- O INGÊNUO DE CLASSE
MÉDIA COM MEDO DAS FORÇAS DO POVO
- OS GOVERNANTES
DELIRANTES
- O FIM DA HISTÓRIA
Por Wladmir Coelho
1 – Segue a política das
alterosas a soma do clássico romano ‘divide et impera’ adicionado a consigna
historicamente mais recente, atribuída a conhecido marqueteiro nazista, na qual
uma ‘uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade’. O recurso a tais
ensinamentos constitui a prática recorrente dos ‘gênios’ de ocasião autoproclamados
‘maquiavélicos’ a revelar em sua ‘genialidade’ nada além da ausência total da verdade.
2 – Em Minas os
governantes dos últimos tempos usaram e abusaram desta fórmula e vamos recordar
determinado morador do Leblon com seu aprendiz de feiticeiro ambos firmemente
apoiados num sistema de publicidade a transformar o nosso amado rincão em
espécie de Disneylândia materializada naquele castelo encantado – ornado com
bilhões de brilhos - construído nos
limites da capital com Vespasiano.
3 – A infantilização não
parou por aí; tempos depois surgiu da mesma classe dominante um herdeiro com
seu discursinho prá agradar classe média sempre em tom farsesco, canastrão,
encarnando o clássico personagem do capiau. Para a propaganda um tipo perfeito
com cara de bobo, voz de idiota e rico, muito rico. Estava concluído o novo
produto a ser consumido de forma ingênua no formato do matuto que deu certo,
aliás a fórmula não era nova e aqueles com mais de 50 recordam-se do Sassá
Mutema tão ao agrado do discurso moralista da pequena burguesia auriverde.
4 – O problema do Capiau
Mutema localiza-se (por favor; aqui não faço referência a dito patrocinador da
farsa segundo
a voz das ruas.) justamente na composição do personagem revelando a soma deste
com Zeca Diabo um caipira de voz fina e fala mansa representando, todavia, uma
associação com as forças mais violentas e obscuras apesar do discurso do
arrependimento e inabalável fé em Deus e nos costumes cristãos.
5 – Aqui uma observação
geral: governante delirante representando personagens do passado não é novidade
e sabemos todos que Napoleão adorava seus retratos fantasiado de César, posteriormente
um sobrinho do general francês encenou uma espécie de encosto do tio empolgando
a burguesia local. Estes exemplos não param no século 19 e seguindo o desfile
de alucinações, fantasias e caricaturas históricas vamos encontrar no século 20
um alemão fardado afirmando encarnar tudo isso junto, misturado acrescido do
tempero regional legitimado através das palmas delirantes da classe dominante
do país e exterior incluindo os burgueses dos Estados Unidos. Seguindo a
tradição histórica esquizofrênica vamos verificar fato recentíssimo em
determinado país na América do Sul; lá um delirante militar aposentado de baixa
patente encarna em nome da trindade Deus, Pátria e Família o tipo caricato daqueles
generais ditadores dos anos 70 reafirmando diariamente em lives e outros meios
o seu patriotismo enquanto entrega desde o subsolo de sua amada e idolatrada
Pátria até os serviços públicos, a empresa petrolífera, as de energia elétrica ao
deus mercado submetendo o seu povo aos elevados valores nos preços dos
combustíveis, alimentos, eletricidade, gás de cozinha como forma de tributo aos
investidores de Wall Street incensados diariamente na chamada ‘grande imprensa’
local. Haja esquizofrenia!
6 - Retornando ao plano
regional: O César do Brejo, o Maquiavel de chanchada segue sem o menor pudor a
sua prática de apoio a política de submissão do Brasil aos interesses do
capital internacional ressuscitando a velha prática colonial da DERRAMA consumida
no século 21 na forma de ‘austeridade fiscal’ termo ao gosto dos comentaristas da
imprensa sadia deste ‘mundim’ das Gerais a dopar diariamente os ingênuos prometendo
o paraíso após o necessário sofrimento. Sofrimento para o povo é lógico, afinal
tenha seta prá cima ou prá baixo lá em Nova Iorque o preço do gás em nosso
amado torrão tem que subir como forma de garantir o lucro das empresas multinacionais
as quais os patriotas entregaram o controle da Petrobras. O César do Brejo vai
seguindo o mesmo modelo na CEMIG e já abriu as porteiras aos elementos
eufemisticamente denominados investidores, na verdade saqueadores, conforme
revelou a CPI da Assembleia Legislativa.
