- DEPUTADO PEDE
SACRIFÍCIO AOS PROFESSORES E TRABALHADORES DA SEGURANÇA PÚBLICA
- A BALELA DO TUDO É
RELATIVO COMO FORMA DE PERPETUAR A EXPLORAÇÃO
Por Wladmir Coelho
1 – “TUDO É RELATIVO”
eis o bordão dos interessados na mistificação da realidade entendida como permanente,
imutável restando aos mortais a busca de formas para adaptar-se ao que está aí
ou cair fora do planeta.
2 - Os defensores desta
imutabilidade apresentam-se de forma sofisticada com carinha de austeridade e
sempre com aquela pinta de bem sucedido na vida, um “meritocrata”, reduzindo as
questões econômicas a condição mágica base para a crença no deus mercado a quem
todos devemos levar nossas ofertas e sacrifícios inclusive da vida.
3 – Este culto ao deus
mercado naturalmente apresenta uma teologia, um clero voltado a manutenção e
continuidade dos ritos além de administrar as ofertas e regularizar os
sacrifícios conforme a interpretação dos desejos da divindade em questão. Vejam:
a religião do “TUDO É RELATIVO” prega uma realidade imutável, mas submetida aos
humores de um deus alimentado a partir de ofertas materiais e quando estas
sofrem algum tipo de queda a divindade exige sacrifícios para retomar a forma
ideal. E quem decide como será? Naturalmente aqueles possuidores dos meios
necessários para reconhecer e interpretar os desejos do deus mercado afinal são
eles a governar o templo.
4 – Vejamos em termos
práticos a questão da mística mercadológica e sua associação ao fim da história
ou imutabilidade a partir de um pequeno artigo publicado no jornal O TEMPO, no
dia 2 de abril, assinado pelo deputado Marcus Pestana que também é economista,
intitulado “Minas: laboratório para responsabilidade fiscal II.”
5 – O autor do texto em
questão inicia revelando o mundo das anormalidades em Minas Gerais, mostra o
“caos” seguido de uma enxurrada de números revelando os baixos salários do
grosso da população e reconhecendo, inclusive, a necessidade de valorização dos
funcionários públicos citando especificamente os professores e policiais.
6 – Realizadas as
constatações obvias o autor assume o discurso místico relativista da “responsabilidade
fiscal” citando índices e médias revelando um quadro econômico terrível
pedindo, como de costume, o famoso SACRIFÍCIO, afinal gasta-se muito com
escolas, hospitais, segurança pública e “tudo tem limite” insinuando a
necessidade de redução destes direitos como é possível observar na frase
destacada pelo jornal: “O JUSTO NEM SEMPRE É POSSÍVEL. TUDO É RELATIVO,
E OS PARÂMETROS DEVEM SER REALISTAS.”
7 – Sem o menor pudor o sr.
Pestana defende o não cumprimento das determinações constitucionais incluindo o
piso nacional dos professores somado a relativização dos direitos sociais sempre
apoiado na mística dos números manipulados gerando o discursinho ao gosto da “imprensa
livre” ingenuamente degustado pela classe média. A doutrina do TUDO É RELATIVO, também vulgarmente
apelidada de cada um por si, encontra-se na escola em apostilas ricamente ilustradas
prometendo ao jovem um mundo fantástico bastando para isso aceitar o credo da
imutabilidade, do fim da história resumido na adaptação as condições impostas
pelo deus mercado.
8 – Os PARÂMETROS
REALISTAS do sr. Pestana não passam do velho e desgastado discurso do “sempre
foi assim” a negar a condição histórica da realidade e desta os elementos a
gerar a forma de enriquecimento a partir da exploração do trabalho. O senhor
Pestana entende como realidade o prosseguimento da exploração do povo com o
único objetivo de manter os meios de enriquecer aqueles muito ricos.