NOVO NORMAL: ALUNOS DA NORTH PAULDING HIGH SCHOOL UMA DAS PRIMEIRAS ESCOLAS REABERTAS NOS EUA |
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O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL
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A REABERTURA DAS ESCOLAS; UM DEBATE LIMITADO PELA IDEOLOGIA *
O GOLPE MILITAR JÁ ACONTECEU E MUITA GENTE NEM PERCEBEU *
VAMOS MORRER EM NOME DA PÁTRIA? QUAL DELAS? Por
Wladmir Coelho 1 – “burguesia
brasileira” ao utilizar este termo temos em mente um reduzido grupo de famílias
assim classificados pura e exclusivamente por razões geográficas graças a
localização de seus interesses econômicos tenham estes a forma de bancos,
vastas extensões de terras, grandes empresas de comunicação, presença em
setores da indústria ou tudo isso junto na forma de participação nos famosos
fundos de investimentos servindo estes para a legalização das fortunas
remetidas aos paraísos fiscais e tributo para a reprodução do cassino de Wall
Street. 2 – Temos assim uma
burguesia colonizada integrada de forma subalterna aos interesses externos condição
esta sintetizada na frase “o que é bom para os Estados Unidos é bom para os
Estados Unidos” pronunciada, logo após o golpe militar de 1964, pelo embaixador
brasileiro nos Estados Unidos, general Juracy Magalhães, nomeado pelo general
Castelo Branco aquele que iniciou a ditadura com rodizio de ditadores. A frase é
quase infantil, mas reveladora do conceito de soberania predominante nas mentes
e corações da colonizada “elite” brasileira. 3 – Apenas para recordar;
Juracy Magalhães substituiu no cargo em Washington Roberto Campos – conhecido
pela alcunha de Bob Fields uma simples
adequação do nome a nacionalidade espiritual – este um entreguista desde os
tempos dos acordos a favor dos interesses da ITT estatizada por Leonel Brizola quando governador do Rio
Grande do Sul aquele o primeiro presidente da Petrobras ambos agentes do imperialismo ocupando cargos
desde os governos Vargas e
Jango revelando o quanto é complicada a crença nas alianças das forças
populares com a dita burguesia nacional; 1964 ficou distante, mas 2016 foi
outro dia mesmo. 4 – “O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS É BOM PARA O BRASIL” versão
século 21; Juracy Magalhães e Bob Fields ficaram no passado, todavia, o mesmo
não ocorre quanto as práticas coloniais. Vejamos: Bob Fields 3º ocupa a
presidência do Banco Central num governo dominado, segundo dados do Tribunal de
Contas da União, por 6157 generais e
apaniguados fardados (e tem gente esperando o golpe militar há, há, há)
enquanto o ministro da Economia promove o maior projeto de entrega dos bens
nacionais desde 22 de abril de 1500 sempre em nome da pátria amada idolatrada
salve, salve! entregue aos desmandos de um antigo oficial subalterno e seu
patriotismo formal de continência à bandeira dos Estados Unidos e incontinência
na entrega e destruição dos instrumentos e meios necessários a construção de um
projeto nacional efetivados, aos trancos e barrancos, desde 1930. 5 – Projeto nacional
tradicionalmente postergado, adiado, anulado de dentro pra fora sempre em nome
da manutenção daquele “moinho de gastar gente”, denunciado por Darcy Ribeiro,
primeiro alimentado pelo tráfico de trabalhadores escravizados depois dos
camponeses pobres, das multidões de desempregados, pelos jovens negros e
favelados acrescidos estes números das centenas de milhares de mortos em
decorrência da Covid-19. 6 – A matriz está em
crise e pouco importam seus bilionários – chefes da dita elite auriverde – com
a vida dos trabalhadores e menos ainda da juventude, afinal a crise vai
revelando contornos semelhantes aos vivenciados no final dos anos 20 inicio dos
30 cuja solução encontrada, entre os ricaços, foi destruir o concorrente e
matar a mão de obra excedente ganhando muito dinheiro, fazendo a guerra. 7 - Farinha pouco meu
pirão primeiro, bradam os defensores do modelo econômico agonizante enquanto acusam
a pandemia e desta o isolamento social como causa da tragédia econômica; em
termos concretos o vírus acelerou o processo e vai cumprindo, através da morte,
a sua associação estratégica com os interesses do capital. 8 – A produção industrial
apresenta-se estagnada antes mesmo do isolamento e diga-se de passagem as
atividades não sofreram uma paralisação ao
longo da pandemia continuando os trabalhadores suas atividades para manter a
lucratividade dos oligopólios industriais – com taxas reduzidas – servindo
estas como combustível da jogatina de Wall Street sem gerar um emprego, apenas
mantendo a boa vida dos bilionários que ampliaram em muito os seus ganhos. 9 – A nova etapa para
ampliar o número de mortes atinge agora as escolas um debate cinicamente
envolto no discurso do “direito”, isso nos impérios decadentes da Europa, na
matriz e aqui insistindo os donos do capital em criar uma sensação de normalidade
a partir da crença na reorganização da estrutura escolar com rotatividade de
