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O RACISMO COMO FUNDAMENTO DO PODER ESTADUNIDENSE
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O RACISMO NO BRASIL COMO INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO IMPERIALISTA
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A CRENÇA DA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA NA DEMOCRACIA RACISTA ESTADUNIDENSE
Por
Wladmir Coelho
1 – O escravismo nos
Estados Unidos constituiu a base para a extensão territorial das antigas 13
colônias rumo ao sul no sentido do território mexicano em episódios, via de regra,
antecipados por aventureiros – flibusteiros - que ocupavam terras nos pontos desejados
criando em seguida desavenças com o governo e destas movimentos belicistas emancipatórios, autonomistas, republicanos,
convertendo-se, em seguida, em domínio estadunidense.
2 – A prática
expansionista estadunidense resultou no controle de metade do México incluindo
o atual Estado do Texas, da noite para o dia, transformado numa república a
exigir independência para em seguida integrar o território imperial reunindo,
em sua elite política e econômica, a nata do racismo sempre fundamentada na
lenda do destino manifesto. O modelo expansionista do século 19 funcionou às
mil maravilhas atendendo aos interesses de escravistas, industriais e
banqueiros até o momento da disputa entre os interesses exportadores dos
sulistas e sua monocultura escravista do algodão e aqueles protecionistas dos
industriais do norte interessados na matéria prima de preço baixo ao lado da
expansão do mercado interno e fôlego para conquistar novos espaços no restante
da América. O resultado, como sabemos, foi a violenta guerra civil.
3 – O império, não é difícil
constatar, atravessa em nossos dias uma crise econômica superior aos piores
momentos da chamada “grande depressão” dos anos 1930 superada após a destruição,
através da guerra, dos meios de produção europeu complementada, esta salvação,
com a associação do capital estadunidense aos grandes grupos econômicos inclusive
aqueles da Alemanha patrocinadores e beneficiários diretos do regime
hitlerista.
4 – Voltando ao ano da
graça de 2020; em 19 de junho milhares de trabalhadores ocuparam as ruas de
diferentes cidades estadunidenses recordando o ano de 1865 quando o general Gordon
Granger, representando o governo da União, ocupa a cidade de Galveston no Texas
e determina o cumprimento da Ordem Executiva de libertação dos escravos
assinada por Abraham Lincoln em 22 de setembro de 1862.
5 – Este ano as comemorações
do 19 de junho foram acompanhadas de manifestações em diferentes pontos do país
decretando, os governos do Estado e da cidade de Nova York, feriado em alusão a
data conhecida como “Juneteenth.” Este reconhecimento oficial efetiva-se após
155 anos em meio ao cenário de insatisfação dos trabalhadores estadunidenses
fato constatado na presença massiva de negros, latinos, brancos nas
manifestações registradas após o assassinato de George Floyd pela polícia de
Minneapolis.
6 – Em meio a crise
Donald Trump segue com sua prática de provocações escolhendo para iniciar sua
campanha eleitoral a cidade de Tulsa no Estado de Oklahoma – parte do
território subtraído do México – marcada pelo massacre de 1921 quando a
população negra foi atacada por grupos racistas resultando na morte de pelo
menos 300 pessoas. Mr. Trump aposta na radicalização através do incentivo ao
ataque, via grupos fascistas, fortemente armados aos trabalhadores negros e
todos aqueles dispostos a lutar contra a política de retirada de direitos uma
prática copiada, inclusive, em países da América Latina sugerindo a existência
de um plano coordenado para a repressão dos trabalhadores.
7 – Historicamente os
grupos dominantes dos Estados Unidos resolveram as suas diferenças depois de
uma Guerra Civil e conseguiram colocar em prática um projeto de dominação
mundial agora atravessando uma grande crise em decorrência da queda da lucratividade
respirando através de aparelhos graças ao modelo financista do lucro fictício resultado
das operações de Wall Street consumindo recursos públicos para a salvação dos
bancos com cofres abarrotados de papeis das dívidas dos oligopólios empresariais.
Resultado; para a continuidade do modelo existindo uma queda na lucratividade
os donos do capital além de raparem os cofres públicos exigem dos trabalhadores
mais trabalho, menos salário e extinção dos direitos não somente os trabalhistas
incluindo as condições mínimas de sobrevivência constituindo o modelo de combate
à pandemia, amparada na crendice da imunidade de rebanho, a forma mais evidente
de sacrifício.
8 – Lincoln, como
afirmamos anteriormente, assinou a Ordem Executiva de libertação dos escravos
em 1862 naquele mesmo ano escreve Moniz Bandeira em seu livro A influência dos
Estados Unidos no Brasil: “o secretário de Estado , Willian H. Seward instruiu
os diplomatas americanos (...) para propor aos países situados dentro dos trópicos
que recebessem os negros dos EUA
libertados pela Guerra Civil.”
9 – Aqui duas questões a
observar; a libertação dos negros nos EUA não resultou em projeto de integração
ou formação de uma nação plural enquanto a segunda revela a intenção da elite
imperial em utilizar nova transferência forçada da população negra acompanhada
de empresas de colonização comandadas ou chefiadas por brancos ao modo dos
flibusteiros e suas práticas coloniais incluindo a proposta encaminhada ao
governo brasileiro naquele mesmo 1862.
10 – O racismo de mr. Trump resulta da crença da superioridade branca legitimada na superstição do destino
manifesto funcionando esta como elemento ideológico para a dominação imperial no
caso brasileiro manifestado a partir da subordinação econômica e cultural de
nossas elites incluindo o descaso da classe média pelo desenvolvimento nacional
entendendo estes pertencerem ao reino dos eleitos funcionando esta ilusão como
forma de legitimação das ações contrárias as conquistas de nossos trabalhadores
incluindo a destruição da educação pública, da pesquisa, o neoescravismo, a
legitimação do saque através das privatizações.
11 – O modelo em crise
nos EUA para sobreviver aumenta a intensidade da exploração econômica e cobra o
seu tributo reprimindo, matando, escravizando transformando as necessidades de
um setor, aquele dominante, em regras legitimadas a partir da aculturação dos
discursos de governantes submissos, dos comentaristas ditos econômicos
assalariados dos banqueiros enquanto isso segue o projeto colonial seguem as
propostas de sacrifício dos trabalhadores.
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