferentes cidades estadunidenses recordando o ano de 1865 quando o general Gordon Granger, representando o governo da União, ocupa a cidade de Galveston no Texas e determina o cumprimento da Ordem Executiva de libertação dos escravos assinada por Abraham Lincoln em 22 de setembro de 1862.

5 – Este ano as comemorações do 19 de junho foram acompanhadas de manifestações em diferentes pontos do país decretando, os governos do Estado e da cidade de Nova York, feriado em alusão a data conhecida como “Juneteenth.” Este reconhecimento oficial efetiva-se após 155 anos em meio ao cenário de insatisfação dos trabalhadores estadunidenses fato constatado na presença massiva de negros, latinos, brancos nas manifestações registradas após o assassinato de George Floyd pela polícia de Minneapolis.

6 – Em meio a crise Donald Trump segue com sua prática de provocações escolhendo para iniciar sua campanha eleitoral a cidade de Tulsa no Estado de Oklahoma – parte do território subtraído do México – marcada pelo massacre de 1921 quando a população negra foi atacada por grupos racistas resultando na morte de pelo menos 300 pessoas. Mr. Trump aposta na radicalização através do incentivo ao ataque, via grupos fascistas, fortemente armados aos trabalhadores negros e todos aqueles dispostos a lutar contra a política de retirada de direitos uma prática copiada, inclusive, em países da América Latina sugerindo a existência de um plano coordenado para a repressão dos trabalhadores.

7 – Historicamente os grupos dominantes dos Estados Unidos resolveram as suas diferenças depois de uma Guerra Civil e conseguiram colocar em prática um projeto de dominação mundial agora atravessando uma grande crise em decorrência da queda da lucratividade respirando através de aparelhos graças ao modelo financista do lucro fictício resultado das operações de Wall Street consumindo recursos públicos para a salvação dos bancos com cofres abarrotados de papeis das dívidas dos oligopólios empresariais. Resultado; para a continuidade do modelo existindo uma queda na lucratividade os donos do capital além de raparem os cofres públicos exigem dos trabalhadores mais trabalho, menos salário e extinção dos direitos não somente os trabalhistas incluindo as condições mínimas de sobrevivência constituindo o modelo de combate à pandemia, amparada na crendice da imunidade de rebanho, a forma mais evidente de sacrifício.

8 – Lincoln, como afirmamos anteriormente, assinou a Ordem Executiva de libertação dos escravos em 1862 naquele mesmo ano escreve Moniz Bandeira em seu livro A influência dos Estados Unidos no Brasil: “o secretário de Estado , Willian H. Seward instruiu os diplomatas americanos (...) para propor aos países situados dentro dos trópicos que recebessem  os negros dos EUA libertados pela Guerra Civil.”

9 – Aqui duas questões a observar; a libertação dos negros nos EUA não resultou em projeto de integração ou formação de uma nação plural enquanto a segunda revela a intenção da elite imperial em utilizar nova transferência forçada da população negra acompanhada de empresas de colonização comandadas ou chefiadas por brancos ao modo dos flibusteiros e suas práticas coloniais incluindo a proposta encaminhada ao governo brasileiro naquele mesmo 1862.

10 – O racismo de mr. Trump  resulta da crença da superioridade branca legitimada na superstição do destino manifesto funcionando esta como elemento ideológico para a dominação imperial no caso brasileiro manifestado a partir da subordinação econômica e cultural de nossas elites incluindo o descaso da classe média pelo desenvolvimento nacional entendendo estes pertencerem ao reino dos eleitos funcionando esta ilusão como forma de legitimação das ações contrárias as conquistas de nossos trabalhadores incluindo a destruição da educação pública, da pesquisa, o neoescravismo, a legitimação do saque através das privatizações.

11 – O modelo em crise nos EUA para sobreviver aumenta a intensidade da exploração econômica e cobra o seu tributo reprimindo, matando, escravizando transformando as necessidades de um setor, aquele dominante, em regras legitimadas a partir da aculturação dos discursos de governantes submissos, dos comentaristas ditos econômicos assalariados dos banqueiros enquanto isso segue o projeto colonial seguem as propostas de sacrifício dos trabalhadores.     

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Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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