alunos, uso de máscara, distanciamento entre as carteiras e outras iniciativas típicas
de uma linha de produção em nossos dias controladas a partir de aplicativos produzidos
nas empresas daqueles bilionários que enriquecem mais e mais através,
inclusive, do ensino online. 10 – Esta velha nova
organização vai ganhando até nome e para todo lado temos alguém utilizando o
termo “novo normal”, contudo a sua aplicação revela-se fundada na prática de
sempre; a exploração máxima. As escolas, os professores, os estudantes foram
jogados no moinho da neonormalidade da pós-pandemia sem condições de criticar,
propor as condições de uma educação durante – e ainda estamos neste estágio de
tempo – a pandemia existindo única e exclusivamente uma preocupação oficial em
manter a ordem burocrática e desta a reprodução de um modelo, ou melhor, as
transformações hoje debatidas apresentam como ideal um controle ainda mais rígido
do trabalho do professor através da padronização digital e controle ampliando a
presença das avaliações externas. 11 – Impedir um debate a
respeito da educação e sua ampliação para além do prédio e do tempo escolar e
sua condição de transformação social foi a maior vitória do capital ao longo
destes meses pandêmicos valorizando, as diferentes iniciativas oficiais, o
cumprimento burocrático e ritualístico das atividades escolares e conduzindo as
criticas em sua forma geral ao número de participantes criando até a ilusão da
plena participação na forma presencial cujo retorno é debatido a partir desta farsa. 12 – O discurso oficial em
defesa do direito a educação, tenha este origem nos governos ou nas
instituições bancárias hoje detentoras e responsáveis pela elaboração das
políticas educacionais, apresenta em sua base a salvação do modelo educacional adaptado
as necessidades do capital hoje interessado na maior quantidade possível de
recursos estatais direcionados a compra das dívidas dos oligopólios amontoadas
nos cofres dos bancos privados resultando esta prática na redução dos gastos
com educação incluindo os salários dos professores representando as reformas da
previdência dos servidores e administrativa a síntese e neste caso não vai sem
proposito uma redução física. 13 – Curiosamente os
governos comparam a pandemia a guerra e neste ponto precisamos entender as
implicações contidas nesta simples classificação principalmente as condições de
poder excepcionais oferecidas aos governantes durante os conflitos armados
sempre antecedidas da demonização do potencial inimigo seguida da censura pura
e simples. 14 – Apenas para ilustrar
o fato censura; a North Paulding High School na
cidade de Dallas, não aquela do Texas e sim uma com menor população na Geórgia,
retomou suas atividades presenciais apresentando, evidentemente, aquele
discurso da proteção através do distanciamento, uso de máscaras e álcool gel. O
discurso, para variar, não foi transformado em prática resultando na imagem que
vai ilustrando este texto. O autor da foto, um estudante do ensino médio, foi
suspenso por divulgar uma informação negativa da escola; eis uma prática de
guerra, ou seja, não vale a verdade. Os jornais até noticiaram a revisão da
punição do jovem fotografo e daí? a situação continua a mesma, ou melhor,
acrescida de dezenas de casos de contaminados na North Paulding e escolas
vizinhas. 15 - Enquanto a Covid-19 mata centenas de milhares os
donos do capital articulam uma guerra por enquanto em seu estágio comercial com
grandes possibilidades de avançar para sua versão total ou através de
procuração como é o caso a desenhar-se na América do Sul envolvendo a
Venezuela, Colômbia e Brasil neste caso com interesse evidente no controle das
maiores reservas petrolíferas do mundo para atendimento dos interesses do
imperialismo. Enquanto isso o governo estadunidense resolveu banir a chinesa Tik
Tok obrigando a sua venda à empresa nacional – neste caso a Microsoft – associando
o discurso da liberdade econômica ao tamanho dos interesses estadunidenses. 16 – A burguesia
brasileira segue submissa implicando esta fórmula na criação de um debate falso
a respeito da reabertura das escolas desprovido este de qualquer critica ao
modelo educacional de simples adequação aos interesses econômicos resultando
estes, por exemplo, na incapacitação da criação
de novas tecnologias criando as ilusões da formação de consumidores ou
operadores para no máximo controlarem uma grande máquina de mineração ou
colheitadeira ou simplesmente entender e obedecer um aplicativo de entregas. Enfim,
como ensinou o general Juracy; “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o
Brasil”. |
Triste realidade , parabéns pela sobriedade.
ResponderExcluirSituação horrível, não é? sigamos lutando e criticando!
ResponderExcluirInteressante seu texto,corrobora o que penso e discuto sempre que tenho a oportunidade com alguns.
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