7 – O ingênuo acredita,
repete, defende a política do César do Brejo; este em nome da defesa dos interesses
do capital joga trabalhador contra trabalhador, civil contra militar, professor
contra enfermeiro e toca sua harpinha desafinada enquanto o circo pega fogo. Promete
aumento aos policiais, depois culpa a educação pelo não cumprimento e incentiva
uma carnificina verbal sem base na realidade ao modo daquela casa sem pão do dito
popular.
8 – Ao final após longo
divertimento o César do Brejo apresenta como solução o corte geral e absoluto,
o reajuste zero, a demissão de servidores, o fechamento de escolas fundado na
hipocrisia da Recuperação Fiscal conhecida no passado por derrama a saber; o
modo de garantir aos compradores de títulos do Estado o pagamento dos juros retirado
a força de nosso povo na forma de suspensão dos direitos básicos como saúde,
educação, segurança, assistência social, pesquisa.
9 – O saque aos recursos
nacionais, desta forma, é entendido como o modo de ajuste necessário a dita
recuperação econômica a ser alcançada um dia restando aos trabalhadores uma
disputa sangrenta pela sobra do banquete dos ricaços. No passado um simples
alferes de Vila Rica percebeu este tipo de manobra e começou a falar e da fala passou
à ação até incomodar, prá valer, um coronel português disposto a manter o
sistema naturalmente recebendo a sua paga. Vejam o papel daquele antigo alferes
cuja tradição é mantida no século 19 quando oficiais de um Exército pequeno,
desarmado perceberam a necessidade de rompimento com a monarquia escravista, atrasada
e passaram a constituir espécie de organização da classe média em constante
conflito – muitos armados – com os setores mais retrógados da sociedade
brasileira.
10 – Incrível, mas a
classe média auriverde já deu as suas voltinhas de braços dados com os
militares nos jardins do nacionalismo, do desenvolvimento nacional a ponto de
participar ativamente do movimento de 1930 com seus tenentes, aliás destes
tenentes muitos, a quem afirme tratar-se da maioria, eram sargentos
comissionados responsáveis pelas prisões dos oficiais da ordem e levantamento
dos quartéis de 90 anos atrás. Os sargentos, tempos depois, participam
ativamente do levante liderado no Rio Grande do Sul pelo governador Leonel
Brizola para garantir a posse de João Goulart. Vejam: a divisão de classes não
poupa os quartéis e seguindo a política econômica entreguista de nossos dias atinge
as classes mais baixas use farda ou não e foi preciso prender, matar, expulsar durante
uma ditadura entreguista mais de 5 mil militares, a maioria praças, para impor
uma doutrina a distanciar a caserna da realidade social, da verdade.
11 – Enquanto o andar de
cima tolera a presença em seus banquetes dos brilhos dos galões nos níveis mais
baixos, como forma de compensação, promete comissão numa escolinha cívica aqui,
outra vaga de instrutor de ordem unida e fiscal de cabelo ali. Percebam; não dá
prá compensar todos, em termos gerais as classes inferiores disputam as migalhas,
as eventuais sobras do saque transformado em função da mentira em forma de
salvação e mais grave; assumem o discurso de aprofundamento da entrega dos recursos
financeiros aos grupos econômicos mais poderosos incluindo o fato privatização
da educação e sua precarização a partir do acesso ao FUNDEB de entidades
subordinadas direta ou indiretamente aos bancos e fundos de investimentos.
12 – A esquizofrenia
histórica criou ou ressuscitou, ao lado do César do Brejo e aquele general de
baixa patente, uma guerra na qual seres radicais de esquerda conspiram contra o
patriotismo dos atuais governantes ameaçando o plano divino de adequação do
Brasil ao rumo correto, ou seja, a continuidade e aprofundamento da política
econômica dependente, atrasada, sem prazo ou rumo de sucesso dependendo, por
isso mesmo, da constante disputa entre os trabalhadores resultando no aprofundamento
da miséria. Em termos gerais defendem os candidatos à forca a política de ampla
distribuição de corda e caminham num mundo paralisado, sem possibilidades de
transformação ou rompimentos restando apenas adaptar-se eis o fim da História.