domingo, 6 de abril de 2025

 


GLÓRIA, GLÓRIA!
SIR EDWARD WICKFIELD NASCEU NO INTERIOR DE SÃO PAULO.

Wladmir Coelho

Imaginem: em São Paulo havia um juiz que apresentava-se com o curioso nome de EDWARD ALBERT LANCELOT DODD CANTERBURY CATERHAM WICKFIELD, e dizia pertencer à nobreza da Inglaterra. Sua Graça circulou lindo e loiro e convenceu os magistrados paulistas e assemelhados por pelo menos duas décadas, e o nobre magistrado até aposentou-se na função para a qual fora aprovado em concurso público; mas eis que um dia o súdito de sua majestade resolveu tirar uma nova carteira de identidade, e a fraude apareceu.

Na verdade, Sir Wickfield não passava de um personagem criado por José Eduardo Franco dos Reis, nascido no município de Águas da Prata, no interior de São Paulo. Independentemente dos motivos, ainda não esclarecidos, que levaram o Dr. José Eduardo a cometer o crime de falsidade ideológica, fica a lição apresentada por Lima Barreto em seu clássico “Os Bruzundangas”, no qual relata a loucura alucinada de nossa classe dominante, seu delírio colonial, sua submissão à tradição elitista dos impérios decadentes.

Aos jornais, a elite judiciária paulista revela como foi convencida da nobreza de Sir Wickfield: “ele tomava chá às cinco”, afirmou um promotor que pediu anonimato; “era de uma empáfia terrível”, declarou um advogado cujo nome foi ocultado; “ele era um charlatão”, afirmou um decepcionado desembargador com identidade devidamente protegida. Vida que segue no país dos bruzundangas.

sábado, 5 de abril de 2025

TARIFAS DE TRUMP: TODA UNANIMIDADE É BURRA O MUNDO GIRA E O BRASIL RODA

 

TARIFAS DE TRUMP: TODA UNANIMIDADE É BURRA

O MUNDO GIRA E O BRASIL RODA

Wladmir Coelho

O consenso condenatório da imprensa dita livre a respeito das medidas protecionistas de Mr. Trump revela, no mínimo, a necessidade de uma análise mais cuidadosa do tema e, recordando a sentença de Nélson Rodrigues, não tenho medo de reafirmar que: “toda unanimidade é burra”.

Enquanto isso, observamos a sabujice dos governos dos países dependentes – e não devemos esquecer que o nosso auriverde torrão encontra-se na lista – desesperados no sentido de encontrar os meios para manter o modelo apelidado de neoliberal e suas instituições de controle econômico internacionais, fundadas exatamente para aplicar a fórmula imperialista de subordinação.

Apresentam esses governantes evidentes sintomas da síndrome de Estocolmo, aspecto facilmente verificado na desesperada defesa das instituições internacionais criadas com o claro objetivo de favorecer os interesses imperialistas, ou seja, a total abertura econômica e a desindustrialização dos países subordinados.

Desse modo, o governo brasileiro surge como defensor de uma ordem prejudicial ao nosso desenvolvimento nacional, ignorando que o próprio império abandonou as ditas regras internacionais. Entenderam a unanimidade da imprensa livre?

No início do século XIX, um economista alemão chamado Friedrich List defendeu a existência do Sistema Econômico Nacional em oposição à subordinação etapista de Adam Smith e apontou os Estados Unidos, com sua política de favorecimento do capital nacional e da industrialização, como exemplo de país ideal.

Passados dois séculos, o governo do Brasil, diante de uma chance única, ao invés de discutir a reestatização da sua antiga estrutura construída para fundamentar a industrialização, revela-se prisioneiro do círculo de giz imperialista, do Estado mínimo, e mergulha de cabeça na defesa louca de um modelo de escravização econômica.

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 1 de abril de 2025

 



CONSULTANDO OS ASTROS:
TRUMP E AS TAXAÇÕES


Por Wladmir Coelho

1 – O material que ilustra essa postagem revela um elemento político pouco debatido, ou seja, o império pretende mobilizar o dito “agronegócio” na mileinização do Brasil. O alvo das ditas tarifas encontra-se exatamente no setor do álcool notadamente em sua condição de “energia alternativa”.
2 – Vou bancar o adivinho: a fragilidade nacional, denominada eufemisticamente de 'desindustrialização', será a base da histeria diante da possibilidade de diminuição da exportação de produtos como o etanol. No final das contas, não seria surpresa o frágil governo brasileiro acabar cedendo novamente aos interesses imperiais, na forma de destruição daquilo que ainda resta da indústria mais ou menos auriverde. Afinal, na cabeça dos economistas oficiais, o desenvolvimento de uma economia pode muito bem ocorrer a partir do fortalecimento de um setor, em nosso caso o agrícola, aliado ao rígido corte no orçamento público para agradar aos fundos de investimentos e Wall Street.

3 – A leitura atenta da matéria em análise permite observar o enquadramento das empresas produtoras de conteúdo audiovisual, e não preciso aqui citar o nome da maior delas, sempre interessada em enviar suas novelas e filmes para um setor específico do mercado imperial. Daqui a pouco, essa empresa vai inundar os seus programas jornalísticos com especialistas e mais especialistas, com um discurso dúbio em defesa do livre mercado e críticas ao protecionismo trumpista. Afinal, o Brasil é agro, o agro é pop, e dá-lhe dependência e redução à condição dependente.

Programa Escuta Educativa da Rádio Educare.47 do Instituto de Educação de Minas Gerais

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